quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

O sorriso rentável

por Marília Silvério

Os indivíduos passam muito tempo no trabalho, e com o advento da mobilidade e da conectividade fica ainda mais difícil definir a fronteira que separa o corporativo do privado.

Se em um passado recente felicidade era um tema que pouco importava para muitas organizações, hoje, com os ambientes de trabalho cada vez mais complexos e desafiadores, e com a crescente competitividade e acirrada disputa por talentos, tornou-se pauta obrigatória nas mesas de RHs, diretores e presidentes de empresas.

Não há outro caminho. Só vão se sobressair nesse cenário as empresas que contarem com equipes de alta performance, trabalhando de forma alinhada e coesa. Dessa forma, temos a missão de conciliar as aspirações pessoais dos nossos funcionários com os objetivos e metas organizacionais, e proporcionar ambientes de trabalho positivos, que fomentem a criação de relações de confiança e de cooperação.

Na Serasa Experian, há muito não falamos mais de gestão do clima organizacional, pois acreditamos que esse conceito deixa de lado justamente o propósito e o significado que as pessoas encontram naquilo que fazem todos os dias. Falamos em felicidade e colocamos nosso discurso em prática.

Há 18 meses, desenvolvemos e implantamos internamente uma metodologia que permite mensurar a felicidade dos profissionais em três esferas: na empresa como um todo, na área em que atuam e com o líder ao qual respondem.

A pesquisa é aplicada em uma amostra da população. Trimestralmente 50% da empresa é convidada a participar, respondendo a um questionário extremamente objetivo. São apenas três perguntas às quais os funcionários atribuem uma nota de zero a dez. O diferencial reside na análise qualitativa. Caso queiram, as pessoas podem comentar as suas respostas, e isso nos permite evoluir muito na gestão do ambiente de trabalho, endereçando e corrigindo rapidamente quaisquer desvios e também investindo mais naquilo que está dando certo.

Os resultados têm sido bastante positivos. A média geral da felicidade na empresa passa de oito, em uma escala de zero a dez, e se mantém estável desde a primeira edição da pesquisa. A adesão também é alta, sempre ultrapassando os 50% de participação. Fruto das ações que as pessoas percebem no dia a dia em decorrência da pesquisa.

Mas isso só é possível com o apoio da liderança. É papel dos líderes envolver as pessoas e fazer com que, de fato, se sintam parte da organização, sejam eles líderes de um pequeno time ou de uma grande organização multinacional. Não há desempenho diferenciado em times desengajados ou desmotivados. Ao contrário, pessoas felizes são mais dedicadas, mais criativas, demonstram maior resiliência, têm mais energia e se mantêm produtivas por muito mais tempo. Existe uma relação direta e comprovada entre a felicidade dos profissionais, a satisfação dos clientes e os resultados de negócio.

Felicidade é uma questão bastante subjetiva e, como tal, permite diferentes interpretações. No contexto corporativo, felicidade não é a ausência de tristeza ou de dificuldades, nem um estado de otimismo exacerbado, mas a existência de processos capazes de criar valor para todos os públicos com os quais a empresa interage. É a existência de uma visão clara e realista do presente e, porque não, otimista, do futuro que pretendemos conquistar tanto individual como coletivamente. É o respeito e a valorização das pessoas, a excelência no atendimento ao cliente e a consciência de que responsabilidade social deve permear todos os processos da organização.

Empresas que apoiam os profissionais na descoberta de suas potencialidades, que os desafiam constantemente, que proporcionam oportunidades para que possam se desenvolver e os ajudam a entender a importância e impacto de seus trabalhos são as que vão dispor de times com paixão pelo que fazem e com energia o suficiente para levá-las ao próximo patamar, seja ele qual for.

Hoje, estamos convictos de que não existe forma mais clara e objetiva de preservar a confiança e prover sentido do que enfatizar que buscamos a felicidade dos nossos profissionais no trabalho e, acima de tudo, colocar esse discurso em prática.


Fonte: Você RH 

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