Você, algum dia, já se sentiu frustrado porque um
colega de trabalho conseguiu a posição que você tanto almejava? Você já se
questionou porque seu amigo, com pouca instrução, conseguiu consolidar um
patrimônio financeiro e você, com toda a sua experiência e estudo, nem mesmo
tem uma casa própria? Você já se surpreendeu pensando que venderia 10% da sua
inteligência para conquistar maior beleza física e magnetismo pessoal? Você já
ficou enciumado em um evento social só porque sua mulher brilhou mais que você,
mostrando-se comunicativa, simpática e cativante?
Se você já sentiu algumas dessas emoções, não se
desespere! A Inveja, um dos sete pecados capitais, é um dos sentimentos mais
comuns entre os seres humanos. Seja bem-vindo ao mundo dos normais!
Mas por que essa emoção costuma ser constrangedora?
Nossa cultura educacional familiar e religiosa estabelece como crença e valor
que a Inveja é um sentimento a ser negado, pois é considerada uma anomalia
social. Experimente em um bate-papo com alguns companheiros de trabalho dizer
que sente Inveja de seu Diretor. Você estará correndo o risco de ser alvo de
fofocas e receber do grupo uma atitude de isolamento por ser considerado um
elemento perigoso à Organização.
Essa pressão psicológica contribui para um sentimento
de culpa, quando nos flagramos invejando o poder do outro; como se
isso representasse uma ameaça dolorosa à nossa auto-estima e às qualidades
necessárias para a imagem de homens de bem.
É necessário livrar-se da culpa e humanizar a Inveja.
Nenhum sentimento por si só é bom ou ruim, tudo depende
da forma de administrá-lo. É preciso, antes de mais nada, perceber a diferença
entre a Inveja primitiva, que nos impele aos conflitos internos e corrosivos e
onde a única preocupação é maldizer o sucesso alheio, da Inveja-admiração,
aquela bem gerenciada, que pode nos tirar do comodismo e nos impulsionar a uma
competição saudável para enfrentar desafios.
INVEJA DESTRUTIVA
- Consideramos que só o outro possui
características positivas a serem admiradas;
- Sentimo-nos eternos espectadores passivos do sucesso
alheio;
- Desperdiçamos tempo, deixando de viver plenamente
quem somos, embutindo nossos talentos ocultos;
- Canalizamos nossa energia para destruir quem tem
aquilo que ambicionamos;
- Temos os desejos e não fazemos nada para
objetivá-los. Perdemos os sonhos porque não investimos neles.
- Nessas circunstâncias, a Inveja é improdutiva e
perniciosa, podendo gerar ressentimentos e um profundo pessimismo existencial,
resultantes do complexo de inferioridade e da auto-imagem negativa.
Não se torne refém de sua INVEJA.
INVEJA SAUDÁVEL
- Funciona como elemento propulsor para a mudança;
- Serve de espelho para a auto-análise;
- Estimula o crescimento pessoal;
- Aproxima-nos de quem admiramos;
- Incita-nos a lutar para conseguirmos aquilo que
queremos.
SUGESTÕES
Como vemos, pode-se reescrever o roteiro final do filme
imaginário “A Inveja e suas sombras” e conduzir esse sentimento para
um final mais produtivo e enriquecedor.
Algumas sugestões para administrar a Inveja, tornando-a
um fator positivo:
- Realize uma auto-análise, avaliando sem preconceitos,
os próprios sentimentos;
- Reconheça que ela pode ser fator de crescimento
quando transformada em admiração;
- Analise racionalmente a questão: o que invejo é
possível de ser conquistado? Que conhecimentos preciso obter? Que habilidades
precisam ser desenvolvidas? Que atitudes desejo assumir para viabilizar meus
objetivos?
- Não use a Inveja como desculpa para a inércia;
- Não sofra pelo sucesso alheio. Trace metas
para atingir seus objetivos;
- Não tenha vergonha de perguntar para as pessoas, que
você considera ter qualidades invejáveis, o segredo do sucesso delas;
- Conscientize-se de suas habilidades a serem
exploradas e valorizadas;
- Direcione seus talentos e habilidades em seu próprio
benefício;
- Tenha coragem para admitir e corrigir suas falhas;
- Avalie constantemente os resultados alcançados.
Em nossa vida não precisamos ficar como
eternos voyeurs rancorosos do sucesso alheio, nem nos colocarmos na posição
de vítimas abandonadas pelo destino. É possível tornar a Inveja uma alavanca
para o autoconhecimento, que pode nos conduzir a um maior comprometimento com a
autodisciplina e com um jeito mais produtivo de viver.
Material retirado do Programa Comunicação Sem Medo
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