Por
Alexandre Peconick
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"Vestir a camisa de uma empresa" ou
"dedicar-se a uma causa", conforme descrição da Wikipédia a
ENGARJAR-SE, em tempos de grandes transformações no mercado de trabalho, é
bem simples não?" Não é. Trata-se de um problema recorrente em qualquer
segmento de trabalho no qual, em sua maioria, está hoje repleto de jovens que
"pulam de empresa em empresa" de dois ou dois anos.
O tempo médio de permanência da nova geração em uma
empresa, aliás, nunca supera os três anos. Loucura? Não. Busca por
benefícios. Busca pela realização de sonhos profissionais pessoais. Gente
partidária do "vista a minha camisa para que eu possa vestir a
sua".
Realizado pela Towers Watson entre fevereiro e março, com 32 mil profissionais de 28 países, o Estudo Global sobre Força de Trabalho – Global Workforce Study (GWS) mostra que apenas 28% dos profissionais brasileiros estão altamente engajados no trabalho. Entre os demais, 30% estão desengajados, 26% se sentem sem suporte por parte das empresas e 16% estão desvinculados de suas companhias. "Esse resultado é bastante crítico. Se considerarmos que as empresas hoje buscam um engajamento sustentável, isto é, que assegure uma alta performance e um comprometimento de longo prazo, esses números mostram que as empresas estão bastante vulneráveis", explica Carlos Ortega, consultor sênior da área de Pesquisas com Empregados da Towers Watson no Brasil. Bienal, o levantamento foi norteado pelo conceito de engajamento sustentável, que é a soma de três fatores: engajamento (vínculo à empresa e vontade de dar o melhor de si – esforço extra); suporte organizacional (que proporcione produtividade e alto desempenho); e bem-estar (físico, emocional e interpessoal). "Nos últimos anos, com os empregadores lutando para controlar custos e manter as empresas competitivas globalmente, a importância do suporte organizacional e do foco em bem-estar tornou-se muito clara. O resultado positivo depende da união dos três elementos e só vai manter-se ao longo do tempo com todos funcionando em perfeita harmonia. As empresas que não se preocuparem em melhorar o ambiente de trabalho, garantir o ambiente de suporte aos funcionários e criar um sentimento de vínculo à organização, verão o engajamento dos profissionais diminuir, afetando diretamente a produtividade e a capacidade de crescimento do negócio", completa.
Motivações
O estudo mostra, ainda, que remuneração e benefícios
não são os principais direcionadores de alto engajamento. Para os
profissionais brasileiros, os três principais pontos que os motivam e os
levam a criar um laço com a empresa são: desenvolvimento de carreira, imagem
da empresa e metas e objetivos claros. E, quando se analisa cada um desses
itens, os resultados também não são muito animadores para as companhias
nacionais.
Nas questões sobre desenvolvimento de carreira, 50% dos entrevistados apontaram que sair da empresa é a única opção para crescer na profissão, 57% acreditam não ter acesso aos treinamentos necessários para serem produtivos em sua posição atual e 63% não percebem os programas de treinamento da empresa como efetivos. No item Metas e Objetivos claros, 46% dos brasileiros não conhecem as metas de sua empresa, 37% não entendem como seu papel contribui para que a companhia alcance seus objetivos e 44% não sabem quais as ações necessárias para chegar lá.
"É preciso remover as barreiras para a
realização dos trabalhos. Além de ótimas condições de emprego, as companhias
precisam ser claras ao demonstrar que o funcionário é valorizado, que ele faz
parte da equipe e que terá todo o apoio para seu desenvolvimento pessoal e
cumprimento de suas metas e, com isso, chegar aos objetivos de negócios da
empresa", afirma Ortega. "O suporte organizacional é importante
para propiciar as condições necessárias para melhorar a produtividade e o
desempenho", finaliza Ortega.
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terça-feira, 3 de dezembro de 2013
ENGAJAMENTO - GRANDE DESAFIO PARA O RH
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