Uma tarde dessas, a Lei de Murphy se estabeleceu
no escritório. Acabou a eletricidade de repente, por causa da chuva.
Fiquei sem computador, sem telefone, o celular
no último suspiro da bateria. Naquele momento me bateu um total desespero! Com
tanta coisa para fazer, isso é hora de acabar a luz??
Fiquei andando de um lado para o outro,
perdidinha. Com o calor intenso e sem ar condicionado, abri a porta da frente e
resolvi sentar um pouco lá fora, no coberto, para ver se refrescava. Peguei um
caderno para fazer anotações assim tentar aproveitar o tempo.
Parei com a caneta na mão e de repente, caiu a
ficha.
Comecei a escutar o barulho da chuva, a apreciar a brisa refrescante.
Senti o cheiro característico da chuva e pensei: nossa, quanto tempo faz que
não dou uma paradinha para respirar?
Larguei o caderno de lado e então me dei
conta do silêncio total e dos pingos batendo no telhado....
Sem telefone tocando, ninguém falando, o
incessante teclar dos computadores, o barulho do ar condicionado.
Fechei os
olhos e fiquei curtindo esse momento de paz, respirando e pensando – porque
será que nos deixamos escravizar dessa maneira?
Confesso que sou totalmente
ligada à tecnologia, gosto dos “brinquedinhos” todos, amo o meu trabalho, mas
de tempos em tempos é necessário “desconectar”.
E no momento que isso forçosamente
aconteceu, fiquei meio “boba” sem saber o que fazer.
Aquela compulsão de ver se chegaram emails,
mensagens, torpedos, tweets, chamadas de repente sumiu e eu consegui me “dar”
dez minutinhos de silêncio, paz e gotas de chuva no telhado com cheiro de
terra.
Quando a eletricidade voltou, um suspiro e a
retomada, porém revigorada por aqueles momentos.
Disso tudo, uma importante lição – o tempo é o
produto mais caro que existe e o mais desperdiçado disse alguém – e
investir alguns minutos “fazendo nada” pode vir a ser o ato mais produtivo do
dia.
Pense nisso.
Celia Spangher é Headhunter e Diretora de Gestão
do Talento da Maxim Consultores
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