A preocupação com a responsabilidade social e a visão sobre o que ela pode
gerar de resultados positivos para as empresas e comunidades serão, dentro de
pouco tempo, um dos fatores diferenciais na disputa por uma oportunidade no
mercado de trabalho.
Conceito ainda relativamente novo no Brasil, uma vez que começou a ser
difundido no país na década de 1990, a responsabilidade social pode ser
definida como uma nova filosofia na gestão dos negócios da empresa.
É o
mecanismo de torná-la parceira e co-responsável pelo desenvolvimento social,cuja essência está na busca permanente da redução das gritantes diferenças
sócio-econômicas que permeiam a sociedade contemporânea, abrindo a
possibilidade, através da educação, de que todos, indistintamente, participem
das oportunidades de maneira mais justa e igualitária.
Cada vez mais pessoas e empresas preocupam-se com os problemas sociais e
ambientais, atingindo um público que envolve acionistas, funcionários,
fornecedores em geral, consumidores, comunidades e o próprio governo.
Essa nova competência que o mercado deve passar a exigir é conseqüência da
dinâmica imposta pela evolução tecnológica que atinge todas as áreas da
atividade humana, em particular a tecnologia da informação, que contribuiu
para o avanço inimaginável das comunicações e para a globalização dos
processos produtivos.
Há 30 anos, falar uma língua estrangeira ou ter um curso de pós-graduação era
vantagem competitiva suficiente para um candidato se sobressair na hora de
disputar um emprego. Da mesma forma, uma empresa que tivesse um diferencial,
destacava-se no mercado. Todos da minha geração hão de se lembrar da Sears
cujo “slogan” era “satisfação garantida ou seu dinheiro de volta”.
Com o passar do tempo e o rápido avanço no desenvolvimento tecnológico
abrangente e universal, um único idioma ou uma pós-graduação já não são
suficientes. O mercado passou a exigir um segundo ou um terceiro idiomas,
MBA, cursos de especialização e experiências internacionais. Os consumidores
reclamaram por serviços de pós-vendas, forçando as empresas a desenvolver
sistemas de relacionamento(CRM) por meio de canais muito mais diretos e
eficientes.
Esses canais abriram a possibilidade de um “controle externo” das empresas,
exercido diretamente por seus consumidores. Assim, estes passaram a exigir
ações que de alguma forma beneficiassem a comunidade como uma forma de
validar seus produtos no mercado. Pesquisas feitas nos Estados Unidos e
Europa mostraram que 74% dos consumidores preferem adquirir produtos de
empresas que desenvolvam algum trabalho de responsabilidade social que
favoreça a comunidade.
O conceito de responsabilidade social também começa a gerar uma demanda de
postos de trabalho em setores antes pouco valorizados, como organizações
não-governamentais, consultorias ambientais, reciclagem de materiais e
projetos sociais, os mais variados.
Nesse cenário, será questão de tempo o mercado exigir do profissional essa
preocupação com a responsabilidade social. Fatalmente, ele terá de
apresentar, além da sensibilidade e do interesse por questões sociais e
ambientais, a capacidade de avaliar qual a estratégia de gestão mais adequada
para se atingir os melhores resultados para a empresa, a sociedade e para a
comunidade que a cerca, não importando qual seja seu porte.
Mais do que isso, esse profissional deverá saber como transformar, por
exemplo, uma ainda pequena iniciativa filantrópica em um amplo projeto social
– e amplo não significa necessariamente grande, mas abrangente – que mobilize
toda a cadeia produtiva, desde os detentores do capital, funcionários,
colaboradores e fornecedores em geral, até sindicatos e entidades
governamentais no sentido proporcionar uma vida mais justa e digna para a
comunidade e valorizar todos os seus integrantes.
* Luiz Felipe Calazans, Consultor Sênior e Sócio-Diretor da TRANSEARCH
Brasil, é um dos raros profissionais que construiu toda a carreira na
atividade de Executive Search. Com cerca de 40 anos de experiência,
especializou-se em seleção para cargos e funções diretivas nas áreas de Recursos
Humanos, Jurídica, Finanças e Controladoria. É também Presidente do Conselho
Fiscal do Centro Comunitário e Creche Sinhazinha Meirelles, entidade
beneficente que há 54 anos assiste e promove a cerca de 350 crianças e
jovens, na zona Oeste da cidade de São Paulo.
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segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013
A Importância da Responsabilidade Social na Busca e Seleção de Executivos (L.F.Calazans)
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