Temperança é uma daquelas palavras da Língua Portuguesa que
quase todo mundo já ouviu falar, mas não sabe bem ao certo o que significa.
E
isso é uma pena, afinal se a Temperança fosse mais cultivada entre as pessoas,
teríamos, sem dúvida, um mundo bem melhor.
Derivada
da filosofia Platônica e adaptada por Santo Agostinho e São Tomás de Aquino, a
Temperança é uma das virtudes ditas universais e significa equilibrar, colocar
sob limites, moderar a atração dos prazeres e assegurar o domínio da vontade
sobre os instintos.
Por
ser a virtude que modera os desejos e as paixões inferiores, é uma das bases de
sustentação das Grandes Escolas Iniciaáticas Modernas.
Ser
uma pessoa temperante significa ter a capacidade de colocar a Vontade, ou
aquilo que nos torna divinos, acima dos Desejos, ou aquilo que nos torna
animalizados.
Pessoas
temperantes vivem pautadas em propósitos e possuem uma visão mais integrada do
mundo e do ser humano, agindo naturalmente de forma mais altruísta.
Profissionais
temperantes possuem naturalmente um maior sentido de cooperação, pois fazem com
que o compromisso com os objetivos maiores esteja acima da necessidade de
competir com os outros.
Por
isso, desenvolver a Temperança nos indivíduos é um passo fundamental para se
formar time que tira a “Missão da empresa” do papel e a coloca em prática.
Trabalhar
com e para uma missão exige que, muitas vezes, deixemos de lado os nossos
interesses pessoais em favor dos interesses coletivos e organizacionais.
Em
outras palavras, que sejamos capazes de abrir mão dos desejos para realizar uma
vontade maior, que transcende a nós mesmos. Isso é Temperança.
No
papel, isso pode parecer fácil. Na prática, é bastante difícil, pois cultivar
essa virtude exige determinação e disciplina para vencermos o nosso lado egoísta
e os nossos próprios medos.
Acredito
que, como com qualquer virtude ou comportamento, o primeiro passo para se
desenvolver a Temperança é fazermos a escolha de mudarmos para melhor, de
desenvolver o comportamento.
Em
seguida fazermos um profundo exame de consciência e refletirmos onde estamos e
o quanto precisamos mudar, melhorar.
E, a
partir daí, exercitar. Praticar no dia a dia, sabendo que as mudanças não
acontecem de uma hora para outra. Mas, ao contrário, são fruto da persistência
e do comprometimento.
Talvez
a caminhada seja longa, mas o que importa é que, ao final, estaremos mais perto
de nós mesmos.
E,
mais do que isso, que cada passo dessa caminhada trará como resultado natural
uma maior facilidade nos mais diversos aspectos de nossas relações interpessoais.
Então,
se a caminhada é dura, sejamos temperantes, deixando de lado o desejo de
desistir, de ficar acomodado, e escolhendo a vontade de crescer…
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