sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Procuram-se pessoas com Temperança

Temperança é uma daquelas palavras da Língua Portuguesa que quase todo mundo já ouviu falar, mas não sabe bem ao certo o que significa.

E isso é uma pena, afinal se a Temperança fosse mais cultivada entre as pessoas, teríamos, sem dúvida, um mundo bem melhor.

Derivada da filosofia Platônica e adaptada por Santo Agostinho e São Tomás de Aquino, a Temperança é uma das virtudes ditas universais e significa equilibrar, colocar sob limites, moderar a atração dos prazeres e assegurar o domínio da vontade sobre os instintos.

Por ser a virtude que modera os desejos e as paixões inferiores, é uma das bases de sustentação das Grandes Escolas Iniciaáticas Modernas.

Ser uma pessoa temperante significa ter a capacidade de colocar a Vontade, ou aquilo que nos torna divinos, acima dos Desejos, ou aquilo que nos torna animalizados.

Pessoas temperantes vivem pautadas em propósitos e possuem uma visão mais integrada do mundo e do ser humano, agindo naturalmente de forma mais altruísta.
Profissionais temperantes possuem naturalmente um maior sentido de cooperação, pois fazem com que o compromisso com os objetivos maiores esteja acima da necessidade de competir com os outros.

Por isso, desenvolver a Temperança nos indivíduos é um passo fundamental para se formar time que tira a “Missão da empresa” do papel e a coloca em prática.

Trabalhar com e para uma missão exige que, muitas vezes, deixemos de lado os nossos interesses pessoais em favor dos interesses coletivos e organizacionais.

Em outras palavras, que sejamos capazes de abrir mão dos desejos para realizar uma vontade maior, que transcende a nós mesmos. Isso é Temperança.

No papel, isso pode parecer fácil. Na prática, é bastante difícil, pois cultivar essa virtude exige determinação e disciplina para vencermos o nosso lado egoísta e os nossos próprios medos.

Acredito que, como com qualquer virtude ou comportamento, o primeiro passo para se desenvolver a Temperança é fazermos a escolha de mudarmos para melhor, de desenvolver o comportamento.

Em seguida fazermos um profundo exame de consciência e refletirmos onde estamos e o quanto precisamos mudar, melhorar.

E, a partir daí, exercitar. Praticar no dia a dia, sabendo que as mudanças não acontecem de uma hora para outra. Mas, ao contrário, são fruto da persistência e do comprometimento.

Talvez a caminhada seja longa, mas o que importa é que, ao final, estaremos mais perto de nós mesmos.

E, mais do que isso, que cada passo dessa caminhada trará como resultado natural uma maior facilidade nos mais diversos aspectos de nossas relações interpessoais.

Então, se a caminhada é dura, sejamos temperantes, deixando de lado o desejo de desistir, de ficar acomodado, e escolhendo a vontade de crescer…



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