quarta-feira, 9 de novembro de 2016

As 10 competências mais raras entre profissionais brasileiros

De pensamento crítico a atitude empreendedora, confira as habilidades mais difíceis de encontrar no mercado de trabalho local, segundo recrutadores

Não é nenhuma novidade que as empresas estão passando por uma grave escassez de talentos em todo o mundo: só no Brasil, 43% dos recrutadores deixam de preencher vagas porque não encontram as competências necessárias nos candidatos disponíveis.

Um novo estudo da AfferoLab traz dados mais aprofundados sobre os fatores que travam as contratações no país. De forma geral, a conclusão é que as habilidades mais importantes sob o ponto de vista dos empregadores também são as mais difíceis de achar.

Veja a seguir as 10 competências mais escassas no mercado de trabalho brasileiro, segundo o estudo, que ouviu empresas de diversos setores entre abril e maio de 2016:

Competência
Índice de escassez (0-5)
Resolução de problemas complexos
4,03
Pensamento crítico
3,63
Atitude empreendedora
3,56
Criatividade
3,56
Habilidade para trabalhar com diferentes culturas
3,52
Habilidade para comunicação oral e escrita
3,48
Raciocínio lógico
3,39
Facilidade para se relacionar
3,34
Facilidade de aprender
3,28
Habilidades matemáticas e numéricas
3,08

A competência descrita como “resolução de problemas complexos”, que ficou em 1º lugar em termos de escassez na avaliação dos empregadores brasileiros, também foi considerada a mais importante para os profissionais de hoje e dos próximos cinco anos, segundo o Fórum Econômico Mundial.

De acordo com a Affero Lab, a importância dessa habilidade é fácil de compreender: O mundo dos negócios é cada vez mais pautado pela complexidade e pela incerteza, o que exige pessoas capazes de lidar com situações ambíguas, que mudam todos os dias.
“Pensamento crítico” e “atitude empreendedora”, que ficaram em 2º e 3º lugar entre as habilidades mais raras entre os profissionais brasileiros, também estão intimamente ligadas ao atual momento do mercado.

As empresas precisam mais do que nunca de profissionais com perfil analítico e capacidade de questionar práticas consagradas para aumentar a eficiência dos processos. Pessoas ‘empreendedoras’ ou autônomas, que conseguem andar com as próprias pernas e se viram bem com poucos recursos, também são muito procuradas.

“Criatividade” apareceu empatada em 3º lugar com “atitude empreendedora”. Segundo o estudo, o resultado pode refletir a dificuldade de assumir riscos num momento de crise econômica no Brasil. Afinal, num ambiente em que tudo está mudando, não é fácil adotar uma postura ousada e assumir os riscos de uma ideia inteiramente nova. Paradoxalmente, o apetite por inovação é maior do que nunca em boa parte das empresas.
A principal conclusão do estudo para o profissional brasileiro é a necessidade de não se tornar um “sedentário” na carreira.

As empresas estão cada vez mais exigentes na hora de contratar e exigem habilidades que poucas pessoas têm, por isso, mais do que nunca, é importante investir em qualificação e nunca se acomodar. O esforço compensa: em meio ao “apagão” de talentos, os poucos profissionais realmente bem preparados serão disputados a tapa pelos empregadores — com ou sem crise.

Por Claudia Gasparini e Alexandre Santille


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