De pensamento
crítico a atitude empreendedora, confira as habilidades mais difíceis de
encontrar no mercado de trabalho local, segundo recrutadores
Não é
nenhuma novidade que as empresas estão passando por uma grave escassez de
talentos em todo o mundo: só no Brasil, 43% dos recrutadores deixam de
preencher vagas porque não encontram as competências necessárias nos candidatos
disponíveis.
Um
novo estudo da AfferoLab traz dados mais aprofundados sobre os fatores que
travam as contratações no país. De forma geral, a conclusão é que as
habilidades mais importantes sob o ponto de vista dos empregadores também são
as mais difíceis de achar.
Veja
a seguir as 10 competências mais escassas no mercado de trabalho brasileiro,
segundo o estudo, que ouviu empresas de diversos setores entre abril e maio de
2016:
Competência
|
Índice de escassez (0-5)
|
Resolução de problemas complexos
|
4,03
|
Pensamento crítico
|
3,63
|
Atitude empreendedora
|
3,56
|
Criatividade
|
3,56
|
Habilidade para trabalhar com diferentes culturas
|
3,52
|
Habilidade para comunicação oral e escrita
|
3,48
|
Raciocínio lógico
|
3,39
|
Facilidade para se relacionar
|
3,34
|
Facilidade de aprender
|
3,28
|
Habilidades matemáticas e numéricas
|
3,08
|
A
competência descrita como “resolução de problemas complexos”, que ficou em 1º
lugar em termos de escassez na avaliação dos empregadores brasileiros, também
foi considerada a mais importante para os profissionais de hoje e dos próximos
cinco anos, segundo o Fórum Econômico Mundial.
De
acordo com a Affero Lab, a importância dessa habilidade é fácil de compreender:
O mundo dos negócios é cada vez mais pautado pela complexidade e pela
incerteza, o que exige pessoas capazes de lidar com situações ambíguas, que
mudam todos os dias.
“Pensamento
crítico” e “atitude empreendedora”, que ficaram em 2º e 3º lugar entre as
habilidades mais raras entre os profissionais brasileiros, também estão
intimamente ligadas ao atual momento do mercado.
As
empresas precisam mais do que nunca de profissionais com perfil analítico e
capacidade de questionar práticas consagradas para aumentar a eficiência dos
processos. Pessoas ‘empreendedoras’ ou autônomas, que conseguem andar com as
próprias pernas e se viram bem com poucos recursos, também são muito
procuradas.
“Criatividade”
apareceu empatada em 3º lugar com “atitude empreendedora”. Segundo o estudo, o
resultado pode refletir a dificuldade de assumir riscos num momento de crise
econômica no Brasil. Afinal, num ambiente em que tudo está mudando, não é fácil
adotar uma postura ousada e assumir os riscos de uma ideia inteiramente nova.
Paradoxalmente, o apetite por inovação é maior do que nunca em boa
parte das empresas.
A principal
conclusão do estudo para o profissional brasileiro é a necessidade de não se
tornar um “sedentário” na carreira.
As
empresas estão cada vez mais exigentes na hora de contratar e exigem
habilidades que poucas pessoas têm, por isso, mais do que nunca, é importante
investir em qualificação e nunca se acomodar. O esforço compensa: em meio ao
“apagão” de talentos, os poucos profissionais realmente bem preparados serão
disputados a tapa pelos empregadores — com ou sem crise.
Por
Claudia Gasparini e Alexandre Santille
Nenhum comentário:
Postar um comentário