Qualquer profissional está sujeito a pssar por alguns
percalços no momento da entrevista. Saiba como transpôr essas 5 dificuldades
Por mais preparo que um candidato tenha, algumas
situações são verdadeiros “abacaxis” em uma entrevista de emprego.
E, para descascá-los, mais do que uma trajetória profissional e um currículo impecável,
é preciso ter jogo de cintura e uma boa dose de franqueza.
A EXAME.com conversou com Caio de Mase, gerente
da divisão de Finanças e Contabilidade da Robert Half, para listar as
principais dificuldades que podem pintar e quais são as melhores maneiras de se
sair bem em situações desse tipo. Confira:
1- Não saber responder uma pergunta do recrutador
Você ouve a pergunta e alguns segundos se passam. Em
silêncio, você até pode ouvir seus batimentos cardíacos acelerando - pouco a
pouco - enquanto a resposta não vem à mente. O entrevistador está esperando. O
que fazer?
Diga a verdade. “O candidato deve ser claro, dizer que
não se preparou para responder aquela determinada pergunta”, diz de Mase. A
pior atitude, de acordo com o especialista, é tentar enrolar o entrevistador.
“É muito ruim e isso será levado em conta na hora de montar o perfil do
candidato”, diz.
Se a embromação é um ponto negativo, a franqueza, ao
contrário, conta a favor. “Mostra que o candidato vai sempre optar por falar a
verdade, e isso é muito bom”, diz de Mase.
2 -O entrevistador está desinteressado
Não é preciso ser expert em analisar expressões
corporais e gestos para notar quando uma pessoa parece estar desinteressada na
conversa. Em uma entrevista de emprego, perceber que o recrutador simplesmente
não está interessado no que você tem a dizer é, com certeza, um duro golpe.
Mas, nem tudo está perdido. De acordo com de Mase esta
também pode ser uma estratégia.
“Às vezes, eu uso isso para perceber o quanto o candidato está interessado em
chamar a atenção para si”, diz.
Para ele, sai na frente o candidato que demonstre
habilidades de comunicação. “Falar de um assunto diferente chama o recrutador
para a união, quebra o protocolo de pergunta e reposta”, diz.
Na opinião dele, respostas vagas e não objetivas também
são aspectos que desmotivam qualquer entrevistador. Para quem se perdeu em um
assunto e pecou na clareza das ideias, a dica, segundo de Mase, é assumir o
erro.
“Ele pode dizer que se equivocou e perdeu a objetividade,
mas que está disposto a tirar qualquer dúvida que tenha ficado a respeito e
tentar melhorar as próximas respostas”, diz.
3 -O nervosismo está atrapalhando
Mãos suadas, voz trêmula e coração em ritmo acelerado
são sinais de que o nível de adrenalina está alto. Quem já exibiu estes
sintomas em uma entrevista de emprego sabe que o nervosismo é um grande vilão
dos candidatos a uma oportunidade de emprego.
A dica do especialista é tentar sair, mais uma vez, do
modelo engessado de apenas responder as perguntas do entrevistador. “Pedir para
o recrutador falar um pouco sobre a empresa e descrição da função, fazendo
perguntas abertas, ou seja, aquelas em que a resposta não é apenas um sim ou um
não, é um jeito de driblar o nervosismo ouvindo o que o recrutador tem a
dizer”, diz ele. Assim, enquanto ele fala, você tem um tempo para respirar
fundo e encarar as próximas perguntas.
Ser franco também é um diferencial, segundo de Mase.
“Muita gente não faz isso, mas é bom comentar que está nervoso e pedir que o
entrevistador compreenda”, diz.
4 -Você está atrasado
Os minutos andam mais rápido do que o trânsito e o
atraso para a entrevista de emprego já é inevitável. Você está bem preparado
para a conversa com o recrutador, no entanto, sabe que chegar depois do horário
combinado vai minar boa parte das suas chances de conseguir a oportunidade pela
qual tanto esperou.
“O risco de chegar atrasado é sempre grande”, diz o
especialista. Por isso, segundo ele, a regra de ouro é avisar antes, caso algum
imprevisto o impeça de ser pontual. “Deixar um recrutador esperando 30 minutos
e não falar nada já vai fazer com que a entrevista comece mal”, diz.
Ele conta já ter visto casos de candidatos que não
compareceram e ligaram depois de uma semana querendo remarcar a entrevista.
“Isso é muito mal visto”, explica.
Ligar do caminho avisando sobre o eventual atraso além
de educado, vai demonstrar que você se preparou de alguma forma. “Mostra que o
candidato teve o cuidado de anotar o nome e o telefone do recrutador, que pegou
algumas informações”, diz.
Outro aspecto que aponta para a importância de
comunicar atrasos antecipadamente é o fato que aquele tempo de espera pode ser
aproveitado. “O recrutador pode se programar para fazer outras coisas enquanto
o candidato não chega e não fica com aquela sensação de que perdeu tempo”, diz.
5 - Você não informou no currículo que ainda está
fazendo pós-graduação
O curso de pós de graduação já figura no currículo, mas
o diploma só chega dentro de alguns (muitos) meses de dedicação. Não haveria
“abacaxi” algum se o seu currículo contasse com este detalhe importante: a
previsão de término e horário das aulas. Por isso, é importante deixar claro
para o recrutador que ainda está estudando.
De acordo com de Mase, muita gente enxerga isso como um
ponto negativo e opta por não especificar que a pós graduação está em curso.
“Isto está acontecendo muito e os gestores das empresas acabam ficando
frustrados depois, ao descobrirem que o novo colaborador vai precisar sair em
horários determinados para terminar um curso que não foi informado
previamente”, diz.
Para evitar se queimar com o recrutador e fugir de uma
dor de cabeça logo nos primeiros dias de trabalho, deixe claro na entrevista
quais horários são de aula e precisam ser respeitados, e corrija a informação
no currículo.
Texto Extraído de Exame.com
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