Um dos principais motivos de conflitos, da falta da
obtenção de resultados satisfatórios, da propagação da conhecida rádio-peão que
provoca desgaste ao clima organizacional são indicadores de que a gestão da
companhia está com pontos que precisam ser trabalhados rapidamente. Dentre
esses, encontra-se a comunicação que se estabelece entre os líderes e suas
equipes, pois os gestores são porta-vozes das empresas e são os agentes capazes
de identifica problemas ainda em suas fases iniciais.
Por essa razão, que a comunicação entre gestores e liderados deve apresentar peculiaridades como clareza e coerência, a fim de os fatos, as necessidades corporativas fluam de forma eficaz. Para abordar essa questão tão relevante às empresas "comunicação líder-liderado", o RH.com.br entrevistou Eduardo Carmello, consultor e diretor da Entheusiasmos Consultoria em Talentos Humanos. Para ele, sem uma comunicação eficaz no ambiente corporativo, não se consegue obter evidências dos reais desafios e das oportunidades vivenciados pela empresa.
"No Brasil temos empresas de diversos tamanhos e de culturas tão diferentes que fica impossível ditar uma regra quanto aos procedimentos e às práticas de comunicação", assinala. Eduardo Carmello participará do 5º ConviRH (Congresso Virtual de Recursos Humanos) - evento promovido pelo RH.com.br, no período de 12 a 27 de maio próximo. Na ocasião, ele ministrará a palestra "Como identificar os Aprendizes do Futuro". Confira a entrevista na íntegra e boa leitura!
Por essa razão, que a comunicação entre gestores e liderados deve apresentar peculiaridades como clareza e coerência, a fim de os fatos, as necessidades corporativas fluam de forma eficaz. Para abordar essa questão tão relevante às empresas "comunicação líder-liderado", o RH.com.br entrevistou Eduardo Carmello, consultor e diretor da Entheusiasmos Consultoria em Talentos Humanos. Para ele, sem uma comunicação eficaz no ambiente corporativo, não se consegue obter evidências dos reais desafios e das oportunidades vivenciados pela empresa.
"No Brasil temos empresas de diversos tamanhos e de culturas tão diferentes que fica impossível ditar uma regra quanto aos procedimentos e às práticas de comunicação", assinala. Eduardo Carmello participará do 5º ConviRH (Congresso Virtual de Recursos Humanos) - evento promovido pelo RH.com.br, no período de 12 a 27 de maio próximo. Na ocasião, ele ministrará a palestra "Como identificar os Aprendizes do Futuro". Confira a entrevista na íntegra e boa leitura!
RH.com.br - Qual a característica mais peculiar de um líder que sabe ser um bom comunicador junto à sua equipe?
Eduardo Carmello - A característica mais peculiar de um líder deve ser a clareza de direção e propósito. Os grandes talentos são movidos à orientação estratégica. Eles podem entrar com você em mares revoltos e turbulentos, mas precisam saber aonde se quer chegar e se o propósito vale à pena. Nos dias atuais o que mais estressa uma equipe é a falta de clareza e incoerência estratégica. Grande parte das equipes trabalha sem objetivos claros. Não sabem dizer qual sua meta prioritária. O que dá consistência e confiança na comunicação de um líder é sua capacidade de ser claro e transparente em relação ao norte estratégico e ao verdadeiro propósito da estratégia.
RH - É possível realizar um bom trabalho de liderança sem uma comunicação clara e objetiva junto à equipe?
Eduardo Carmello - Não, não é possível. Vivemos numa época onde a transparência e a meritocracia são as bases de uma gestão de alta performance. Sem uma comunicação eficaz, não se consegue obter evidências dos reais desafios e das oportunidades que a empresa passa naquele momento. O fluxo de conhecimento é seriamente abalado se a comunicação clara e objetiva é substituída por informações confusas e ambíguas. Não conseguimos seguir firmes e rápidos se a comunicação for repleta de mitigações. A preferência pela comunicação tipo "o gato subiu no telhado" ou "estaremos informando em breve" é incompatível com a necessidade de uma execução exemplar.
RH - Para manter uma boa comunicação com sua equipe, o líder precisa necessariamente instituir práticas, a fim de que seus liderados sejam recíprocos ao processo?
Eduardo Carmello - No Brasil temos empresas de diversos tamanhos e de culturas tão diferentes que fica impossível ditar uma regra quanto aos procedimentos e às práticas de comunicação. É necessário compreender o nível de complexidade que a empresa vive, seu nível de maturidade emocional e técnica, assim como o contexto de mercado com que ela se depara. Nós orientamos práticas e procedimentos formais de comunicação para os líderes que precisam ter desempenho e valores superiores e que trabalham em cenários de alta performance. As práticas e os procedimentos formais são de extrema valia, pois reduzem o risco financeiro e social decorrentes das variáveis de contexto, de sistemas e de performance humana. Quando as práticas de comunicação são bem estruturadas geram agilidade, segurança e confiança para que a equipe tome decisões consistentes, rápidas e precisas.
RH - Hoje, quais as práticas que mais são utilizadas para estimular a comunicação entre o líder e equipe?
Eduardo Carmello - Destacaria: a comunicação um a um, ou seja, face to face; CoffeePot Communications;feedback orientado a resultados; palestras; espaços de discussão e capacitação; reuniões em pequeno grupo; vídeo conferências; caixa de sugestões; conversações via telefone; voice maill; e-mail; reuniões em grande grupo; notas escritas à mão; cópias avançadas de agendas; fax; menos inter-escritórios; discursos formais; cartas; newsletters; relatórios.
RH - Dessas ferramentas citadas acima, em sua opinião quais as mais eficazes e que apresentam um resultado mais rápido?
Eduardo Carmello - São as práticas comunicação um a um, ou seja, a face-to-face, e conversações via telefone, desde que estejam presentes quarto componentes: compreensão - do norte estratégico e do significado das informações e ações que precisam ser executadas; congruência - a expressão baseada em fatos e evidências; transparência - veracidade e confiabilidade, descartando interesses ocultos; legitimidade - fazer o que se fala, ser e manifestar exemplos reais na prática no dia a dia.
RH - A obtenção de resultados sinaliza que existe uma boa comunicação entre liderança e equipe?
Eduardo Carmello - A obtenção de resultados provém de muitas variáveis que estão em perfeita sinergia: boa comunicação, processos robustos, competências ativadas, execução exemplar, aprendizado consistente. Sem dúvida a comunicação é um elemento fundamental, para que se construam resultados de nível superior. Não é possível resolver problemas complexos que minam resultados expressivos se o líder e sua equipe não estiverem dispostos a conversar aberta e francamente sobre a raiz do problema e suas possíveis soluções.
RH - Qual o benefício mais significativo que uma comunicação eficaz proporciona na relação liderança-liderados?
Eduardo Carmello - Sem dúvida alguma o aumento dos resultados, a consistência de valores declarados pela empresa, o desenvolvimento de uma equipe de alta performance e o aumento do engajamento dos talentos, fundamental para o alcance de novos patamares de performance.
RH - Quais os riscos que um gestor corre quando não tornar linear a comunicação com sua equipe?
Eduardo Carmello - Quando o líder não consegue tornar eficaz a comunicação há a perda de tempo, dinheiro, conhecimento e energia humana, gerando um clima de hesitação e passividade dentro da organização. O medo de comunicar o que é essencial e relevante gera um clima de cautela e cinismo, mantendo o status quo e a zona de conforto, responsável pelo não crescimento da equipe e do próprio líder.
RH - O processo de comunicação entre líder-liderado deve ser sempre uma via de mão dupla?
Eduardo Carmello - Sim, pois é assim que se controi conhecimento diferenciado. O gestor orienta e capacita a equipe para a busca de resultados e a equipe mune de informações relevantes o líder sobre as necessidades e expectativas dos clientes, criando um alinhamento entre aprendizagem das necessidades e dos desejos do mercado e a transformação dessas informações em vantagem competitiva para a organização.
RH - Atualmente, quais os principais entraves entre a comunicação líder-liderados?
Eduardo Carmello - Destacaria dois. Primeiro: o ego e o estilo de liderança - personalidade do líder -, que acaba sobrepondo-se aos objetivos estratégicos, trazendo inúmeros problemas para a equipe. Em segundo: a estrutura altamente hierarquizada, verticalizada, que impede a equipe de oferecer feedback aos principais gestores da organização. Quando rastreamos as falhas de comunicação, percebemos que é muito difícil para as equipes oferecerem feedback franco e honesto sobre a performance de seus superiores. O rigor técnico e a tolerância ao erro são desiguais entre os diferentes níveis hierárquicos. Podemos despedir um funcionário por ter entregado um pedido errado a um cliente, mas nem repreendemos um líder que perdeu milhões por comportamento ou atitudes inadequadas. Podemos advertir um enfermeiro por não higienizar as mãos antes de um atendimento, mas mal repreendemos um médico que grita, xinga ou ameaça um atendente de enfermagem por ter feito um procedimento correto. Egos inflados, hierarquia inconsistente, incentivos injustos, tratamento desigual de performance, estrutura verticalizada são influenciadores negativos na comunicação e, consequentemente, na performance da empresa.
RH - O que o senhor diria a um gestor que sente dificuldades de manter um bom relacionamento com seus liderados, devido a uma comunicação deficiente?
Eduardo Carmello - Elimine a cortesia e a polidez que mantêm o status quo, que disfarça o medo e o receio da equipe em se expressar franca o honestamente. Por detrás de toda a prudência na comunicação, pode se esconder relacionamentos doentes ou dissimulados. Não espere pelo verdadeiro feedback somente quando o funcionário for embora ou não tiver mais nada a perder. Permita que sua equipe demonstre as incongruências de seu papel e da estratégia. Permita que a equipe se expresse confiavelmente e garanta que não haverá punição pelo feedback objetivo e verdadeiro. Crie junto com eles planos para construir procedimentos e competências mais coerentes com os verdadeiros objetivos da organização. Aprenda a ouvir para refletir sobre novas ideias e realidades, promovendo mudanças consistentes e eficazes.
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