Os mais céticos diriam que foi só uma coincidência. Os
mais espiritualistas afirmariam que coincidências não existem e que se algo
acontece, existe uma razão para ser…
De qualquer forma, o fato é que eu estava refletindo
sobre o quanto os julgamentos precipitados levam as pessoas a conflitos
desnecessários, quando recebi por email a historinha abaixo:
“Uma garotinha segurava em suas mãos duas maçãs. Seu pai
se aproximou e lhe pediu com um belo sorriso: ‘filha, você poderia dar uma de
suas maçãs para o papai?’ A menina levanta os olhos para seu pai durante alguns
segundos e morde subitamente uma das maçãs e, logo em seguida, a outra.
O pai sente seu rosto se esfriar e perde o sorriso. Ele
tenta não mostrar sua decepção quando sua filha lhe dá uma de suas maçãs
mordidas.
A pequena olha para seu pai com um sorriso de anjo e diz:
‘É essa a mais doce, papai.’
Assim como o pai nessa história, temos, muitas vezes, a
tendência de fazer julgamentos precipitados sobre a ação dos outros.
O nosso próprio instinto de sobrevivência, aliado à
pressa do dia a dia, faz com que não retardemos os nossos julgamentos sobre as
pessoas.
E, com isso, não concedemos ao outro a oportunidade de
poder se explicar quando faz algo que não gostamos. Não perguntamos por que ele
faz o que faz, apenas atribuímos um valor àquilo que vemos que o outro faz.
A verdade é que, na grande maioria das vezes, quando uma
ação nos parece errada, não procuramos entender o motivo que desencadeou tal
situação!
Por isso, tantas vezes entramos em conflito com o outro e
ele nem imagina que estamos aborrecidos ou insatisfeitos.
Agora, por um momento, imagine como as relações se
tornariam mais fáceis se, ao invés de fazer julgamentos precipitados,
tivéssemos o hábito de perguntar ao outro quais os seus motivos para agir de
determinada maneira.
Imagine como os conflitos seriam minimizados se, ao invés
de rotular o outro a partir de nossa visão de mundo, optássemos por tentar
compreender como o outro percebe a realidade.
E vale lembrar que, certamente, essa mudança de atitude
não traria apenas ganhos abstratos…
Estudos revelam que os custos com conflitos nas empresas
americanas (apenas nas americanas) são da ordem de 360 bilhões de dólares por
ano. Por isso, melhorar as relações e minimizar os conflitos é algo que faz
muito bem para o emocional das pessoas, e também, para o caixa das empresas.
Diante disso, os fatos são bastante simples, mas bastante
impactantes: perguntar mais antes de julgar e ouvir melhor antes de agir
aumenta a saúde do bolso e melhora o estado da alma, seja você uma pessoa que
se posiciona do lado dos mais céticos ou do lado dos mais espiritualistas.
Por
Flávio Lettieri
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