quarta-feira, 18 de novembro de 2015

O risco dos julgamentos precipitados

Os mais céticos diriam que foi só uma coincidência. Os mais espiritualistas afirmariam que coincidências não existem e que se algo acontece, existe uma razão para ser…

De qualquer forma, o fato é que eu estava refletindo sobre o quanto os julgamentos precipitados levam as pessoas a conflitos desnecessários, quando recebi por email a historinha abaixo:

“Uma garotinha segurava em suas mãos duas maçãs. Seu pai se aproximou e lhe pediu com um belo sorriso: ‘filha, você poderia dar uma de suas maçãs para o papai?’ A menina levanta os olhos para seu pai durante alguns segundos e morde subitamente uma das maçãs e, logo em seguida, a outra.

O pai sente seu rosto se esfriar e perde o sorriso. Ele tenta não mostrar sua decepção quando sua filha lhe dá uma de suas maçãs mordidas.

A pequena olha para seu pai com um sorriso de anjo e diz: ‘É essa a mais doce, papai.’

Assim como o pai nessa história, temos, muitas vezes, a tendência de fazer julgamentos precipitados sobre a ação dos outros.

O nosso próprio instinto de sobrevivência, aliado à pressa do dia a dia, faz com que não retardemos os nossos julgamentos sobre as pessoas.

E, com isso, não concedemos ao outro a oportunidade de poder se explicar quando faz algo que não gostamos. Não perguntamos por que ele faz o que faz, apenas atribuímos um valor àquilo que vemos que o outro faz.

A verdade é que, na grande maioria das vezes, quando uma ação nos parece errada, não procuramos entender o motivo que desencadeou tal situação!

Por isso, tantas vezes entramos em conflito com o outro e ele nem imagina que estamos aborrecidos ou insatisfeitos.

Agora, por um momento, imagine como as relações se tornariam mais fáceis se, ao invés de fazer julgamentos precipitados, tivéssemos o hábito de perguntar ao outro quais os seus motivos para agir de determinada maneira.

Imagine como os conflitos seriam minimizados se, ao invés de rotular o outro a partir de nossa visão de mundo, optássemos por tentar compreender como o outro percebe a realidade.

E vale lembrar que, certamente, essa mudança de atitude não traria apenas ganhos abstratos…

Estudos revelam que os custos com conflitos nas empresas americanas (apenas nas americanas) são da ordem de 360 bilhões de dólares por ano. Por isso, melhorar as relações e minimizar os conflitos é algo que faz muito bem para o emocional das pessoas, e também, para o caixa das empresas.

Diante disso, os fatos são bastante simples, mas bastante impactantes: perguntar mais antes de julgar e ouvir melhor antes de agir aumenta a saúde do bolso e melhora o estado da alma, seja você uma pessoa que se posiciona do lado dos mais céticos ou do lado dos mais espiritualistas.

Por Flávio Lettieri



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