Mergulhar na mitologia grega nos ensina, por meio de suas aventuras, a refletir sobre nossas atitudes e comportamentos. Estes são universais e aprendidos através das gerações.
Heróis e vilões são perpetuados para que possam ser preservados parâmetros de ética, valores e aquilo que a sociedade espera de nós.
Assim, este texto mitológico, fala de heróis que admiramos e nos quais nos tornamos enquanto Pessoa/ Profissional. Conhecer o nosso mito admirado, trazendo- o para a consciência, nos possibilita o livre arbítrio, a escolha do que é adequado para nós e para o meio circundante.
O Mito do Herói é hoje um dos mais requisitado pelas empresas; esses mitos se apresentam seguindo três tipos gerais, quais sejam:
O Herói Salvador: Oriundo do Grande Pai, o que cuida de todos. É o que informa, contesta, luta pela verdade, provoca grandes mudanças. Traz idéias revolucionárias, capaz de com uma só bala (idéia) mudar o Status Quo.
Morre normalmente antes do processo se completar. Da mesma forma, o gerente que, para conseguir os objetivos, usa da veemência e das verdades absolutas, está eternamente em luta pelos ideais, pelas metas e retidão, acaba sendo o idolatrado/odiado tornando-se o porta voz do grupo/ empresa, acaba sendo queimado.
Tenta resolver tudo sozinho, pois sua missão é ser o herói salvador, muitas vezes quando saí do processo as pessoas terminam suas idéias, que eram boas só faltou que ele tivesse paciência e sabedoria de buscar parcerias.
Você se vê assim?
O Herói Libertador: Guerreiro, combate pelos fracos e pelos problemas; a função é libertar e cavalgar até o próximo povoado. Oposto ao tirano, busca a colheita para o povo. O gerente com estas características está sempre rodeado por pessoas "incapazes" pois assim reconhece sua força quando os ajuda e os guia para as soluções dos problemas. Terminando os problemas, termina sua motivação, acabando, assim, sua missão.
O herói libertador faz parcerias e, as pessoas por um tempo ficam agradecidas, depois percebem que precisam crescer sozinhas. Este perfil é do gerente que sempre percebe o problema antes de todos e movimenta o processo. Se você tem este perfil, aprenda a reconhecer a força e competência do outro para poder mobilizar o seu "melhor " e o " melhor " do outro.
O Herói Estrategista: Sempre lutando, arquitetando o cavalo de Tróia para conseguir o intento, para lidar com as questões, e conquistar o reino. É o gerente sempre planejando algo para grandes situações, podendo cumprir as metas e ganhar mais uma fatia no mercado. De olho nas oportunidades, desanima-se quando não as vê.
A meta deste herói é matar os dragões para conseguir a princesa e libertá-la do perigo. Seu foco é mais no mercado do que dentro da organização, planejando nem sempre dimensiona os recursos internos para alcançar seu intento, se não tomar cuidado vira pessimista para aplicar sua força estratégica. Se você se aproxima deste perfil, faça uma aferição na sua leitura e acredite que outra pessoa é capaz de grandes diagnóstico também e antes da ação dimensione os recursos para não ter muitos desgastes no processo.
Os gerentes precisam ser os heróis do seu mundo profissional para realizar o objetivo no mundo empresarial. O problema surge quando ele exacerba quaisquer daqueles tipos, tornando-se um profissional que percebe os obstáculos e analisa os problemas só com a lente de seu tipo.
Dom Quixote "precisava ver" dragões nos moinhos para ter com quem lutar.
Enfrentar as dificuldades como um herói não é, jamais, negar esta identidade, mas é trazer junto o Arquétipo do Herói Feminino:
Herói Feminino: oposto aos heróis masculinos, que saem para conquistar o externo, o herói feminino busca a conquista interna, a conquista de si mesmo. Não usa a espada, analisa-se, não para se condenar mas para a expansão das suas possibilidades. Utiliza a intuição e ouve sua sabedoria interna.
A meta do herói feminino é aprisionar o gênio na garrafa para usar seus poderes sempre que necessário. Mas é um herói que não realiza, que precisa do herói masculino para a conquista externa, a sabedoria está dentro dele mas não a expõe.
Os profissionais que contra-atacam os problemas só com o jeito masculino, e não buscam uma auto reflexão, são agressivos ao atingir o objetivo; muitas vezes pagando um preço alto com isto, somatizando o stress ou comprometendo suas relações com os outros: parceiro, família....
Os profissionais que só utilizam o feminino e não usam a competência para o externo, ficam mais em si mesmos; não trazem benefícios aos outros e tem dificuldade de realizar.
O mercado, hoje, precisa de profissionais que tenham a dimensão exata dos problemas, sejam heróis masculinos, voltados para as conquistas externas, mas que tenham o feminino como alicerce de si mesmos, o que os habilita a dar continuidade aos processos e projetos.
Poderíamos nos perguntar qual é o nosso tipo? Como temos utilizado este talento de herói? Qual o herói que ajudaria a compor melhor nosso desempenho?
Joceli Drummond
Fonte:
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