Você já experimentou degustar alguma guloseima preparada por
quem realmente gosta de cozinhar? É muito diferente da comida preparada por
alguém que, mesmo trabalhando como cozinheiro, aceita esse trabalho como uma
única opção para sobrevivência, sem realmente gostar do que faz.
O mais incrível é que, mesmo
se ambos utilizarem ingredientes iguais e seguirem o mesmo modo de preparo, é
sensível a diferença no sabor e na apresentação do prato. Isso se dá por
existir um pequeno diferencial entre os dois casos: Fazer o que gosta.
Se você trabalha naquilo que
gosta, é certo que os resultados serão melhores.
É como colocar alguém que tem
grandes habilidades de comunicação e relacionamento para trabalhar no setor
fiscal de uma empresa, controlando documentos, sem nenhum contato com outras
pessoas. Imagine como se sairia o físico nuclear que, habituado à trabalhar
horas à fio sozinho em seu laboratório, se vê na profissão de vendedor,
relações públicas ou apresentador de programas de auditório.
Concordo que todos nós somos
capazes de adaptar-se à nova realidade e aprender as técnicas necessárias à boa
atuação profissional, porém, nada supera a performance cheia de entusiasmo e
motivação típica de alguém que trabalha exatamente naquilo que gosta de fazer.
Alguns anos atrás, o
Institute of Management da Universidade de Manchester (EUA) fez uma pesquisa
com 5 mil gerentes para o estudo “Qualidade de Vida no Trabalho”. Entre as
revelações estavam:
71% disseram que o trabalho
estava fazendo mal a sua saúde;
79% disseram que o trabalho
estava prejudicando o relacionamento com o cônjuge;
68% disseram que com o passar
do tempo reduziram sua produtividade.
A grande causa apontada era
essa: Não estavam satisfeitos com o que fazem.
Na cultura economicista em
que vivemos, é comum acreditar que trabalho não combina com diversão. Trabalho
lembra muito esforço e sacrifício e pouca terapia. É como se prazer fosse uma
distorção do trabalho e não coubesse no mesmo local e horário. Vale lembrar que
divertir-se com o que faz não significa falta de seriedade no trabalho.
Significa uma nova maneira de encarar o dia a dia nas empresas, com mais
equilíbrio, saúde e criatividade.
Busque fazer o que gosta,
invista em si mesmo e evite atuar em algo somente porque está na moda ou porque
dá mais dinheiro.
Mas atualmente está difícil
fazer o que gosta? Então tente gostar do que faz. Tenha mais descontração e bom
humor, busque um bom entendimento de sua missão e procure pontos positivos, em
vez de focar somente o que está mal. E o principal: não desista de seus
objetivos. Sempre é hora de começar um novo curso, reavivar um antigo projeto e
retomar as rédeas de sua carreira. Isso independe do tempo disponível ou idade.
É questão de vontade.
Marcelo de Elias
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