quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Employer Branding – uma nova alavanca na Gestão de Talentos


A gestão de talentos está na agenda de todo CEO que honre seu posto. Ao mesmo tempo em que a mídia nos apresenta a necessidade de um adicional de oito milhões de profissionais no Brasil, o país possui o mesmo número de desempregados. Fica nítida a importância da qualificação de nossos cidadãos, para que consigamos ser uma nação realmente desenvolvida. Em decorrência, as organizações vivem a tão propalada guerra por talentos, cabendo às empresas criarem estratégias diferenciadas para atrair, desenvolver e reter seus colaboradores.

O RH precisa estar cada vez mais próximo das competências de marketing e vendas para criar e apresentar uma proposta de valor atraente aos talentos atuais e potenciais da organização. É neste contexto que desponta o conceito de Employer Branding, o qual já é difundido na Europa e nos EUA desde os anos 1990, mas hoje representa para as empresas brasileiras uma nova possibilidade de diferencial competitivo.

Primeiramente é importante entender que talento não é necessariamente um profissional com desempenho e/ou potencial acima da média. Em um mundo onde a oferta de profissionais não atende à demanda, talento é a pessoa certa no trabalho certo. Por sua vez, a Gestão de Talentos é a logística de identificar estrategicamente os talentos necessários no curto, médio e longo prazos, provê-los no momento e local adequado, desenvolvê-los e mantê-los. Finalmente, o Employer Branding mostra-se como uma importante metodologia para dar este caráter estratégico e de inteligência ao RH.

O conceito tem origem na escola do marketing, em cujo cerne está à busca da satisfação e encantamento dos clientes. Pense em alguma marca que você estima. Imagine agora criarmos esta mesma sensação em relação ao trabalho/emprego oferecido por uma organização. E se as pessoas desejassem fazer parte e se engajar ao propósito do seu negócio? Este é o maior objetivo do conceito: potencializar o engajamento dos atuais e também dos potenciais empregados da organização.

Ter uma Employer Brand não é um luxo dos RHs mais contemporâneos. Simplesmente o fato de existir como empregador já faz com que seu negócio possua uma marca de emprego. Então, o que é melhor: gerenciá-la ou deixá-la acontecer por acidente? Sendo assim, fica nítido porque oito em dez organizações estão considerando o conceito como uma das alavancas fundamentais para a Gestão de Talentos. Entretanto, se sua organização está apenas no começo desta nova onda, saiba que você não está só: grande parte das organizações brasileiras e até mesmo mundiais ainda está nos estágios iniciais de implementação.

O primeiro passo é entender que o conceito de marca é muito mais que um logotipo, mas sim o conjunto de atributos e sentimentos que diferenciam um negócio, produto ou sistema de outro. O segundo passo é entender qual o DNA da sua marca: conferir garantia, diferenciar atributos ou congregar pessoas? Uma armadilha é querer que sua marca tenha os três vetores simultaneamente. Alinhe o planejamento da sua marca com o planejamento estratégico do seu negócio e muitos erros serão evitados. Uma dica é ter o presidente como o governante da marca.

O terceiro passo é definir a sua Employment Value Proposition - EVP, ou seja, uma proposta de valor com os atributos que diferenciam o emprego na sua organização de outros empregos no mercado nacional e até mesmo global. O quarto passo é validar esta EVP e comunicá-la devidamente entre os devidos públicos, customizando regionalmente sempre que necessário a EVP global. Finalmente, e extremamente importante, devem ser monitoradas métricas que comprovem que a estratégia definida foi bem-sucedida.

Uma lição aprendida neste tipo de trabalho é que a organização deve criar uma proposta de valor significativa para um devido público. Como disse John Kennedy, "O segredo do sucesso é não querer agradar a todos". Esta promessa, por sua vez, deve ser entregue em todos os momentos da verdade, que são todas as experiências que os potenciais e atuais empregados vivenciam em relação ao emprego oferecido por sua organização. Estes momentos correspondem ao ciclo de vida do colaborador na organização, desde o momento em que é influenciado pelas mensagens do negócio (propagandas, chamadas de recrutamento etc.) até a experiência de desligamento.

Os casos de implementação da metodologia de Employer Branding revelam que o retorno sobre este investimento é bastante positivo. Os ganhos com a redução do tempo de preenchimento de vagas, redução deturnover e absenteísmo, e aumentos de produtividade, dentre outros benefícios, mostram-se superiores ao investimento no projeto e governança do conceito na organização. Nos primórdios do capitalismo os negócios disputaram terras e recursos naturais, depois foram os clientes e os capitais, e agora, quem não souber criar as formas mais efetivas de atrair e reter talentos comprovará sua inaptidão para participar do ambiente contemporâneo de negócios. E sua organização, está refém da guerra de talentos ou resolveu investir nas suas fortalezas?


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