Há
alguns dias, estive no lançamento da mais nova obra de John Maxwell, chamado Livro de Ouro da Liderança, reunindo os princípios mais
importantes destilados em cerca de 40 anos de estudos. Maxwell já vendeu mais
de 13 milhões de livros, e escolheu o Brasil para lançamento de seu trabalho
mais recente.
Durante o talk show organizado pela Thomas Nelson Brasil, na livraria Cultura, alguém perguntou como poderia ajudar seus filhos a liderarem suas vidas.
Maxwell
pensou um pouco e disse: ‘quando
eu era menino, os garotos da vizinhança recebiam mesada para jogar o lixo da
casa, cortar a grama ou arrumar a bagunça do quintal. Então, fui até meu pai e
disse: ‘o filho do vizinho recebe uma mesada para ajudar em casa. Eu acho que
mereço também’. Ele me olhou nos olhos e respondeu: ‘você faz parte da família,
John, e o trabalho de casa todos nós fazemos e ninguém recebe por isso. Se você
acha que tem que receber, antes vou descontar o seu custo, que inclui os nove
meses que sua mãe o carregou na barriga. Você ainda vai ficar devendo’.
Nunca
mais pedi mesada pelo trabalho em casa, continuou Maxwell. Mas meu pai pagava
uma mesada. Só que era diferente. Ele pagava a mim e meus irmãos para nós
lêssemos livros. Ele trazia um livro para cada um de nós. Então, todos os dias
durante o jantar tínhamos que falar sobre as idéias do autor e qual nossa
opinião sobre o capitulo que havíamos lido.
Assim,
todos os dias líamos algumas páginas e falávamos sobre isso ao jantar. Quando
terminávamos o livro, meu pai dava o preço de capa do livro para nós, em
mesada. Assim, se um livro custava o equivalente a 30 reais, era o que ele nos
pagava, depois de terminada a leitura. Isso nos ensinou a ler e entender os
livros – coisa que muitos garotos americanos não conseguem fazer hoje – porque
tínhamos que explicar o que estávamos lendo, para ele e minha mãe. Além disso,
aprendemos a terminar os livros, o que hoje os especialistas chamam de
acabativa, que é o que falta para muita gente. Até porque, para que pudéssemos
receber a mesada, tínhamos que ler até a última página.
Em
terceiro lugar, aprendi a não trocar dinheiro pelo tempo de trabalho, como faz
a maior parte das pessoas, mas pela qualidade do meu trabalho. Trabalhamos
muito tempo em muitas situações diferentes de graça, para outros, apenas para
que pudéssemos aprender alguma coisa. Isso deixou meu irmão milionário. E eu e
minha irmã também não podemos reclamar. Já vendi mais de 13 milhões de livros –
e olha que faço isso no meu tempo livre. Até hoje somos voluntários em alguma
atividade.
Por último, descobri que isso me tornou muito mais maduro, na escola e na vida. Eu não era, nem sou, mais inteligente que os outros, nem memorizava melhor as informações. Também não tirava notas mais altas que meus colegas.
Mas
descobri que isso não é tão importante. Descobri que nossas escolhas é que são
importantes. Quando olhava para as escolhas dos meus colegas, me perguntava
como podiam fazer escolhas tão pobres. Quando os via trocando a chance de
aprender mais, por alguma festa, um show, ou mais uma saída com os amigos, mais
uma loucura qualquer, na universidade, comecei a ver que eu era diferente.
Quando os via torrando seus últimos dólares em um carro, ou em alguma idéia
mirabolante, achava incrível seus valores – ou a falta deles. Tinha me tornado
diferente, porque passei anos lendo o que eles não leram, aprendendo o que eles
não aprenderam e escolhendo ficar com pessoas que sabiam muito mais que eu, e
não as mais populares.
Meu pai também aparecia na escola, no meio da aula, e me tirava para assistir alguma palestra ou seminário de algum palestrante famoso que estava na cidade. Se era grátis, nós estávamos lá. Se dava para pagar, também. Os professores não entendiam porque ele nos ajudava a “cabular” aulas, mas ele dizia: a aula você pega com um colega. Assistir esta palestra novamente, talvez demore anos’. Assim, em aprendia o que ninguém aprendia, porque meus irmãos e eu éramos os únicos adolescentes nestas palestras.
Fiz
isso com meus filhos que, hoje, fazem com meus netos. Eu os pagava para que
pudessem ler e os levava para palestras, seminários e workshops nos quais
nenhum pai pensaria em levar os filhos. Porque informações nossos filhos terão
na escola, na internet ou em alguma enciclopédia. Mas as escolhas que eles
farão depende daquilo que existe dentro deles. E isso é marcado pelas pessoas
que os cercam, pelos livros que eles tiverem lido e pelo tempo de qualidade que
viveram com pessoas dispostas a ajuda-los. Isso, nenhuma escola vai ensinar.
Todos
os adolescentes que se tornam felizes, equilibrados em bem sucedidos, fazem
escolhas poderosas – algumas vezes, muito difíceis e impopulares”.
Escolhas.
Maxwell destaca a importância das escolhas para a sua vida e a de seus filhos.
Ajude os adolescentes a fazerem suas próprias escolhas, e eles saberão como
fazer o resto. Em seus casamentos, em seus empreendimentos e em sua vida
interior.
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