terça-feira, 26 de novembro de 2013

Até a roupa conta na hora de procurar emprego

Traje escuro, cabelo curto, ausência de barba e pouca maquiagem aumentam as chances dos candidatos

Se você conhecesse dois banqueiros gêmeos, um estivesse vestido com terno azul-marinho e outro com terno bege, para qual deles confiaria seu dinheiro? A maior parte das pessoas entregaria suas suadas economias para o de terno azul-marinho. É o que mostra pesquisa feita com 1.356 pessoas sobre o figurino ideal do executivo, especialmente aquele que procura emprego, realizada pela DINÂMICA RH, especializado em colocação de profissionais.

O azul escuro dá confiabilidade ao profissional - cores escuras de modo geral -, segundo 67% dos profissionais ouvidos. Assim como o sóbrio tailleur, o conjunto de saia e paletó, que se transformou numa espécie de uniforme feminino no mundo dos negócios. É o terno para mulheres, o traje preferido por 62,99% dos executivos que entrevistam candidatas.

Não há explicação lógica para as preferências, lembra o Consultor da DINÂMICA RH, LUIZ MOTTA. Impressões são impressões, e a experiência mostra que muitas vezes elas são mais determinantes para o sucesso do candidato do que o currículo.

O bom senso deve imperar nessa área, mas nem sempre é fácil. Como convencer uma mulher candidata que, mesmo se achando mais bonita e desejada pelo sexo oposto de cabelos longos, ela deve deixar essa lógica de lado quando o assunto é profissão? A DINÂMICA RH recomenda, sem dó: tesoura na cabeleira.

Os cabelos curtos para a candidata a um emprego são preferidos por 90,06% dos executivos. De acordo com LUIZ MOTTA, algumas não se rendem e demoram muito a conseguir uma colocação.

A exigência de maquiagem leve é outro ponto que costuma despertar o inconformismo das mulheres, tanto daquelas que detestam pintura no rosto como nas que adoram e por isso carregam demais. E a barba nos homens é um debate que chega a tomar dimensões inimagináveis em empresas de colocação pessoal. 

”Fidel Castro mantém sua barba somente porque não está procurando emprego", diz LUIZ MOTTA. "Mas até Fidel, quando quer passar uma imagem confiável, opta pelo terno azul marinho." Um exemplo disso pode ser visto no encontro com o papa. A imagem que percorreu o planeta foi a de um sóbrio Fidel, de terno escuro, ao lado de João Paulo II.

Cabelo comprido nos homens, nem pensar - é recusado por 99,7% dos entrevistadores. Nesse ponto, as exigências são pouco democráticas e a tesoura tem que funcionar nos salões masculinos ou femininos.

A mulher de estilo esportivo sai perdendo ainda em outro ponto, pois terá de abrir mão de suas calças compridas em entrevistas. E não apenas em entrevistas, mas na vida profissional como um todo, se quiser ser considerada em promoções. Somente 6,6% preferem candidatas de calças, segundo a pesquisa da DINÂMICA RH. Segundo LUIZ MOTTA, a explicação é simples: "machismo puro".

"Bom senso é o caminho", afirma. Mas em algumas ocasiões, nem isso vale, e sim as regras impostas. Numa entrevista na beira da praia, ao meio dia, no Rio de Janeiro, o candidato deve ir de terno azul-marinho, do mesmo jeito. "Ainda que o entrevistador esteja mais informal", avisa LUIZ MOTTA. Para saber por que, basta folhear as revistas de negócios do mundo inteiro, inclusive as brasileiras. Ninguém está quentinho com deliciosas sobreposições de blusas de lã nos países frios ou bermudas nos climas equatoriais. 

Costumes culturais muitas vezes são preservados no modo de vestir, mas com a globalização, cada vez menos aparecem em encontros políticos e de negócios.

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