Traje
escuro, cabelo curto, ausência de barba e pouca maquiagem aumentam as chances
dos candidatos
Se você
conhecesse dois banqueiros gêmeos, um estivesse vestido com terno azul-marinho
e outro com terno bege, para qual deles confiaria seu dinheiro? A maior parte
das pessoas entregaria suas suadas economias para o de terno azul-marinho. É o
que mostra pesquisa feita com 1.356 pessoas sobre o figurino ideal do
executivo, especialmente aquele que procura emprego, realizada pela DINÂMICA
RH, especializado em colocação de profissionais.
O azul
escuro dá confiabilidade ao profissional - cores escuras de modo geral -,
segundo 67% dos profissionais ouvidos. Assim como o sóbrio tailleur, o conjunto
de saia e paletó, que se transformou numa espécie de uniforme feminino no mundo
dos negócios. É o terno para mulheres, o traje preferido por 62,99% dos
executivos que entrevistam candidatas.
Não há
explicação lógica para as preferências, lembra o Consultor da DINÂMICA RH, LUIZ
MOTTA. Impressões são impressões, e a experiência mostra que muitas vezes elas
são mais determinantes para o sucesso do candidato do que o currículo.
O bom senso
deve imperar nessa área, mas nem sempre é fácil. Como convencer uma mulher
candidata que, mesmo se achando mais bonita e desejada pelo sexo oposto de
cabelos longos, ela deve deixar essa lógica de lado quando o assunto é
profissão? A DINÂMICA RH recomenda, sem dó: tesoura na cabeleira.
Os cabelos
curtos para a candidata a um emprego são preferidos por 90,06% dos executivos.
De acordo com LUIZ MOTTA, algumas não se rendem e demoram muito a conseguir uma
colocação.
A exigência
de maquiagem leve é outro ponto que costuma despertar o inconformismo das
mulheres, tanto daquelas que detestam pintura no rosto como nas que adoram e
por isso carregam demais. E a barba nos homens é um debate que chega a tomar
dimensões inimagináveis em empresas de colocação pessoal.
”Fidel Castro mantém sua barba somente porque não está procurando emprego", diz LUIZ MOTTA. "Mas até Fidel, quando quer passar uma imagem confiável, opta pelo terno azul marinho." Um exemplo disso pode ser visto no encontro com o papa. A imagem que percorreu o planeta foi a de um sóbrio Fidel, de terno escuro, ao lado de João Paulo II.
Cabelo
comprido nos homens, nem pensar - é recusado por 99,7% dos entrevistadores.
Nesse ponto, as exigências são pouco democráticas e a tesoura tem que funcionar
nos salões masculinos ou femininos.
A mulher de
estilo esportivo sai perdendo ainda em outro ponto, pois terá de abrir mão de
suas calças compridas em entrevistas. E não apenas em entrevistas, mas na vida
profissional como um todo, se quiser ser considerada em promoções. Somente 6,6%
preferem candidatas de calças, segundo a pesquisa da DINÂMICA RH. Segundo LUIZ
MOTTA, a explicação é simples: "machismo puro".
"Bom
senso é o caminho", afirma. Mas em algumas ocasiões, nem isso vale, e sim
as regras impostas. Numa entrevista na beira da praia, ao meio dia, no Rio de
Janeiro, o candidato deve ir de terno azul-marinho, do mesmo jeito. "Ainda
que o entrevistador esteja mais informal", avisa LUIZ MOTTA. Para saber
por que, basta folhear as revistas de negócios do mundo inteiro, inclusive as
brasileiras. Ninguém está quentinho com deliciosas sobreposições de blusas de
lã nos países frios ou bermudas nos climas equatoriais.
Costumes culturais muitas vezes são preservados no modo de vestir, mas com a globalização, cada vez menos aparecem em encontros políticos e de negócios.
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