quinta-feira, 13 de junho de 2013

Mudanças trazem novas possibilidades; esteja pronto para elas

Todo ser humano estabelece na vida algumas relações e alguns papéis. Somos filhos, irmãos, pais, maridos ou esposas. Somos empresários ou empregados, somos amigos e parentes de muitas outras pessoas. Todas essas relações normalmente têm um começo, um desenrolar, uma história e, muitas vezes, um fim. Nossos sentimentos e comportamentos em relação a cada um desses papéis divergem bastante, mas normalmente têm uma essência de nós, uma natureza que acaba se repetindo de alguma maneira em cada papel ocupado.

Todas as rupturas que acontecem em nossa vida causam sentimentos de perda e, por consequência, fases onde temos de lidar com uma nova realidade. Quando somos demitidos não é diferente. Aquele vínculo, muitas vezes estabelecido por muitos anos, é cortado por nossa vontade ou por vontade da organização. Na verdade, depois de algum tempo, quem iniciou o “desfazer” do vínculo já não importa mais, pois o que fica são os sentimentos com os quais temos de lidar.

Muitos profissionais pensam que somente as pessoas da categoria “empregados” podem passar por uma demissão. Mas, nesses anos todos da minha experiência lidando com esse tema, tenho percebido que, na verdade, qualquer um pode ser de alguma forma “demitido”. Já vi muitos empresários, donos do próprio negócio, passarem por sentimentos muito similares aos dos profissionais do mercado, quando suas empresas não dão certo e por isso são obrigados a fechar as portas. Eles passam um tempo se perguntando onde erraram, o que poderiam ter feito diferente. Passam pela mesma curva de comportamentos, que vai desde a negação, rejeição, até a aceitação e a nova performance.

Acho que o mesmo sentimento acontece no divórcio, por exemplo. De alguma maneira um dos cônjuges diz: “não quero mais, acabou”. As relações são diferentes, talvez as implicações também sejam, mas os sentimentos envolvidos são similares.

Não creio que exista uma fórmula secreta para se passar melhor por essas situações de perda. Mas sei que quanto mais rápido nossa autoestima “se levantar”, maiores serão nossas chances de que a situação volte ao normal de alguma forma. Esse é um movimento que vem de dentro para fora. As pessoas o vivem de forma diferente, em um ritmo diferente e se recuperam também por meio de coisas diferentes. Freud dizia que nada melhor para curar um “luto” do que um “objeto” que substitua o “objeto” perdido. Em muitas dessas situações depende mais, ou menos, de nós a substituição do “objeto” perdido.

O mais importante aqui é lembrar que afinal, somos seres humanos e que seremos de uma forma ou de outra impactados por essa perda. Mas também é importante ressaltar que podemos dar uma forcinha para nós mesmos. Como fazer isso? Fazendo com que a perda tenha uma resposta de solução mais rápida e as autoacusações e os pensamentos de baixa autoestima possam ser substituídos por afirmações mentais positivas.

O policiamento mental é fundamental. Somente cada um de nós pode exercê-lo, uma vez que Deus nos deu a capacidade maravilhosa da liberdade de pensarmos o que quisermos. Não controlamos os fatos que acontecem em nossas vidas, mas com certeza podemos controlar as atitudes que temos em relação a eles. Portanto, dependerá de nós o encurtamento dessa fase de perda e o enxergar de novas possibilidades.

No final, o que sempre percebemos é que o novo traz possibilidades e a capacidade de inovar que talvez estivesse “dormindo” dentro de nós. Muitas vezes, a mudança não acontece quando somos os únicos responsáveis por ela.

Por Elaine Saad, especialista em Recursos Humanos.


Nenhum comentário:

Postar um comentário