sexta-feira, 28 de junho de 2013

A liderança do século XXI


O fenômeno da liderança é indubitavelmente um dos assuntos mais comentados, discutidos e estudados neste mundo organizacional moderno. Treinamentos, palestras, novas publicações são apenas algumas estratégias de desenvolvimento de competências que empresas dos mais variados segmentos utilizam para otimizar o potencial de seus líderes.

Mas qual será o elemento mais importante para aumentar o potencial dos líderes organizacionais e, consequentemente, de suas respectivas equipes?

Para responder essa importante questão, cito uma frase do célebre Vinicius de Moraes: 

"A vida só se da para quem se deu".

Transferindo o pensamento do exímio poeta para o cotidiano dos líderes atuais, pode-se auferir que muito embora práticas de desenvolvimento de competências sejam importantes para a otimização dos resultados de líder/liderados, o mais relevante é liderar com base nos relacionamentos. Nossos líderes precisam entender que não basta ter os "braços" dos trabalhadores a serviço de uma equipe, e sim conquistar suas "cabeças" e seus "corações", pois somente dessa maneira é possível empregar o melhor de cada seguidor a disposição das metas e objetivos traçados.

Outro pressuposto elementar que contextualiza a liderança praticada neste século XXI é a capacidade que o líder deve ter para inspirar seus seguidores. É preciso fazer a equipe acreditar que as metas e os objetivos serão angariados, e que o mérito será do conjunto, independendo dos cargos e funções exercidos. James Kouzes e Barry Posner na célebre obra "O novo desafio da Liderança", denominam a postura supracitada como Visão Compartilhada, onde toda equipe consegue compreender e se engajar em objetivos únicos, mesmo sabendo que existem diferenças de atribuições e salariais entre seus membros.

Abaixo cito algumas estratégias para extrair o melhor de cada liderado dentro de uma equipe:

A - Entenda quais são as pretensões e os sonhos de cada um de seus liderados, e se coloque como um facilitador para que os mesmos alcancem seus anseios.

B - Seja um bom ouvinte. Para isso sugiro que você ouça até aquilo que o contradiga, tomando decisões democráticas.

C - Seja um administrador dos sentidos. É fundamental que cada membro do grupo sinta-se importante e compreenda quais são suas funções e como elas impactam nos resultados da equipe.

D - Quanto menos "segredos" existirem entre líder e liderados melhores serão os resultados da equipe. Na medida do possível, sua equipe deve saber absolutamente de tudo, pois isso perpassa confiança e credibilidade.

E - Trace metas e objetivos ousados, transmitindo confiança e uma visão empreendedora. Lembre-se que o pensamento medíocre atrai metas e objetivos limitados.

Para finalizar menciono uma frase de um dos maiores esportistas que o Brasil já teve, Ayrton Senna, que ao ser indagado sobre seus êxitos respondeu:

"Para conseguir sucesso temos que empregar toda nossa força e superar nossos limites todos os dias".

Concluo afirmando que o maior desafio dos líderes atuais é empregar todo esforço e dedicação na melhoria dos relacionamentos interpessoais com seus liderados, pois estes são os alicerces para construção de uma equipe vitoriosa neste século XXI. 

Motivação: essência para a sobrevivência da empresa


Que empresa não gostaria de contar com uma equipe extremamente motivada e comprometida com o negócio? Certamente, esse é o desejo de qualquer organização que deseja sobreviver a uma competitividade cada vez mais acirrada. Por esse motivo, as companhias buscam alternativas, criam programas motivacionais, mas que nem sempre alcançam os resultados esperados. Onde está o erro? Infelizmente, há empresas que imaginam que promover ações esporádicas garantirá equipes estimuladas a superar obstáculos.
No entanto, há estudos que comprovam que nem sempre oferecer um salário atraente é suficiente para reter um talento. Hoje, por exemplo, não são poucos os profissionais que procuram uma nova colocação ou aceitam o convite da concorrência, porque desejam manter o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional. É errado, então, oferecer atrativos diferenciados? Não, de forma alguma. Então, como proceder para manter os colaboradores motivados com as atividades que realizam? Para responder essa e outras questões, o RH.com.br conversou com Roberto Vieira Ribeiro, consultor que dedica anos de trabalho para reverter quadros de apatia nas organizações.
"Questões como a sensação de segurança, de compatibilizar o horário de trabalho com outras atividades importantes para o desenvolvimento profissional, pessoal ou social, ser pai ou mãe mais presente, enquanto atua profissionalmente em alto nível, contribuem significativamente para estimular a motivação entre os talentos", assegura Roberto Vieira Ribeiro. Se você observa que os integrantes da sua equipe ou empresa apresentam sinais claros de desmotivação, essa é uma boa oportunidade para parar e ler essa entrevista. Confira a leitura na íntegra!

RH.com.br - Há especialistas da área motivacional que afirmam que a motivação profissional depende de fatores intrínsecos e extrínsecos. O senhor concorda com essa colocação?
Roberto Vieira Ribeiro - Em se tratando da motivação no ambiente de trabalho eu concordo que ela é influenciada por esses dois fatores. Que ela dependa deles, não. Porque a motivação é interna ao indivíduo e está relacionada ao que ele necessita, prioriza e valoriza. Quanto mais o exercício da profissão promover esses fatores e a pessoa sentir isso, tanto maior será a sua motivação. O que é um terreno fértil para os gestores trabalharem. Vou dar um exemplo. Eu sou coach de profissionais que estavam com baixíssima motivação devido a fatores como o ambiente organizacional e à maneira como eram liderados. Alguns já procuravam outra colocação. Após conquistar a confiança deles trabalhamos a questão da motivação, e eles concluíram que a função que exerciam naquela empresa contribuía tremendamente para o que valorizavam conquistar. Houve um salto de qualidade motivacional. Isso, apesar de alguns fatores extrínsecos que deixavam a desejar.

RH - Quais os fatores extrínsecos mais marcantes no meio organizacional?
Roberto Vieira Ribeiro - Espero que sejam as iniciativas que fazem os colaborares se sentir melhor, na empresa em que trabalham. Não me refiro a um ambiente mais bonito ou confortável, que também tem a sua importância, nem tão pouco a quirelas como uma vaga vip no estacionamento, e sim, àquelas medidas com grande potencial de mexer com as emoções das pessoas, na medida em que melhoram sua qualidade de vida, e até mesmo das suas famílias. Questões como a sensação de segurança, de saber que o filho está bem assistido, de compatibilizar o horário de trabalho com o de outras atividades que consideram importantes para seu desenvolvimento profissional, pessoal ou social, de evitar o estresse e aproveitar melhor o tempo despendido no trânsito, de ser pai ou mãe mais presente, enquanto atua profissionalmente em alto nível e assim por diante. Por exemplo, quando a empresa cria uma creche, ao permitir o horário de trabalho flexível, viabilizar para que as pessoas trabalhem remotamente, ou disponibilizar recursos para o colaborador cresça e se desenvolva. As sensações a que me referi são necessidades intrínsecas, que ao serem atendidas por medidas que são extrínsecas causam impacto intrínseco - maior motivação, com inúmeros resultados extrínsecos que interessam a organização - produtividade, clima organizacional positivo, orgulho de pertencer, maior comprometimento, lealdade, entre outros, podendo chegar a ganhos de mercado e a melhores resultados no balanço da empresa.

RH - Qual o equívoco mais comum que as empresas cometem, ao investirem em ações motivacionais?
Roberto Vieira Ribeiro - Imaginando ações motivacionais iniciativas como as campanhas de incentivos, nesse caso, o equívoco, se é que acontece, é o de supor que na ausência desse reforço o comportamento desejado permanecerá ou de que a alegria demonstrada no ambiente festivo da campanha significa maior compromisso ou lealdade com a empresa. Que a mobilização produzida por uma palestra bem-sucedida vai resultar em maiores vendas, ou ainda que o que as pessoas aparentam durante as convenções e outros eventos representam o que elas sentem, de fato. A verdade é que, assim como os gestores que organizam tais eventos, os demais colaboradores costumam jogar o jogo de aparências, praticando o que dizem ser politicamente correto. Tais ações podem ser denominadas motivacionais, podem inclusive entregar os resultados que prometeram, mas pouca ou nenhuma relação tem com a verdadeira motivação.

RH - A evidência desse equívoco deve-se a que fatores: falta de experiência de quem conduz o processo ou à "ânsia" de querer reverter um quadro de apatia corporativa?
Roberto Vieira Ribeiro - O fato é que o tema motivação é polêmico. Basta, por exemplo, você acessar a internet e pesquisar o tema "motivação versus dinheiro", para conferir que pesquisas consideradas críveis indicam que o dinheiro está longe de figurar entre os principais motivadores. Porém, muitos leitores desses resultados os questionam. Eu não sou um deles, embora, não dispense bons honorários e entenda que os chamados fatores motivacionais extrínsecos podem ser instrumentos importantes para os resultados dos colaboradores e das empresas.

RH - Ações motivacionais necessitam obrigatoriamente de investimentos financeiros significativos?
Roberto Vieira Ribeiro - Obrigatoriamente, não. Há inúmeros casos em que o talento criativo viabilizou resultados "motivacionais" grandiosos. Convido novamente os leitores do RH.com.br a pesquisarem na internet. Encontraremos ideias ótimas que são simples de serem praticadas. E também outras mais elaboradas, que eu questiono se vale à pena correr o risco. Isso porque vão demandar acompanhamento intenso e competente em todas as fases, e falhas mínimas podem comprometer os resultados. E depois, na ausência delas, provavelmente, haverá frustração e desmotivação. Trabalhar consistentemente a motivação dos colaborares traz retorno para a empresa, porém, exige conhecimento de causa e tempo. Ocorre que é comum, geralmente por questões econômicas, os gestores buscarem o atalho das ações motivacionais, quando precisam estimular os colaborares a produzirem resultados excepcionais ou urgentes, tais como, aumentar as vendas e cumprir prazos apertados. E quando querem distrair a atenção de questões internas como decisões erradas, falhas de liderança ou insatisfações com o clima organizacional e outros fatores extrínsecos, que dificilmente serão resolvidos com dinheiro apenas.

RH - A liderança é uma personagem indispensável à motivação das equipes?
Roberto Vieira Ribeiro - Diria que não é uma personagem indispensável, porque quando as pessoas certas estão no lugar certo a sua motivação estará a favor dos objetivos da empresa. Basta não desmotivá-las. O que é mais fácil falar do que fazer, não é verdade? Daí a importância de um líder que esteja realmente preparado para liderar. Ele saberá entender o contexto de cada situação e lidar com as pessoas da maneira certa, em 360º. Assim, sempre prestara valiosa contribuição para melhorar os resultados.

RH - Um líder competente é capaz de reverter um quadro de apatia, apenas com suas ações?
Roberto Vieira Ribeiro - Há casos e casos. Mas no geral eu assumo que sim, desde que ele tenha poder e recursos para investir e agir. O que, convenhamos, é pouco comum de se ver por aí. Sendo ele bem preparado, sabe que o ser humano é mobilizado prioritariamente pelos próprios objetivos e interesses. Então, se ele alinhar harmonicamente tais objetivos e interesses com os da empresa a apatia dará lugar ao comprometimento.

RH - Quais os principais indicadores de uma equipe motivada?
Roberto Vieira Ribeiro - Destacaria clima organizacional positivo, produtividade em alta, criatividade, baixo absenteísmo, turnover em queda, elevado comprometimento, projetos iniciados e concluídos com maior índice de êxito, clientes satisfeitos, fornecedores dispostos, ótimas negociações, concorridos programas de desenvolvimento profissional bancados pela empresa, investimento nessa área por iniciativa dos próprios colaboradores, número crescente de profissionais interessados em ingressar na companhia. Por favor, me ajude a completar a lista (risos).

RH - Em que momento a área de RH se faz indispensável nas ações motivacionais?
Roberto Vieira Ribeiro - A área de Recursos Humanos não é indispensável nestas questões, mas costuma ser útil. Penso que o RH deve ter um papel mais estratégico nas empresas, inclusive, no tocante ao tratamento que é dado à questão da motivação. E pode também dar suporte às chamadas ações motivacionais, sem necessariamente ser o responsável por elas.

RH - Que orientações o senhor daria aos gestores e aos profissionais de Recursos Humanos que identificam sinais de desmotivação na empresa?
Roberto Vieira Ribeiro - Sugiro que levem em consideração as informações disponibilizadas pela Great Place to Work - que é uma empresa de consultoria americana e com escritórios afiliados em vários países, inclusive no Brasil. Ela tem ouvido colaboradores e avaliado empregadores do mundo todo, a fim de compreender o que torna um ambiente de trabalho motivador. A análise do percentual das respostas a uma das perguntas mais respondidas - O que os profissionais estão buscando no mercado atual? - é esclarecedora. Os resultados são os seguintes: estabilidade no emprego - 4%; remuneração e benefícios 14%; equilíbrio entre vida profissional e pessoal - 25%; oportunidade de crescimento e desenvolvimento - 54% e outros - 3%. Não é por acaso que investir na contratação de bons profissionais de coaching, visando promover maior equilíbrio entre a vida profissional e pessoal, e o crescimento e desenvolvimento dos colaboradores, proporciona um enorme ROI (Retorno Sobre Investimento), tanto para as empresas quanto para aqueles que investem do próprio bolso.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

O Estilo Brasileiro de Empreender

Segundo os dados da pesquisa GEM 2010 (Global Entrepreneurship Monitor) 110 milhões de pessoas de 59 países estavam focadas em abrir uma empresa em 2010, enquanto 140 milhões estavam em processo de execução de novas empresas. São 250 milhões de empreendedores envolvidos na fase inicial da atividade empresarial.

Somente no Brasil, o levantamento feito pela GEM em parceria com o Sebrae e o Sesi/Senai mostra que a chamada “taxa de empreendedorismo” subiu de 2009 para 2010 de 15,3% para 17,5% da população economicamente ativa.

Os jovens brasileiros estão empreendendo mais; adaptam-se melhor às novas necessidades do mercado, demonstram iniciativa para buscar novas oportunidades e informações sobre o seu negócio. Estão mais antenados às novas tecnologias e se preparam muito mais. Do total de jovens no Brasil entre 18 e 24 anos, 15% empreendem o equivalente a 3,82 milhões de pessoas, segundo pesquisa divulgada pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

Para empreender com sucesso, acima de qualquer coisa, você precisa de autoconhecimento. Empreendedorismo é puro autoconhecimento, busca de oportunidade e iniciativa, que exige muita preparação e experiência no ramo de negócio. Para explicar o sucesso nos negócios, o autor Malcolm Gladwell, de livros espetaculares como Blink- A decisão num piscar de olhos, e de o Ponto da Virada, relata em seu novo livro: Fora de série: Outliers, a teoria de que uma pessoa precisa de 10 mil horas de dedicação em uma determinada atividade para construir uma carreira de sucesso, ou 98% de transpiração e 2% de inspiração, sabendo utilizar a seu favor as desvantagens e fraquezas de seu legado histórico, para aproveitar e agarrar as oportunidades.

Segundo Gladwell, empreendedorismo se aprende por meio de duas estratégias básicas: a primeira diz respeito a capitalizar em cima de suas forças, os pontos fortes, e a segunda tem relação com a compensação de suas fragilidades, os seus pontos fracos.Para explicar o sucesso dos ” fora de série”, os resultados das pesquisas indicaram que, para ser bom em alguma coisa, você tem de gastar cerca de 10 mil horas praticando, ou seja; 10 mil horas equivalem a dez anos de trabalho em algo durante 4 horas por dia.

Pesquisas realizadas pelo especialista Pedro Mello, autor do livro: Startup Brasil, com empreendedores brasileiros, que duraram cerca de três anos, mostram que o principal fator de sucesso do empreendedor é o autoconhecimento. A visão holística e altruísta, contribui de forma considerável para identificar o perfil do empreendedor de sucesso e mais nove estilos de comportamento:

Estilo 1. Empreender com a cara e a coragem: É o indivíduo que não tem medo do fracasso, não tem medo de correr riscos. Pessoas que empreendem pela coragem são ótimas para abrir novos caminhos, são determinadas e estão sempre dispostas a colocar a mão na massa. Empreendedores são pragmáticos, e para começar não costumam perder tempo na prepararação do plano de negócios. Iniciando a fase de crescimento, valorizam sim, a importância do planejamento. Sabe que é preciso ter grande iniciativa e muita acabativa.

Estilo 2. Empreender com parceria: Empreender através de parcerias é o estilo de pessoas flexíveis e cordiais, que possuem a habilidade de conectar aos outros, gerando relacionamentos profissionais e duradouros. Valoriza a conversa com os clientes, colaboradores, parceiros de negócios e fornecedores. O empreendedor não é um lobo solitário, não vive sozinho, pois gosta de trabalhar em equipe.

Estilo 3. Empreender com inovação: O empreendedor evita a rotina quando busca a renovação de seus produtos e do próprio negócio. São motivados por novos projetos, apaixonados e otimistas, mas devem cuidar do foco de seu negócio principal, com uma visão ampliada, não deve sair investindo em dezenas de projetos ao mesmo tempo, sem a devida profundidade e atenção.

Estilo 4. Empreender com idealismo: É um grande agregador de pessoas, está sempre cercado de amigos, desde a infância, e lidera com responsabilidade. Seus familiares e amigos são simpatizantes de suas causas.

Estilo 5. Empreender com senso de poder: Sao pessoas pragmáticas, líderes natos, organizados e disciplinados. É do tipo empreendedor empresário, que consegue misturar uma certa dose de iniciatva e ambição para iniciar novos empreendimentos com a capacidade gerencial necessária para administrá-los.

Estilo 6. Empreender com o conhecimento: São pessoas mais introspectivas em que prevalece a busca pelo entendimento profundo de como as coisas funcionam. Para empreender, costumam valorizar a ciência, a pesquisa e o estudo.

Estilo 7. Empreender com a comunicação: O estilo de comunicador, criativo e com grande capacidade de animar os outros , se relaciona de forma brilhante para vender seus produtos, serviços e ideias. Tem capacidade administrativa, e visão sistêmica da organização, cuidando com atenção das áreas de finanças e contabilidade.

Estilo 8. Empreender com a intuição: Utiliza sua intuição para se tornar mais assertivo em seus negócios, o que economiza tempo e energia que poderiam ser facilmente desperdiçados em atividades desnecessárias. São pessoas sensatas e bons ouvintes, capazes de animar, motivar as pessoas da equipe.

Estilo 9. Empreender com a estabilidade: Indivíduos com ótima capacidade de organização, trabalham com austeridade na gestão financeira. São cumpridores de normas e processos. O empreendedor com estabilidade, é focado na criação de ambientes sólidos e disciplinados.

Muitos destes estilos são encontrados em empreendedores brasileiros, casos de sucesso, publicados no livro Startup Brasil: Miguel Krigsner – O Boticário; Alexandre Costa – Cacau Show; Romero Rodrigues – Buscapé; Mauricio de Souza – História em Quadrinhos.

Por Rosival Fagundes – Consultor do Sebrae.


terça-feira, 25 de junho de 2013

A Realidade das Relações Humanas

O som estava alto. As pessoas balançavam seus corpos ao ritmo da música.

Em um canto do ambiente dois jovens cruzam olhares. Os olhos do rapaz param e se fixam no olhar um tanto tímido da moça.

A penumbra dificulta uma visão mais precisa de ambos, mas, naquele instante, os sentimentos falam mais alto.

O rapaz, ainda indeciso e inseguro se aproxima. Começam uma conversa. Uma conversa onde o que é dito já não é tão importante.

É o amor à primeira vista: Maria se apaixonou por José; José se apaixonou por Maria.

Nasce um namoro que dois anos depois se transforma em um casamento.

Essa seria uma típica e linda história de amor se os fatos se resumissem apenas ao que foi apresentado até aqui…

José é um moço bonito, esportista e, diga-se a verdade, bastante vaidoso.

Ah, a vaidade, fruto da insegurança e ponto de partida para o nascimento daquele monstrinho verde chamado ciúme, irmão gêmeo do monstrinho vermelho chamado inveja.

Maria também é bonita, muito bonita. Talvez mais bonita do que poderia suportar a insegurança do rapaz!

Nasce, então, junto com o namoro, uma relação atormentada pelo ciúme.Por isso a mãe de Maria não queria o casamento. Várias vezes ela vira a filha chorando devido às repetidas brigas com o namorado.

Discussões sem sentido, que não se sustentariam frente a uma pequena dose de racionalidade. Mas quem disse que a razão tem voz diante da paixão?

Ah, a paixão, esse louco e arrebatador sentimento que, quando bem direcionado nos leva ao céu, mas que tantas vezes nos deixa tão cegos a ponto de caminharmos para o mais profundo abismo.

“Calma mãe, o tempo ensina a convivência”, dizia a moça.

E assim as coisas foram caminhando.

A festa de casamento foi muito bonita. O brilho nos olhos do jovem casal era contagiante. Porém, a convivência após a festa não seguiu o caminho dos contos de fadas.

Ao contrário do que pensava Maria, o “mestre tempo” não foi capaz de tornar a relação mais harmoniosa.

Teria o tempo fracassado nessa história?

Antes, porém, de respondermos a essa questão, vale ressaltar que essa história romanceada de João e Maria em nada difere das relações que construímos com um novo trabalho ou uma nova oportunidade profissional.

Quantas pessoas não iniciam uma nova jornada profissional idealizando o ambiente de trabalho e criando inúmeras expectativas com as possibilidades de aprendizado e de crescimento, mas, aos poucos, começam a perceber que as coisas não são tão simples?

A ilusão dá espaço à realidade. A euforia vira decepção.

Não demora muito para começarem a conviver com o jogo de vaidades, com as picuinhas, com as intrigas e com a inveja dos menos competentes.

As inseguranças pessoais criam os conflitos profissionais e as dificuldades para se construir relações saudáveis e um espírito de equipe vencedor focado no sucesso de todos.

E quantos gerentes estão vendo o circo pegar fogo e continuam dando respostas idênticas à resposta da Maria, dizendo que o tempo ensina a convivência?

A realidade é que o tempo, por si só, não transforma as relações desgastadas em relações saudáveis. Na verdade, o tempo, normalmente, só faz as coisas piorarem.

Por que?

Porque não importa quanto tempo passe, as relações só se transformam quando fazemos as mudanças dentro de nós mesmos.

Se a Maria quer ser feliz no casamento não adianta esperar que o José simplesmente mude o seu comportamento. Ela precisa dar um basta na situação que a atormenta.

Daí nasce, naturalmente, a próxima pergunta: Por que não damos esse basta nas situações conflituosas que nos afligem?

Porque normalmente achamos mais fácil continuar atribuindo a culpa aos outros do que enfrentarmos as nossas fraquezas e os nossos medos. Entramos no ciclo vicioso e, sem perceber, tornamo-nos também protagonistas dos problemas.

Esperando que o tempo conserte as nossas relações, imaginando que ele vai transformar o outro e nem sequer paramos para ver onde está a nossa parcela de responsabilidade e o que podemos fazer para mudar a situação.

Quantas pessoas se orgulham por possuir um enorme ciclo de relacionamentos, mas não percebem que estão passando pela vida sem se relacionarem com elas mesmas? Quantas pessoas vivem olhando para tudo e para todos à sua volta, mas não olham para dentro delas mesmas?

Por que?

Certamente as melhores respostas para essa questão estão dentro de cada um de nós.

E quanto a José e Maria? Será que a história dos dois teve um final feliz?

Deixo esse final para que cada um escreva do seu jeito, da mesma forma como podemos escrever o desfecho mais ou menos feliz de todas as nossas relações.

Um carinhoso abraço.


segunda-feira, 24 de junho de 2013

Trate sua Carreira como um Negócio

Ouvi recentemente de um empresário catarinense que não vivemos apenas uma “época de mudanças”, mas sim uma “mudança de época”. Isso exige uma nova forma de pensar sobre a vida e o trabalho. A carreira tradicional acabou. Não fique esperando que a empresa onde trabalha planeje a sua. Quer fazer de sua carreira um sucesso? Trate-a como um negócio, em vez de como uma sucessão de cargos que pretende acumular ao longo da sua vida útil.

Você provavelmente sabe muito bem cuidar dos projetos da empresa onde trabalha. Seja pelo menos tão bom ao gerenciar o seu projeto de vida e carreira. Você já deve ter preparado algum tipo de business plan para um novo produto, um negócio ou um mercado que sua empresa está analisando. Ou já deve ter assistido a apresentação de algum desses planos preparado por um colega. Se ainda não o é, você deve estar almejando um dia ser o presidente da empresa. Ou sonhando que um headhunter o recrute para ser o diretor-executivo de uma unidade de negócios ou até mesmo de outra empresa. Mas, lembre-se, você já é o presidente da sua vida, o empreendimento mais importante que pode imaginar. Chegou a hora de preparar o business plan mais importante de todos o negócios com os quais já se envolveu até hoje: o da sua carreira.

Mas, como fazer?

O primeiro passo é mudar sua forma de pensar. Pense como um empreendedor, saia da zona de conforto que você construiu para si nos últimos anos. A década na qual vivemos hoje será lembrada no futuro como o início de uma revolução imperceptível, o momento em que um grande número de pessoas reassumiu as rédeas de seu destino, que havia sido de certa forma delegado à empresa, ao governo, à Igreja e a outras instituições.

No passado nos acomodamos com a tentativa das empresas de traçar os planos de carreira de seus funcionários. Mas isso não é mais possível, esse mundo acabou. O ritmo alucinante de mudanças no qual vivemos impede as empresas de fazerem planos de carreira de longo prazo. Uma simples razão: será que algumas dessas carreiras na ladeira organizacional ainda existirão daqui a 10 anos?

Se você tem tido sucesso e se acostumou a pensar e a fazer as coisas de uma forma nos últimos anos, saiba que o sucesso do passado não garante seu futuro. E que o maior inimigo do sucesso é o próprio sucesso que acaba fazendo-nos acomodar. Não acredite que “devagar, e sempre, a gente chega lá”. Hoje em dia, devagar não se chega a lugar algum e quem espera nunca alcança. Ou pode chegar tarde demais quando as oportunidades viraram a realidade de quem chegou mais rápido que você.

Outra forma de pensar que pode ajudar muito seu posicionamento estratégico no mercado de trabalho: as opções que você tem não se limitam aos competidores da empresa onde trabalha. Muita gente quando pensa no mercado de trabalho se limita a pensar apenas na concorrência. Amplie seus horizontes. Pense em toda a cadeia do negócio. As oportunidades podem estar nos distribuidores dos produtos de sua empresa; ou em algum fornecedor estratégico, em algum parceiro. Ou pense em montar sua própria empresa para prestar serviços para o atual empregador.

Você já pensou onde quer chegar daqui a três anos, em 2010? E em 2015? Sim, isso mesmo, você já tem visualizado o futuro que gostaria de inventar? Identifique onde você quer chegar com clareza pois fica difícil definir uma estratégia quando não temos clara a métrica do nosso sucesso. E curiosamente a maioria das pessoas gasta a maior parte do seu tempo pensando no passado, de onde veio, as dificuldades que enfrentou, se vangloriando dos acertos que teve. Outra grande parte do tempo também é usada em justificar onde está, o seu presente, os desafios que vive, as metas a alcançar até o final do ano. E acaba dedicando pouquíssimo tempo a pensar onde deseja chegar, a inventar seu futuro, a sonhar de olhos abertos com os pés no chão. Perceba que o importante não é de onde você veio, nem onde está, mas onde você quer chegar !

Vamos lá, mexa-se! Prepare um plano para sua carreira e trate-a como um negócio. Pense como um empreendedor. Evite se colocar como um empregado que pensa na seqüência de cargos que pretende acumular ao longo do tempo.

Artigo de César Souza

Fonte: http://www.sommaonline.com.br/blog/trate

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Missão da empresa X missão do indivíduo

Como um indivíduo pode se tornar um líder? E como seus objetivos pessoais são os mesmos da empresa?

A leitura do romance épico Musashi de autoria de Eiji Yoshikawa, sobre a vida do mais famoso samurai japonês do século 17, é uma obra que compõe de forma magistral os duros estágios pelos quais tem de passar um guerreiro para alcançar a perfeição técnica, e através do cultivo de princípios do zen-budismo, alçar a linhagem de maior e mais sábio dos samurais.

"... Seja como for, não permitirei a mancha em minha honra servindo a um segundo amo apenas para livrar-me das auguras. Que meus filhos sigam os passos do pai, honrem seu nome e não o vendam por um prato de comida". Testamento de um samurai - Miyamoto Musashi.

A época do samurai Musashi é tão próximo e real para o japonês moderno como o é a guerra-civil para o norte-americano, ao contrário o estereótipo de "animal econômico" e de orientação coletiva do japonês moderno, na verdade, mostrando esses como m grupo de centenas de milhares de samurais, ferozmente individualistas, autodisciplinados, esteticamente sensíveis e princípios elevados.

Musashi viveu no ápice dos samurais, em seu início era somente mais um pequeno selvagem com prática em esgrima, procurando honras e fama através de combates contra outros espadachins. Porém, quando é capturado por um monge zen-budista, ficando três anos confinado numa masmorra, sem outras alternativas, inicia o processo de reflexões e leituras que o fizeram enxergar um novo sentido para sua vida, assim como novos usos para sua força e habilidades descomunais, trilhando assim um caminho de busca pela perfeição espiritual e marcial (YOSHIKAWA, 1999).

Segundo Covey (2004, p.130), a missão pessoal baseada em princípios corretos torna-se o mesmo tipo de modelo para o indivíduo. Funcionando como uma constituição pessoal, uma base para tomadas de decisões importantes, cruciais em sua vida. E uma base para a tomada de decisões cotidianas, em meio ao turbilhão de circunstâncias e emoções que afetam sua vida. Ela confere ao indivíduo a mesma força eterna, nos momentos de mudança.

Ou seja, o samurai tornou-se líder de sua própria vida quando utilizando dos princípios do Budismo, escreveu sua própria missão, a busca pela perfeição espiritual e marcial. Observando atentamente para a missão, notamos que quando o ser adquire este senso de missão, conquista a essência de sua própria pró-atividade, passa a comandar ao invés de ser comandado pela vida, através de sua visão (capacidade de ver a frente ou se concentrar no agora) e em seus valores (certo e errado) o mesmo dirige sua vida.

Passa a ter o ponto de partida básico, a partir do qual estabelece metas de curto e longo prazo, tendo assim a força semelhante a uma constituição baseada em princípios corretos, para servir eficazmente de padrão de comparação ao uso mais eficaz do tempo, dos talentos e da energia nesse momento acontece à transição, onde o guerreiro samurai inicia uma longa jornada de autoaperfoiçamento.

Segundo Covey (2004, p.160), a liderança pessoal não é uma experiência isolada, ela não começa e termina só na identificação da missão. Pelo contrário, trata-se de um processo contínuo de fixação da óptica e dos valores que se encontram a frente, ter em mente uma boa afirmação (positiva, pessoal, voltada para o presente, visual e emocional).

Ao analisar o que de fato o indivíduo ou empresa faz e os seus anseios, identifica claramente quais são suas metas, as metas fornecem a estrutura e a orientação precisa para identificar se o indivíduo está dentro ou fora da missão pessoal.

Problemas acontecem quando o indivíduo ou a empresa não entende sua própria missão, lutando somente para se tornar mais eficaz na vida é o fato de não pensarem de modo suficientemente abrangente, perdendo o senso de proporção, o equilíbrio, a natureza de ter um ambiente pleno e satisfatório, exemplo de descolamento de missão é o funcionário que é consumido pelas extensas horas extras na empresa, deixando de lado os relacionamentos sociais, fazendo isso em nome de sucesso profissional, e perdendo os relacionamentos mais preciosos da vida.

O autor Covey (2004, p.168), diz que declaração de missão é vital para organizações bem-sucedidas, desenvolver a missão da organização deveria ter o envolvimento de todos e de modo significativo - não somente dos altos escalões do planejamento estratégicos, mas todos. O envolvimento dos colaboradores no processo vai determinar a qualidade do produto final e se torna um dos fatores mais importantes para garantir a eficácia da missão.

Ilustremos o exemplo da empresa IBM que possui três pilares enfatizados desde o treinamento de um colaborador ou prestador de serviço. Inicialmente a IBM acompanha o processo de treinamento existente na empresa, onde é ensinado que a mesma preza três coisas: dignidade do individuo, excelência e dedicação, ou seja, todo o resto pode mudar: clientes, produtos, processos e até mercado, mas estes três pilares não mudarão, criando uma espécie de osmose deste conhecimento que passa de colaborador para colaborador.

Estes pilares representam o sistema de crenças e valores da IBM, fornecendo uma base na formação de cultura organizacional, ações de liderança, e a estabilidade profissional compartilhada por aqueles que lá trabalham.

Manter uma missão não é somente preencher um quadro com frases bonitas e de efeito, é preciso ação. Voltando ao exemplo da IBM o autor Covey (2004, p.169), conta como em uma de suas palestras no na IBM de Nova York havia um funcionário que passou mal e foi levado ao melhor centro médico da região. Porém, como o mesmo morava na Califórnia e sua mulher estava alarmada pelo fato de não ter o marido perto, a IBM junto da família do colaborador decidiu mandá-lo de volta para casa, reservando outro excelente hospital californiano. Os custos com alocação, passagens, remédios, residência devem ter ultrapassado a faixa dos milhares de dólares, mas a IBM acreditou na dignidade do individuo, mostrando que está bem fixada no seu pilar.

O autor Covey (2004, p.169), desmistifica o motivo do fracasso de algumas organizações. Um dos problemas fundamentais das organizações é que as pessoas não comprometem com as determinações que outras pessoas fazem para suas vidas. Elas simplesmente aceitam para se medir a aderência de uma declaração de missão são levantadas as seguintes perguntas: 
- Quantas pessoas aqui dentro sabem que vocês têm uma missão?
- Quantos de vocês sabem o que ela contém?
- Quantos de vocês estiveram envolvidos em sua criação?
- Quantos de vocês realmente acreditam nela e a usam como quadro de referências ao tomar decisões?

O autor Covey (2004, p.169), continua sua análise sobre fatores de sucesso na aderência da missão, desenvolvendo a seguinte frase: "Sem envolvimento não há comprometimento. Podemos muito bem dar metas e uma missão aos colaboradores, se acabaram de entrar na empresa, muito irão cumpri-la, porém quando as pessoas se tornam mais maduras, elas desejam o envolvimento, o envolvimento significativo. E se não o possuem (o envolvimento desejável), não aceitarão mais estas metas impostas, criando um problema motivacional grave, a organização que deseja colaboradores trabalhando com uma família vai precisar de tempo, paciência, habilidade, envolvimento, coragem e a integridade para harmonizar sistemas, estruturas e estilos de visão distintos, fundamentando estes em pilares (tais como a IBM fez) criando uma cultura de valores verdadeiros".

Uma missão organizacional que reflete os valores e a visão mais profundos compartilhados por todos que pertencem à organização - cria uma grande unidade e um imenso envolvimento. Gera na mente e no coração das pessoas um quadro de referências, um conjunto de critérios e orientações, por meio dos quais eles poderão governar suas vidas, em harmonia com o âmago imutável que caracteriza a organização.

Sem uma missão pessoal plenamente desenvolvida e constantemente utilizada o samurai Musashi teria vivido e morrido como mais um medíocre espadachim de sua era, mas ao adotar para si a missão de se aperfeiçoar continuamente, transcendeu, superando obstáculos e indo além, no fundo a escada para o sucesso estava dentro de sua própria mente. 

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Empreendedor, você é um maluco!

Se você é um empreendedor, deve ter ouvido muito a pergunta: você está doido? A verdade é que os empreendedores não são muito normais. Segundo o psiquiatra americano John D. Gartner, da John Hopkins Medical School, os empreendedores – especialmente os de tecnologia – têm uma disfunção psiquiátrica chamada Hipomania. Ela pode ser reconhecida pela hiperatividade, tagarelice, diminuição da necessidade de sono, aumento da sociabilidade, desejo por atividades físicas e prazerosas, aumento da libido e muita impaciência. A Hipomania, diz Gartner, pode ser um dos motivos do sucesso dos empreendedores.

“Os hipomaníacos são carregados com uma energia contagiante, têm confiança irracional e ideias grandiosas. Eles pensam, falam e tomam decisões rapidamente. A seu ver, qualquer um que tente diminuir seu ritmo com perguntas simplesmente não entende nada”, diz Gartner.

No plano de negócios, esse exagero pode ser uma vantagem. O humor elevado do hipomaníaco é capaz de inebriar a si mesmo e a outras pessoas, deixando todos com sensação de poder e capacidade de realizar tarefas.  Essa excitação motiva as outras pessoas a se empenharem mais e geralmente conduz ao sucesso da empreitada.

A capacidade de correr riscos talvez seja a característica hipomaníaca mais marcante nos empreendedores. Em vez de desilusões e inseguranças, o hipomaníaco/empreendedor confia que seu produto é tão atraente que ele vai inspirar pessoas a apostar fortunas em algo que ainda não existe nem nunca foi vendido.

Gartner, que é também autor do livro Hypomaniac Edge (Limite Hipomaníaco),  diz que, apesar da probabilidade de muitos empreendedores terem hipomania, eles não são considerados pacientes mentais. “Há diferentes ‘níveis de loucura’. Se você é um maníaco, vai pensar que é Jesus. Se é um hipomaníaco – uma gradação bem mais leve – vai pensar que é o presente de Deus para os investidores de tecnologia”, afirma.

Muito interessante tudo isso, mas que serventia têm todas essas informações? Autoconhecimento é uma delas. Entender os padrões de comportamento pode ajudar a fortalecer aqueles positivos e amenizar os negativos. Paixão, empenho e confiança são fundamentais, mas devem ser equilibrados com toques de realismo. Ou não. Se é para correr riscos, melhor não ter amarras? Cada um tem sua própria resposta. O mais importante é saber detectar as atitudes prejudiciais. Os hipomaníacos têm o costume de acusar de perseguição aqueles que discordam deles. Muitas vezes são arrogantes demais. O retrato parece um pouquinho com o Mark Zuckerberg pintado no filme a Rede Social, não? E você, empreendedor, como se percebe?

Para ajudar na tarefa, Gartner fez uma pesquisa com empreendedores e perguntou quais sintomas de hipomania eles percebiam em si mesmos e em seus pares. Eis o que empreendedores e hipomaníacos têm em comum:

1 – São cheios de energia

2 – Transbordam ideias

3 – São focados, incansáveis e incapazes de ficar quietos

4 – Canalizam a energia para conquistas de grandes ambições

5 – Geralmente trabalham com pouco sono

6 – Sentem-se brilhantes, especiais, escolhidos e destinados a mudar  mundo

7 – Podem ser muito eufóricos

8 – Irritam-se com os menores obstáculos

9 – São tomadores de risco

10 – São intensos na vida pessoal e profissional

11 – São impulsivos sexualmente

12 – Podem agir impensadamente, com dolorosas consequências

13 – Falam rápido

14 – São divertidos, espirituosos e agregadores de pessoas

15 – Têm uma confiança que os torna carismáticos e persuasivos

16 – São mais inclinados a fazer inimigos e a se sentir perseguidos por 
aqueles que não aceitam seu ponto de vista.

Por Thiago Cid, PEGN.


quarta-feira, 19 de junho de 2013

O que podemos fazer?

Em Brasília, a corrupção está correndo cada vez mais solta.

A educação está arruinada. A saúde pública está falida.

Não há segurança. A desigualdade social atinge níveis absurdos.

O Brasil não tem projeto para o futuro e a esmagadora maioria da população parece não ter consciência da realidade do nosso país.

E, enquanto os colarinhos brancos surrupiam o patrimônio público, o povo sorridente balança as nádegas ao ritmo do funk.

É natural que aqueles que sonham com um país mais justo e que têm a esperança de ver um Brasil de oportunidades para todos se sintam impotentes diante de tão sombria situação.

É natural que eu, você e todos aqueles que não se conformam com tanto descaso, com tanta bagunça e com tanta falta de vergonha daqueles que deveriam cuidar do interesse coletivo nos façamos a mesma pergunta.

Uma pergunta angustiada, sofrida e quase sem esperança: “O que podemos fazer?”

Você, eu não sei.

Os outros, eu também não sei.

Mas, eu sei o que “eu” vou fazer.

Eu vou fazer a minha parte. Fazer o que estiver ao meu alcance para defender valores como a liberdade, a justiça e a igualdade.

Ainda que a caminhada para a construção de um país melhor pareça muito longa, quero dar os passos que eu puder dar.

E quando tentarem me convencer de que o que eu faço é muito pouco, vou fazer a única coisa sensata: fechar meus ouvidos, calar minha boca e continuar fazendo o meu pouco, sabendo que ele é infinitamente melhor e maior do que o meu nada.

Ainda que tentem me convencer de que fazer o certo seja besteira ou não valha a pena, quero me esforçar para não desistir de uma importante  missão: deixar um exemplo de honra, de dignidade e de honestidade aos meus filhos, netos, sobrinhos e a todas as crianças que fizerem parte da minha vida.

Sempre que eu puder, vou tentar convencer cada homem e cada mulher de que não há maior riqueza no mundo do que uma consciência tranqüila. E não me cansarei de repetir que a felicidade não está naquilo que compramos ou consumimos e sim na nossa capacidade de dar valor àquilo que temos.

Aos jovens, de idade e de coração, não me cansarei de repetir que sonhar é possível, absolutamente possível, desde que façamos a escolha de perseguir os nossos sonhos com coragem e comprometimento. Desde que assumamos a responsabilidade por nossas vidas.

Mesmo que, por agora, eu não possa destituir toda essa corja que mente, engana e rouba o povo brasileiro, não deixarei de acreditarei que o Brasil ainda será liderado por pessoas dignas e honestas.

Ainda que o que eu faça seja pouco, não deixarei de acreditar que eu posso fazer a diferença.

Que nós podemos fazer a diferença.

Ainda que não sejamos professores, temos a oportunidade de ensinar àqueles que sabem menos, acreditando que educar é uma via de mão dupla.

Ainda que não sejamos médicos, podemos amparar àqueles que sofrem, acreditando que tratar as pessoas com dignidade não custa um centavo sequer.

Ainda que não sejamos engenheiros, podemos construir um novo futuro, acreditando que a base de um país começa nos valores das famílias e das comunidades.

E ainda que sejamos apenas nós mesmos, podemos ter orgulho de ser quem somos e procuramos ser melhores a cada dia, afinal “somos brasileiros e não desistimos nunca”.


terça-feira, 18 de junho de 2013

ADMINISTRAÇÃO DO TEMPO

Falar sobre administração do tempo parece ser um tema que já foi tão discutido, mas na verdade, precisamos ser relembrados do óbvio.
Administrar o tempo não se aplica só para a vida profissional, mas também para a pessoal, pois, geralmente, nossas principais desculpas para adiar a academia, o inglês, o encontro com os amigos é “a falta de tempo”.

Administrar o tempo não significa sermos escravos do relógio, pelo contrário, com a administração conseguimos fugir, na maioria das vezes, dos imprevistos e do trabalho sob pressão. 

Aquelas pessoas que trabalham todos os dias até mais tarde ou que levam trabalho para casa todos os finais de semana não são, necessariamente, as pessoas mais ocupadas e podem ser, sim, más administradoras do tempo.

Um dos principais inimigos da administração do tempo é a procrastinação, uma tendência natural do ser humano, mas que devemos nos esforçar ao máximo para combatê-la. Depois podemos destacar o excesso de reuniões e papéis, entre outros fatores.

Em minha opinião, para administrar bem o tempo precisamos realizar um planejamento de curto, médio e longo prazo, incluindo o profissional e pessoal. Ex: Iniciar um MBA, concluir o inglês, emagrecer 10 kg.

Após o planejamento realizado para o dia-a-dia, podemos iniciar pela definição de prioridades, sempre com o auxílio de uma agenda ou de um programa específico no computador. Evitar excesso de reuniões é um ponto de extrema importância para posições de direção, chefia, supervisão ou coordenação e, para isso, é fundamental aprender a delegar tarefas. 

Como diria Roberto Shinyashiki: “Quem quer fazer alguma coisa, encontra um meio. Quem não quer fazer nada, encontra uma desculpa.”

Andressa Pereira

segunda-feira, 17 de junho de 2013

A mulher do século XXI

A mulher assumiu o poder em todos os âmbitos da sua vida com o compromisso, a carga e a exigência do que isso implica. Durante o século XX a mulher emancipou-se. Desde o início da história os homens dominaram a relação tendo em conta a sua força física. O homem foi o provedor, o caçador, aquele que fornecia o alimento à família ou a Comunidade, e dava segurança ao seu clã. A mulher, parte da sua vida, mulher grávida ou amamentando, dedicando-se a criação. Em seguidamente a mulher, ao depender de homem à ele foi subordinada e sob controle do "masculino", permaneceu longamente, aceitando a ideologia e a cultura patriarcal. Chamado "de machismo" em tempos modernos. Assim, passou Milénios! até começar o período de libertação feminina, onde, ela obtém suas mais maiores realizações durante o século passado. Permanecem ainda objetivos para se atingir e discriminações a serem desfeitas, como as diferenças salariais e outros que deverão ser resolvidos. No entanto, a mulher pôde estudar, votar, igualizar os seus direitos, trabalhar, o exprimir, pensar, decidir o seu destino, gostar, gozar da sua sexualidade, julgar e tomar decisões sobre a sua vida e o seu ambiente. 

A mulher de hoje possui os mesmos direitos do homem, responsabilidades iguais e obrigações iguais. Essa mudança socio-cultural, por sua vez lhe atribuiu novas responsabilidades. Isto acarretou no desenvolvimento e envolvimento de sua personalidade. Em todos os domínios, do trabalho humano, na arte e na ciência, na tecnologia, na direção da casa, na tomada de decisões, na iniciativa sexual etc. Além disso, sem perder as suas funções naturais maternas e da feminilidade. As mudanças provocaram igualmente transformações psicológicas. De submissa, obediente e dependente ela ficou livre, independente e autónoma. A mulher assumiu poder, em casa, no trabalho, na política, na sociedade com o compromisso, a carga e a exigência que isso implica. As mulheres buscam encontrar um equilíbrio sem perder a sua feminilidade, perante uma nova forma de viver com os custos de estar em sociedade, bem como no ambiente profissional. Estas mudanças em um dos dois pilares da espécie exigiram reajustamentos em seu companheiro, o homem, ele, teve de se adaptar à concorência em espaços que ele ocupava por "direito". Teve de entregar o poder, compartilhar o prazer e aceitar tarefas e funções que supunha e acreditava serem de exclusividade feminina como amamentação dos filhos ou as tarefas domesticas. Tudo isso tornou a mulher mais feliz? e o homem? Evidentemente neste século não cabe mais o "machismo" e as atitudes atreladas a ele, porém, precisa vir de ambos o esforço para aqueles que querem funcionar juntos.


quinta-feira, 13 de junho de 2013

Mudanças trazem novas possibilidades; esteja pronto para elas

Todo ser humano estabelece na vida algumas relações e alguns papéis. Somos filhos, irmãos, pais, maridos ou esposas. Somos empresários ou empregados, somos amigos e parentes de muitas outras pessoas. Todas essas relações normalmente têm um começo, um desenrolar, uma história e, muitas vezes, um fim. Nossos sentimentos e comportamentos em relação a cada um desses papéis divergem bastante, mas normalmente têm uma essência de nós, uma natureza que acaba se repetindo de alguma maneira em cada papel ocupado.

Todas as rupturas que acontecem em nossa vida causam sentimentos de perda e, por consequência, fases onde temos de lidar com uma nova realidade. Quando somos demitidos não é diferente. Aquele vínculo, muitas vezes estabelecido por muitos anos, é cortado por nossa vontade ou por vontade da organização. Na verdade, depois de algum tempo, quem iniciou o “desfazer” do vínculo já não importa mais, pois o que fica são os sentimentos com os quais temos de lidar.

Muitos profissionais pensam que somente as pessoas da categoria “empregados” podem passar por uma demissão. Mas, nesses anos todos da minha experiência lidando com esse tema, tenho percebido que, na verdade, qualquer um pode ser de alguma forma “demitido”. Já vi muitos empresários, donos do próprio negócio, passarem por sentimentos muito similares aos dos profissionais do mercado, quando suas empresas não dão certo e por isso são obrigados a fechar as portas. Eles passam um tempo se perguntando onde erraram, o que poderiam ter feito diferente. Passam pela mesma curva de comportamentos, que vai desde a negação, rejeição, até a aceitação e a nova performance.

Acho que o mesmo sentimento acontece no divórcio, por exemplo. De alguma maneira um dos cônjuges diz: “não quero mais, acabou”. As relações são diferentes, talvez as implicações também sejam, mas os sentimentos envolvidos são similares.

Não creio que exista uma fórmula secreta para se passar melhor por essas situações de perda. Mas sei que quanto mais rápido nossa autoestima “se levantar”, maiores serão nossas chances de que a situação volte ao normal de alguma forma. Esse é um movimento que vem de dentro para fora. As pessoas o vivem de forma diferente, em um ritmo diferente e se recuperam também por meio de coisas diferentes. Freud dizia que nada melhor para curar um “luto” do que um “objeto” que substitua o “objeto” perdido. Em muitas dessas situações depende mais, ou menos, de nós a substituição do “objeto” perdido.

O mais importante aqui é lembrar que afinal, somos seres humanos e que seremos de uma forma ou de outra impactados por essa perda. Mas também é importante ressaltar que podemos dar uma forcinha para nós mesmos. Como fazer isso? Fazendo com que a perda tenha uma resposta de solução mais rápida e as autoacusações e os pensamentos de baixa autoestima possam ser substituídos por afirmações mentais positivas.

O policiamento mental é fundamental. Somente cada um de nós pode exercê-lo, uma vez que Deus nos deu a capacidade maravilhosa da liberdade de pensarmos o que quisermos. Não controlamos os fatos que acontecem em nossas vidas, mas com certeza podemos controlar as atitudes que temos em relação a eles. Portanto, dependerá de nós o encurtamento dessa fase de perda e o enxergar de novas possibilidades.

No final, o que sempre percebemos é que o novo traz possibilidades e a capacidade de inovar que talvez estivesse “dormindo” dentro de nós. Muitas vezes, a mudança não acontece quando somos os únicos responsáveis por ela.

Por Elaine Saad, especialista em Recursos Humanos.


quarta-feira, 12 de junho de 2013

Paciência, você ainda tem?

O mais difícil é ajudar em silêncio, amar sem crítica, dar sem pedir, entender sem reclamar…

A aquisição mais difícil para nós todos chama-se paciência. Ah! Se vendessem paciência nas farmácias e supermercados… Muita gente iria gastar boa parte do salário nessa mercadoria tão rara hoje em dia.

Por muito pouco a madame que parece uma ‘lady’ solta palavrões e berros que lembram as antigas ‘trabalhadoras do cais’… E o bem comportado executivo? O ‘cavalheiro’ se transforma numa ‘besta selvagem’ no trânsito que ele mesmo ajuda a tumultuar…

Os filhos atrapalham, os idosos incomodam, a voz da vizinha é um tormento, o jeito do chefe é demais para sua cabeça, a esposa virou uma chata, o marido uma ‘mala sem alça’. Aquela velha amiga uma ‘alça sem mala’, o emprego uma tortura, a escola uma chatice. O cinema se arrasta, o teatro nem pensar, até o passeio virou novela.

Outro dia, vi um jovem reclamando que o banco dele pela internet estava demorando a dar o saldo, eu me lembrei da fila dos bancos e balancei a cabeça, inconformado… Vi uma moça abrindo um e-mail com um texto maravilhoso e ela deletou sem sequer ler o título, dizendo que era longo demais. Pobres de nós, meninos e meninas sem paciência, sem tempo para a vida, sem tempo para Deus.

A paciência está em falta no mercado, e pelo jeito, a paciência sintética dos calmantes está cada vez mais em alta.
Pergunte para alguém, que você saiba que é ‘ansioso demais’ onde ele quer chegar?

Qual é a finalidade de sua vida? Surpreenda-se com a falta de metas, com o vago de sua resposta. E você? Onde você quer chegar? Está correndo tanto para quê? Por quem? Seu coração vai aguentar? Se você morrer hoje de infarto agudo do miocárdio o mundo vai parar? A empresa que você trabalha vai acabar? As pessoas que você ama vão parar? Será que você conseguiu ler até aqui?

Respire… Acalme-se…

O mundo está apenas na sua primeira volta e, com certeza, no final do dia vai completar o seu giro ao redor do sol, com ou sem a sua paciência…

Texto de Arnaldo Jabor

terça-feira, 11 de junho de 2013

O Segredo do Sucesso

Este é um assunto que deve interessar a todos, pois com certeza todos almejam o sucesso. Mas a questão é: o que constitui o sucesso? Talvez cada indivíduo tenha uma resposta diferente para esta pergunta. Mas, se pensarmos um pouco, será evidente que seja qual for o caminho que sigamos em nosso desejo de alcançar o sucesso, esse caminho deve seguir os rumos da evolução da humanidade. Portanto, deve haver uma resposta comum sobre o que constitui o sucesso e qual o seu segredo. Contudo, seria um erro tentar achar a solução deste problema apenas estudando a vida do homem na época presente. Considerando cuidadosamente o que ele foi no passado, e ficando atentos também ao futuro desenvolvimento da humanidade, temos a única maneira de obter a perspectiva necessária para chegar à perfeita resposta para esta questão importante.

Não precisamos entrar em grandes detalhes. Podemos mencionar que, nas épocas anteriores da nossa evolução, quando o homem em formação surgia de um mundo espiritual para sua presente existência material, o segredo do sucesso estava no conhecimento do mundo físico e nas suas condições. Nesse tempo não havia necessidade de falar aos homens sobre o mundo espiritual e sobre nossos veículos mais sutis, pois estes fatos eram patentes para todos. Nós víamos e vivíamos num reino espiritual. Nesse tempo estávamos entrando no mundo físico, portanto, as escolas de Iniciação ensinavam aos pioneiros da humanidade as leis que governam o mundo físico, e os iniciaram nas artes e engenhos com os quais poderiam conquistar o reino material. Desde essa época até uma data comparativamente recente, a humanidade vem trabalhando para aperfeiçoar-se nesses ramos de conhecimento, que atingiram sua mais alta expressão nos séculos imediatamente anteriores à descoberta do vapor. Estão agora em decadência.

A primeira vista, esta parece ser uma afirmação injustificada, mas um exame mais cuidadoso dos fatos irá rapidamente revelar a verdade nela contida. Na chamada Idade Média não, havia fábricas, mas todas as cidades e aldeias possuíam pequenas oficinas onde o dono, às vezes só ou com artesãos e aprendizes, executava as obras do seu ramo, desde a matéria prima até o produto final, desempenhando sua arte e espírito criativo com toda a alma e coração em cada peça que saía de suas mãos. Se fosse ferreiro, sabia como produzir trabalhos ornamentais em ferro para tabuletas, portões e outras peças que iriam constituir as originais belezas dessas cidades e aldeias medievais. Sua obra também não seria olvidada; ao andar pela cidade podia ver este ou aquele ornamento e orgulhar-se de sua beleza; orgulhar-se também por saber que havia conquistado o respeito e admiração de seus concidadãos por seu trabalho artístico e consciencioso. O marceneiro que preparava a estrutura das cadeiras, também as estofava com trabalhos de tapeçaria, cujos desenhos artísticos tentamos agora imitar. O sapateiro, o tecelão e todos os outros artífices, sem exceção, produziam o artigo final desde a matéria prima, e todos se orgulhavam de sua obra. Trabalhavam arduamente por muitas horas, mas não se queixavam, pois todos gratificavam-se ao exercitar sua criatividade. O canto do ferreiro, acompanhado pelo martelo na bigorna, era ouvido por todos e os oficiais e aprendizes não se consideravam escravos mas mestres em formação.

Depois veio a época do vapor e da máquina e, com ela, um novo tipo de mão-de-obra. Em lugar da produção de um objeto que era confeccionado por uma só pessoa, desde a matéria prima, o que gratificava seu talento criativo, o novo plano preparava os homens para cuidarem das máquinas que apenas faziam parte dos produtos finais. Depois, essas partes eram montadas por outros. Embora este plano diminuísse o custo da produção e aumentasse o rendimento, não deixava campo para o instinto criativo de um homem. Ele se transformou meramente em um dente da engrenagem de uma grande máquina. Na loja medieval, o dinheiro era, na verdade, pouco considerado; o prazer de produzir era tudo; o tempo não importava. Mas sob o novo sistema, o homem começou a trabalhar por dinheiro e contra o tempo, daí resultando que as almas dos mestres, assim como as dos homens ficaram insaciáveis. Perderam o essencial e conservaram apenas a sobra daquilo que torna a vida digna de ser vivida, pois estão trabalhando por algo que não poderão usar nem desfrutar. Isto se aplica tanto ao mestre como aos homens.

Que diríamos de um jovem que se propusesse a acumular um milhão de lenços que nunca poderia usar? Com certeza o consideraríamos um tolo; e por que não colocarmos na mesma categoria o homem que gasta todas as suas energias e se priva de todos os confortos da vida para tornar-se um milionário?

Max Heindel


segunda-feira, 10 de junho de 2013

Forjando a Armadura

Gostaria de compartilhar com todos vocês um excelente poema do filósofo, educador e esoterista Rudolf Steiner. Profundo conhecedor da obra de Goethe, escreveu inúmeras obras dedicadas à este filósofo.

Vale muito a pena a reflexão!

Forjando a Armadura

Nego-me a me submeter ao medo
que me tira a alegria de minha liberdade,
que não me deixa arriscar nada,
que me torna pequeno e mesquinho,
que me amarra,
que não me deixa ser direto e franco,
que me persegue e ocupa negativamente minha imaginação,
que sempre pinta visões sombrias…

No entanto não quero levantar barricadas por medo do medo.

Eu quero viver, e não quero encerrar-me
Não quero ser amigável por ter medo de ser sincero
Quero pisar firme porque estou seguro e não para encobrir meu medo.

E, quando me calo, quero fazê-lo por amor
e não por temer as conseqüências de minhas palavras.

Não quero acreditar em algo só pelo medo de não acreditar.

Não quero filosofar por medo que algo possa atingir-me de perto.

Não quero dobrar-me só porque tenho medo de não ser amável.

Não quero impor algo aos outros pelo medo de que possam impor algo a mim.

Por medo de errar, não quero tomar-me inativo.

Não quero fugir de volta para o velho, o inaceitável, por medo de não me sentir seguro no novo.

Não quero fazer-me de importante porque tenho medo de que senão poderia ser ignorado.

Por convicção e amor, quero fazer o que faço e deixar de fazer o que deixo de fazer.

Do medo quero arrancar o domínio e dá-lo ao amor.

E quero crer no reino que existe em mim.

Um carinhoso abraço a todos.