quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Tenha atitude

Tudo se embaralhou no mundo corporativo, especialmente conceitos estanques de comportamento de gênero. Não faz muito tempo, homens e mulheres começaram a se revezar nos postos de comando das grandes empresas. Sabe-se, porém, que ambos têm competências, virtudes e, sim, motivos para vacilar diferentes. Como, então, a executiva deve ser mais assertiva para colher mais frutos no trabalho? É uma questão de argumentação, de atitude ou tem a ver com a maneira de se vestir? 

Anita Kon, doutora em economia pela Universidade de São Paulo e coordenadora do Grupo de Pesquisas em Economia Industrial, não acredita que para ser assertiva a mulher deve falar grosso. "A capacidade de argumentação e convencimento pode ser, em geral, mais eficiente por meio da fala mansa", diz.

Para Renata Filippi, sócia-diretora da Mariaca, empresa de recrutamento de executivos, a mulher precisa ser focada, ao mesmo tempo em que deve absorver do universo masculino a racionalidade e a busca de resultados. "A flexibilidade feminina para ouvir e entender as necessidades alheias deve ser traduzida em ações", diz Renata. A executiva acredita que, hoje, são regras para poucas: "Já há muitas mulheres em áreas masculinas acostumadas com isso. Veja o caso das engenheiras e das profissionais de logística. Assertividade é com elas mesmas".

Eliana Molina, atualmente diretora sênior de RH da Herbalife, formada em secretariado executivo pela Fundação Getúlio Vargas e MBA Executivo pela FAAP, elencou o que se deve fazer e, principalmente, o que precisa ser evitado em situações bem específicas, Confira:

Numa reunião:
- Não monopolize a reunião.
- Certifique-se de que o fórum seja adequado para fazer os questionamentos ou compartilhar as informações. Se necessário, marque uma nova reunião com participantes específicos para tratar de temas pontuais.
- Peça a palavra e não interrompa a fala ainda incompleta do outro. Preserve-se ao mesmo direito quando não tiver completado sua fala.
- Não personifique os problemas. Trate de assuntos, de áreas, e não da pessoa que é o porta-voz.

Numa entrevista de trabalho:
- Evite temas polêmicos, como religião, futebol, política etc., a menos que lhe questionem diretamente e, se isso ocorrer, cuide para que o tema não seja polemizado.
- Seja fiel às suas convicções e evite dar respostas de acordo com o que você acha que o entrevistador gostaria de ouvir. na maioria das vezes não existem respostas certas ou erradas, mas uma intenção de traçar o perfil do candidato para averiguação de adequação à posição que está sendo postulada.
- Agradeça a oportunidade de participar do processo e coloque-se à disposição para eventuais informações que sejam necessárias posteriormente.

Numa entrega de feedback:
- Elogie em público e critique em particular.
- Agende feedback periodicamente (mínimo duas vezes ao ano) para conscientizar e criar oportunidade de melhorias antes de finalizar o processo de avaliação anual. Em outras palavras, não espere chegar o fim do ano para dizer que esperava que o funcionário fosse proativo ou que tivesse trabalhado em projetos no início do ano de forma diferente.
- Procure tratar de problema de desempenho como oportunidades e necessidades de melhoria. Não é fácil para ninguém receber feedback negativo, então seja cautelosa para não desmotivar, mas sim mostrar claramente onde há chance de melhorar.
- Sempre que possível, exemplifique com situações que ocorreram ? reconhecendo o positivo e pontuando falhas.

Num pedido de aumento:
- Esteja segura de suas responsabilidades, qualificações e práticas salariais do mercado para fazer uma abordagem firme e justa.
- Procure não se comparar a outro colega de trabalho, pois pode haver diferenças de competências, formação, escopo de função, responsabilidades diferenciadas e méritos individuais. Fale por si e por suas competências.
- Não blefe.
- Não pressione seu líder a ponto de deixá-lo sem saída. na maioria das vezes não depende dele aprovar o aumento salarial, e pode ocorrer de ele não conseguir a aprovação, por mais que tente, devido a diferentes momentos pelos quais a empresa passa.

Fonte: Portal Revista Você S/A


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