O primeiro emprego é sempre algo marcante na vida da gente. Tem
toda a ansiedade para fazer as tarefas do jeito certo, enturmar-se com os
colegas de trabalho, entender bem a cultura da empresa e, obviamente, visar o
crescimento a longo prazo.
A experiência no exercício da função
vem com o tempo, mas alguns erros muitos comuns relacionados à etiqueta
empresarial podem ser fatais na carreira. Perder um grande emprego em função de
deslizes no dia a dia é duro, não é? Principalmente no momento de crise que o país vem enfrentando.
Para falar sobre os erros que são muito comuns entre pessoas que
estão começando a dar os primeiros passos na vida profissional, conversamos com
Elisabete Oliveira, professora da IBE-FGV e consultora em Recursos Humanos,
Liderança e Coaching Executivo.
Brincadeiras
É preciso redobrar a atenção na hora de brincar entre os
colegas. “Existe uma diferença muito grande entre ter bom humor e fazer
brincadeirinhas. É preciso ter atenção para não soltar piadinhas machistas,
brincadeiras de mau gosto ou comentários desnecessários em tom jocosos”,
salienta a especialista.
A disponibilidade
Pessoas novatas costumam adotar uma postura de se colocarem à
disposição para várias tarefas ao mesmo tempo, aquela mania de querer “abraçar
o mundo”. Este tiro pode sair pela culatra, principalmente porque há um risco
grande de que você não tenha ainda segurança para obedecer todos os prazos e
entender o tempo que precisa para realizar suas tarefas com eficiência.
“Entregar trabalhos com atrasos é algo muito ruim para a imagem
do profissional, a pontualidade não tem só a ver com a chegada no escritório no
horário certo, é preciso obedecer prazos. Tentar agradar demais sem a certeza
de que poderá cumprir com tudo pode ser muito prejudicial para a pessoa”,
reforça.
Posicionamento
No ambiente de trabalho é importante se expor. Dizemos isso no
bom sentido, de não ter medo de dividir ideias, opinar, questionar. A
especialista reforça que isso é importante para que as pessoas saibam que você
tem atitude. “Não adianta somente acatar ordens sem questionar nada, não é
porque a pessoa não tem experiência que ela não deva expor aquilo que pensa”.
Amizades
Este é um ponto que costuma pegar muita gente, especialmente
entre pessoas mais jovens. É possível que você trabalhe com pessoas com as
quais já tem uma amizade ou mesmo que crie relações muito amigáveis no ambiente
de trabalho, mas é preciso saber separar as coisas na hora de lidar com as
questões profissionais. “É importante observar os limites, se o amigo precisar
fazer uma cobrança é preciso lidar com isso de um modo profissional, é uma
armadilha em que muitas pessoas caem”, destaca.
Vestimenta
Observe bem o local de trabalho e perceba qual é a conduta em
relação a vestimentas. Existe toda uma etiqueta dentro das empresas, sendo que
algumas permitem roupas mais informais, enquanto outras são mais tradicionais.
Observe os colegas e acompanhe o padrão de roupas que adotado naquele ambiente.
Modo de expressar-se
A forma como conversamos em casa não é a mesma que devemos usar
no ambiente profissional. A frase é óbvia, mas muitas vezes as pessoas cometem
deslizes sem nem perceberem. “Uso de gírias, as vezes algumas palavras de baixo
calão, as vezes os jovens se expressam como fariam em qualquer outro lugar”. O
cuidado com a linguagem diz muito sobre a postura de cada um. Policie-se para
não deixar a informalidade lhe atrapalhar nas conversas profissionais.
Feedback
O retorno sobre o trabalho ou a postura profissional pode vir
espontaneamente da chefia ou a pedido da funcionária. O grande erro que as
pessoas cometem é quanto à reação ao que foi falado. “Justificar o feedback em
vez de ouvir é um erro muito comum. A pessoa tenta se esquivar da culpa ou
busca logo uma justificativa para o que foi falado, quando a postura adequada
seria escutar, refletir e buscar aprimorar-se a partir do que foi falado”,
explica. É preciso ter cuidado para não adotar uma postura extremamente
defensiva.
Fofoca
Outro erro bobo, mas frequente é perder a linha na hora de
procurar enturmar-se com os colegas. Interagir com todos é fundamental, mas é
preciso ficar atenta para não cair em armadilhas de conversas inapropriadas.
“Procure não expor muito sua vida pessoal e lembre-se que quem leva a fofoca para
você, pode falar da sua vida com outras pessoas. Se alguém fizer um comentário
sobre um colega, ouça mas não renda assunto. Mude o foco da conversa, tente
esquivar-se da situação para ficar claro que você não dá abertura para
fofocas”.
Uso de celulares e computadores
A cena mais comum na atualidade é ver as pessoas cada vez mais
entretidas com seus próprios smartphones, que oferecem acesso à internet e uma
infinidade de aplicativos. O uso constante dessas ferramentas, no entanto, pode
prejudicar nossas relações e também a produtividade no trabalho, além de gerar
uma imagem ruim diante dos seus superiores. “Algumas empresas estão inclusive
estão incluindo isso no código de posturas, sobre os limites com o uso do
celular no ambiente de trabalho”.
A regra também vale para computadores. “Mesmo que você o use
para fins pessoais em horários de almoço ou intervalos, é preciso ter o cuidado
com sites inapropriados ou redes sociais”, aconselha. Ela destaca ainda que nos
casos em que o uso de redes sociais e determinados sites sejam proibidos, a
desobediência pode custar muito caro. “Existe uma rede interna que monitora os
acessos dos computadores, ou seja, se a pessoa for pega, corre o risco de ser
dispensada por justa causa por descumprimento das regras da empresa”, avisa.
Flexibilidade
Pense duas vezes antes de dar um “não” como resposta
impulsivamente. Isso pode acontecer quando a pessoa está muito atarefada e
alguém aparece com uma demanda urgente inesperadamente. Negocie prazos e
analise o pedido antes de responder negativamente. A especialista destaca que
isso é importante para que você ganhe trânsito dentro da empresa e desenvolva
jogo de cintura, característica que é tão importante para lidar com os desafios
do dia a dia.
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