quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

A força da humildade

Nestes tempos globalizados em que vivemos, a palavra humilde teve seu significado distorcido para pobreza de espírito, ignorância, fraqueza. Sentidos que, na realidade, ela não possui. A palavra humilde vem do latim humile e, etimologicamente, quer dizer baixo, rente com a terra.

Segundo os hebreus, humildade é modéstia e reconhecimento, oriunda da palavra hebraica "hoda'a", que significa dizer "muito obrigado" a Deus. A humildade, ao contrário do que muitos pensam, não é depreciar a si mesmo, nem a ignorância com relação ao que somos, mas justamente o inverso; é o conhecimento exato do que não somos; é a aceitação plena dos próprios defeitos e qualidades sem a necessidade de invocar a vaidade.

Na natureza, como todos sabem, tudo se transforma. Temos um grande exemplo de humildade quando as folhagens, frutos, animais mortos e troncos se decompõem, voltam para a terra em forma de adubo orgânico, nutrindo toda a vida à sua volta. Sob este prisma, cada um de nós, um dia, terá com certeza a sua oportunidade de ser humilde.

Mas no dia a dia, a verdadeira humildade é vista apenas nos processos de autoconhecimento avançados; é aquela em que o homem tem consciência plena de quem ele é – das suas habilidades, das suas qualidades e defeitos –, compreende, assim, a natureza da sua inferioridade, reconhece seus limites, mas isto não o aflige; ele se esforça para atingir a excelência na busca incessante de seu aperfeiçoamento físico, mental e espiritual.

Praticando no dia a dia

A humildade é a coragem de assumir que "posso estar errado" e exige a responsabilidade de aprender com as experiências e conhecimentos disponíveis ao seu redor. Segundo a filosofia judaica, se a tolerância é o motor da vida, a humildade é o seu combustível.

Juan Luis Lorda, professor de Antropologia na Faculdade de Teologia da Universidade de Navarra na Espanha, diz que quem ama a verdade, procura formar a consciência: conhecer os princípios morais, pedir conselho a pessoas corretas e com experiência; não considerar humilhante que nos corrijam. De fato, os outros observam-nos de fora e com mais objetividade do que nós mesmos. Também é preciso tirar experiência dos próprios atos, examinar-nos com freqüência (diariamente) e corrigir os erros. É preciso ser humilde para reconhecer os erros e retificar, mas isso nos dará uma grande sabedoria, e capacidade de ajudar os outros também.

Sendo assim, o autoconhecimento é a base da humildade. E um exemplo inverso disso é a declaração do jogador de futebol, o Português Cristiano Ronaldo no final de 2008, “Eu sou o Primeiro, o segundo e o terceiro melhor jogador de futebol do mundo”. Quantos supostos Cristianos Ronaldos nós conhecemos na empresa e no mundo, aqueles que acham que resolvem tudo sozinhos. Experimente colocá-lo num jogo onde somente ele integrasse o time. Humildade é trabalho em equipe, é reconhecer que o outro é também peça fundamental do seu sucesso.

Também é aceitar que você não é perfeito tanto quanto o outro e por isso pare de julgar indiscriminadamente as pessoas ao seu redor, existem pessoas que nunca estão satisfeitas com nada, são eternas caçadoras de falhas e erros, li em uma revista certa vez, a seguinte declaração: “Caso você encontre quaisquer erros nesta revista, por favor, lembre-se que eles foram colocados ali de propósito. Tentamos oferecer algo para todos. Algumas pessoas estão sempre procurando erros e não desejamos desapontá-las”.

Como desenvolver a humildade?

Segue algumas atitudes diárias que desenvolvem a humildade:

1 - Admitir que você não é o dono da verdade e que não sabe tudo.

2 - Ouvir os outros com atenção, pois qualquer pessoa pode lhe ensinar alguma coisa.

3 - Não confundir humildade com humilhação;

4 - Coragem! Humildade não é para covardes e fracos, somente os fortes conseguem ser humildes.

5 - Enxergar os pontos fortes e não somente os fracos das pessoas ao seu redor.

6 - Ter sensibilidade para perceber e disponibilidade para servir.


Por Roberto Recinella.

Fonte:  http://www.luandre.com.br/artigos/a-forca-da-humildade.aspx

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