terça-feira, 24 de junho de 2014

Assertividade na busca de um novo emprego

A retomada da economia, após a crise que assolou as finanças mundiais nos últimos anos, despertou os profissionais para a possibilidade de mudar de emprego com melhores salários e, em muitos casos, uma promoção. Surgiu também a necessidade das empresas acelerarem seu ritmo de produção para atender a crescente demanda do mercado. Assim, muitas posições de trabalho vêm surgindo, pois as empresas precisam encontrar os profissionais que sustentarão seu crescimento, e os procuram no mercado. A mão de obra bem qualificada torna-se escassa em pouco tempo. Profissionais que sequer estão buscando uma recolocação profissional passam a receber cada vez mais ligações e e-mails com ofertas de emprego. Em sua zona de conforto, esses só aceitam a mudança se as condições oferecidas forem muito boas, inflacionando os salários.

Muitos profissionais aproveitam essa oportunidade para melhorar suas condições de trabalho, o que, na grande maioria dos casos, resume-se a um aumento salarial. O grande erro aqui é não ter bem claro para si próprio o panorama atual e futuro na empresa onde trabalham e, pior ainda, não saber onde querem chegar a longo prazo. Agindo de forma precipitada, muitos fazem a mudança esperando que o simples fato de mudar de empresa ou um aumento salarial resolverão todos os seus problemas. Isso pode ser catastrófico para a carreira, afastando o profissional cada vez mais do seu objetivo. Há profissionais que se inscrevem para qualquer oportunidade que lhe passa à frente. De vagas de estagiário à vaga de presidente, de vaga de médico à vaga de projetista de robôs. O problema é que, em muitos casos, os recrutadores são os mesmos para todas as vagas da empresa. Outro erro comum é enviar e-mails genéricos para todo e qualquer recrutador, ou tentar se conectar a todos por meio de ferramentas como LinkedIn e Twitter. Essas atitudes dão ao recrutador a certeza de que o interessado não sabe o que quer, e muito dificilmente irá considerá-lo em um processo seletivo.

Outra postura inadequada é utilizar uma proposta de trabalho de outra empresa para barganhar com a empresa atual por um salário mais alto. Aquele que é motivado por dinheiro corre sérios riscos, dentre eles, o de ser substituído ou ter seu crescimento na atual empresa congelado. Estudos feitos pela Robert Half mostram que profissionais que aceitam contraproposta se desligam (ou são desligados) da empresa em um curto período de tempo. Isso também ocorre aos candidatos que, mesmo não tendo intenção de barganhar no momento de comunicar seu desligamento da empresa, aceitam uma contraproposta. O pior de tudo é que, além de ficarem com a imagem maculada perante a empresa atual, também ficam perante a empresa que lhe fez a proposta, e se for o caso, perante a consultoria de recrutamento e seleção que conduziu o processo. Ou seja, essa é, sem dúvida, a pior forma de valorizar-se no mercado de trabalho.

Para que possam ser efetivos e promover um ritmo de crescimento sólido e sustentável em suas carreiras, os profissionais precisam primeiro conhecer a si próprios, seus pontos fortes e fracos, o que gostam e o que não gostam, além de traçar suas metas baseadas em seus desejos e sonhos. Depois, precisam analisar cuidadosamente a situação em que se encontram, a empresa onde trabalham e demais variáveis externas. A partir dessa análise, será possível observar onde e como podem chegar.

É preciso entender que em um processo de crescimento há etapas a serem cumpridas, e que é necessário um esforço extra para ultrapassar cada uma delas. O profissional precisa estar consciente e bem preparado e, com uma boa dose de disciplina, poderá chegar onde quiser.

Por Hugo Liguori é especialista em recrutamento da Robert Half.

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