quarta-feira, 25 de junho de 2014

As três peneiras

Um rapaz procurou Sócrates para lhe contar um caso.

O filósofo ergueu os olhos do livro e perguntou:

O que você quer me contar já passou pelas três peneiras?

Três peneiras? Como assim?

Sim, três peneiras. A primeira é a Verdade.

O que você quer contar dos outros é um fato?

Caso tenha apenas ouvido contar, a coisa deve morrer por aí mesmo.

Suponhamos, entretanto, que seja verdade. Neste caso deve passar pela peneira, que se chama Bondade.

O que você vai contar é coisa boa? Ajuda a construir ou a destruir a fama do próximo?

Se o que você quer contar é verdade, é coisa boa, deve passar ainda pela terceira peneira que se chama Conveniência ou Necessidade. Convém contar?

Resolve alguma coisa? Ajuda a comunidade?

O filósofo dada a explicação, arrematou:

Se passar pelas três peneiras, conte.

Tanto você como seu irmão e a comunidade vão lucrar.

Caso contrário, esqueça e enterre tudo.

Será uma fofoca a menos para envenenar o ambiente e levar a discórdia entre irmãos.

O rapaz resolveu não contar. Seu caso iria enroscar em alguma peneira do filósofo.



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