Por Ricardo Campos
Em recente matéria para o site InfoMoney, Carlos Cruz, coach e conferencista em Desenvolvimento Humano e diretor da UP Treinamentos e Consultoria, explicou que o executivo americano Jack Welch, que, enquanto CEO da General Eletric, inovou com seu estilo inusitado de liderar, tornando-se admirado por todo o mundo, classificava seus funcionários de acordo com três perfis profissionais.
“Dentro de uma equipe, existem diferenças e os profissionais podem representar águias, macacos ou ratos, independentemente do nível hierárquico”, afirma Cruz.
O entendimento destes perfis demonstra que o líder deve ter habilidade para identificar o perfil de seus comandados e buscar junto a cada um as suas habilidades e o seu potencial, ajudando-os a se transformarem em águias, que são os profissionais focados em resultados.
Os três perfis
Confira as características dos três perfis, de acordo com o coach:
Águia: representa 20% do quadro de funcionários. É o profissional com alta performance, independente e visionário, cuja atuação no dia-a-dia se dá de forma estratégica, mesmo quando não ocupa um cargo de chefia. Ele gosta de desafios e, ao enfrentá-los, costuma dar tiros certeiros. Também tem iniciativa e é adaptável. Como apresenta bons resultados, faz a diferença na empresa. A esse tipo de profissional, o líder deve fazer elogios e dar atenção às suas idéias, procurando estimulá-lo. É importante também dar a ele diversas opções, envolvendo-o na tomada de decisões, se quiser retê-lo;
Rato: geralmente, é o perfil de 10% das pessoas da empresa. É conhecido como puxa-saco, sendo também especialista em causar intrigas e falar do trabalho alheio. E o pior: na frente dos colegas agem de uma forma, mas, por trás, se transformam em outra pessoa. Apresenta resultados medíocres ou ruins. Pode ser considerado uma laranja podre, porque tumultua a equipe;
Macaco: trata-se da massa crítica de todas as empresas, representando 70% dos funcionários. Assim como esse animal é na natureza, ele é um ótimo imitador. O problema é que ele pode imitar tanto a águia quanto o rato, pois costuma ter um modelo a seguir, que pode ser o chefe ou um colega. Estamos falando do profissional que até tem potencial para ser águia, mas que ainda não é, porque precisa de orientação o tempo todo. A ele, o líder sempre deve explicar o que precisa ser feito e qual caminho seguir.
Estamos sempre mudando
É importante frisar: as pessoas não são águias ou macacos, permanentemente. Elas se transformam ao longo de suas carreiras e dependendo do lugar onde trabalham, de acordo com Cruz.
“Às vezes, o rato é um profissional com perfil águia, mas que está na empresa errada, por exemplo, em uma organização que estimula a competitividade entre os funcionários. Muitas pessoas se sentem frustradas e incomodadas com determinadas posições da empresa, mas, no lugar de tomar a atitude de mudar de emprego, passam a falar mal do chefe ou dos colegas”, explica ele.
Outra observação: nem todos os profissionais em cargos de liderança são águias. Existem muitos chefes macacos, com o perfil mais operacional e voltado à execução de tarefas, e até mesmo ratos, que atuam de forma destrutiva, jogando um funcionário contra o outro, fazendo joguinhos e manipulando as pessoas.
Graças ao chefe rato, a equipe tem pouca motivação, o que ocasiona uma alta rotatividade de funcionários e, conseqüentemente, a perda de tempo e dinheiro por parte da empresa. Os chefes águias, por sua vez, são os verdadeiros líderes, pois sabem estimular a equipe.
Como líder pode identificar os perfis
De acordo com o coach, é possível, para o líder, identificar os diferentes perfis profissionais por meio de um sistema de gestão de desempenho objetivo e claro, com metas definidas. O que não pode, segundo ele, é ser parcial na hora de julgar o trabalho dos funcionários e os resultados obtidos por eles, misturando a opinião pessoal com a profissional. Para que a avaliação seja útil, deve ser justa e isenta.
Ele lembra que toda empresa precisa de funcionários macacos para funcionar, no dia-a-dia, mas são as águias que fazem a empresa crescer, porque são pessoas que gostam de mudanças e focadas em resultados. “É importante que cada um reflita sobre que tipo de profissional deseja ser para sua empresa. Se quer fazer a diferença, ser um estrategista, ou um imitador. Quem tem o perfil rato, por sua vez, deve tomar a iniciativa para mudar”, finaliza o coach
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