segunda-feira, 29 de novembro de 2010

EMPREGABILIDADE OU LOVEABILITY, Saúde Profissional ou Afetiva?

L. A. Costacurta Junqueira


O termo da moda hoje é empregabilidade; a palavra vem do inglês Employability e significa o conjunto de conhecimentos, habilidades e comportamentos que tornam um executivo/profissional importante não apenas para sua organização, mas para toda e qualquer empresa; são características que transcendem à organização, pois atendem às necessidades do mercado de executivos / profissionais como um todo. 


Empregabilidade tem a ver com Saúde Profissional. Ter empregabilidade é conseguir rapidamente emprego em qualquer organização, independentemente do momento que vive o mercado em termos de maior ou menor demanda.


Características da empregabilidade, por exemplo, são: falar mais de um língua, (inglês e espanhol), conhecer e respeitar diferenças culturais, saber tomar decisões dentro de um esquema de globalidade etc. Ocorreu-nos que poderia haver uma analogia entre a "empregabilidade", basicamente um conceito ligado à vida e Saúde funcional e algo que chamaríamos de "loveability", algo muito mais estritamente ligado à vida pessoal, à Saúde Afetiva.


"Loveability" seria então o conjunto de conhecimentos, habilidades e comportamentos que concorreriam para que alguém pudesse ser amado por qualquer pessoa, em qualquer momento, independentemente da relação que tenha hoje.


Nossa tese é que atualmente estamos despendendo mais tempo buscando a "empregabilidade" muitas vezes em detrimento da "loveability". As causas deste desbalanceamento vêm desde falta de conhecimento de como operacionalizar o segundo conceito "loveability", por exemplo maior pressão no sentido de se buscar o êxito e realização profissional, até à visão míope de que há uma melhor seqüência (empregabilidade antes da loveability) para se buscar um e outro.


É também fundamental que se diga que uma das características da empregabilidade é uma vida pessoal equilibrada, uma família ajustada, conflitos pessoais enfrentados e bem resolvidos.


Que características então precisaríamos desenvolver para ter a "loveability"? Sem nenhum sentido de hierarquia e correndo o risco de eventuais omissões, vamos citar algumas delas.
  • Saber se colocar no lugar da outra pessoa, entender e atender suas necessidades,expectativas,desejos etc. O egoísmo é um algoz terrível nas relações.
  • Ser capaz de conversar com a outra pessoa nos assuntos que um e outro dominam, sem demonstrar possíveis descontentamentos com a defasagem dos conhecimentos da outra parte.
  • Usar os erros seus e da outra pessoa como oportunidade e motivação para aprendizagem, não enfatizando recriminações, rancores etc. A frase terrível é ‘Eu, não disse" ......!
  • Não repetir os mesmo erros, cometer erros, sim, mas sempre erros novos; vamos ser criativos!
  • Respeitar o ritmo da outra pessoa; não apressar demais as ações ou ter expectativas ideais em relação à velocidade de reação do outro.
  • Evitar a ênfase nas diferenças, sempre dando mais importâncias às igualdades e concordâncias.
  • Colocar-se com um prestador incondicional de ajuda, a qualquer hora sobre qualquer assunto; ouvindo sempre, antes de propor qualquer solução ou alternativa.
  • Comportar-se permanentemente como se estivesse nos seis primeiros meses da relação; não esquecer os aniversários, mandar rosas sem uma razão aparente, dizer "eu te amo" nos momentos mais inesperados, convidar para tomar um sorvete às 16 horas, abrir a porta do carro etc.
  • Usar sempre a primeira pessoa do plural; o "nós", antes de qualquer frase, passa um sentido inequívoco de parceria, projetos/conjuntos etc.
  • Respeitar a individualidade da outra pessoa; ninguém é obrigado a gostar de tudo que o outro gosta, de estar 100% do tempo com o outro etc. Uma relação não é uma prisão, as pessoas necessitam aprender que não se está junto apenas quando se está junto; a "loveability" implica em querer estar junto quando se está longe.
  • Ser proativo no trato de qualquer problema; a melhor maneira de resolver uma crise é pensar na sua solução "antes" que ela aconteça; isto significa também que um problema não se resolve empurrando-o com a barriga. Quanto mais cedo ele for colocado para o outro, maiores serão as chances de um entendimento e menores os conflitos. 
  • A loveability está muito ligada à globalização/desconcentração das relações; quanto mais amigos houver mais ambos se beneficiarão. Os amigos resolvem, em parte, aquela síndrome da dependência total mútua. Nada mais perigoso do que "eu só tenho a você e só você serve para mim"; é a chamada dependência indevida que só empobrece a relação e aumenta perigosamente as expectativas de um em relação ao outro.
  • A coerência é outra característica da "loveability"; dizer o que se pensa e sente é fundamental para construção de uma relação de confiança total; o grande perigo é a chamada "mentira piedosa".
  • Cumprir prazos, promessas é também fundamental para reforço da dimensão confiança; nenhuma relação subsiste por muito tempo se não se cumprir o prometido.(por menor que seja sua importância)
  • Dividir informações é outra postura fundamental; não interessa muito se a informação que você tem é relevante ou interessante para o outro, o que importa é contá-la para o outro. Aqui entra o conceito de sinergia, quando a adição de duas informações/conhecimentos resulta num produto maior que soma das parcelas individuais.
  • Gostar de gente, especialmente de si mesmo, é outro aspecto fundamental; imaginemos como é possível gostar ou ser gostado por alguém se não gostamos de nós mesmos.
  • A "loveability" também se caracteriza pelo saber escolher o momento e a forma para dar boas e más notícias. A escolha do melhor momento tem a ver com a existência de poucas pressões naquela hora, no começo do dia, por exemplo; o relógio biológico da pessoa deve ser considerado. A forma diz respeito às características/estilo da outra pessoa, falar de maneira mais objetiva ou desbordar, usar mais ou menos tempo, colocar o problema como seu, enfatizar benefícios relativos a cumprimento de uma meta, maior segurança, melhor relacionamento, são algumas alternativas.
  • Não ter medo de errar, assumir riscos, ser pouco fiel aos dogmas, errar por ação e não por omissão, completam o conjunto de características da "loveability"; só se consegue algo melhor se acreditarmos que este algo ainda está por vir, se saímos de nossa ‘zona de conforto" e partimos para a busca da mudança.
A meta é compatibilizar a Saúde profissional e Afetiva.
Consultor -  L A COSTACURTA JUNQUEIRA / VICE PRESIDENTE DO INSTITUTO MVC – M. VIANNA COSTACURTA ESTRATÉGIA E HUMANISMO
Fonte: http://www.institutomvc.com.br/costacurta/artla48_empreg.htm

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