segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Um instante, uma palavra - Tom Coelho

“Nem todas as conversas irão mudar sua vida, mas qualquer uma delas poderá fazê-lo.”
(Liz Dolan)


Quando iniciei minha carreira como palestrante, nos idos de 2003, eu tinha duas crenças muito claras. A primeira, de que uma apresentação, por mais organizada, envolvente e cativante que fosse, não seria capaz de “mudar a vida” de um participante. Sensibilizar, influenciar e até entusiasmar, sim. Porém, promover uma mudança capaz de alterar o curso da história de alguém, parecia-me presunçoso demais.

A segunda crença dizia respeito à duração de uma atividade. Pensava eu que uma mensagem poderosa dependia do conjunto de seu conteúdo. Seria o todo, e não a parte, o que impactaria os presentes.

Ao longo dos anos, aprendi que estava duplamente equivocado…

Qualquer breve momento pode transformar radicalmente o destino de alguém. Tenho vivenciado isso no dia a dia, a cada diálogo, a cada reunião, seja com colegas, amigos, parceiros de negócios ou mesmo o público em geral. É como disse o antropólogo Roberto Crema: “Ninguém muda ninguém, ninguém muda sozinho, mas mudamos nos encontros”.

Uma vez ao ano tenho a honra e o prazer de desfrutar da companhia de um dos principais líderes empresariais do Brasil. Trata-se de alguém com quem convivi anos atrás no cenário institucional e com quem selei uma amizade autêntica e despretensiosa. Ensinou-me ele em nosso último encontro: “Na atual fase de minha vida, dou-me o privilégio de escolher com quem, quando e por quanto tempo irei dialogar”. É uma grande lição que nos dá a dimensão exata da importância das palavras e do uso do tempo.

Daí decorre também o êxito ou o fracasso no processo de comunicação, pois há uma sutil diferença entre ouvir, escutar e efetivamente entender o seu interlocutor. É tênue, porém ampla, a distinção entre olhar, ver e enxergar um objeto, imagem ou cena. Há pessoas que falam, mas nada dizem; ou que dizem, mas não são compreendidas.

Shakespeare pontuou assertivamente que “leva-se anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e você pode fazer ou dizer coisas em um instante, das quais se arrependerá pelo resto da vida”. Por isso, sempre procuro alertar que é imprescindível tomar cuidado com as palavras desferidas, em especial nos momentos de irritação. Quando você diz algo que desagrada a alguém, pouca valia haverá em se desculpar posteriormente. Porque não importa o que você disse, mas o que ficou depois do que você disse. O que fica instala-se no peito, dentro do coração, tomando-o por sua morada e de lá não sai mais.

Hoje aprendi que em qualquer intervenção que eu faça, seja em uma palestra ou um treinamento, seja em uma reunião ou em diálogo conciso, basta uma fração de meu discurso para promover a reflexão em qualquer um dos presentes. E como cada pessoa é atingida de maneira diferente e em momentos específicos, é grande minha responsabilidade, pois a mensagem pode afetá-las positiva ou negativamente, influenciando suas decisões.

Assim, cuide com atenção e carinho de seus argumentos. E lembre-se de que em comunicação, mais do que a razão, é a emoção quem impera.

* Tom Coelho é educador, conferencista e escritor com artigos publicados em 17 países. É autor de “Somos Maus Amantes – Reflexões sobre carreira, liderança e comportamento” (Flor de Liz, 2011), “Sete Vidas – Lições para construir seu equilíbrio pessoal e profissional” (Saraiva, 2008) e coautor de outras cinco obras. Contatos através do e-mail tomcoelho@tomcoelho.com.br. Visite: www.tomcoelho.com.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

INVEJAR NÃO É PECADO!

Você, algum dia, já se sentiu frustrado porque um colega de trabalho conseguiu a posição que você tanto almejava? Você já se questionou porque seu amigo, com pouca instrução, conseguiu consolidar um patrimônio financeiro e você, com toda a sua experiência e estudo, nem mesmo tem uma casa própria? Você já se surpreendeu pensando que venderia 10% da sua inteligência para conquistar maior beleza física e magnetismo pessoal? Você já ficou enciumado em um evento social só porque sua mulher brilhou mais que você, mostrando-se comunicativa, simpática e cativante?

Se você já sentiu algumas dessas emoções, não se desespere! A Inveja, um dos sete pecados capitais, é um dos sentimentos mais comuns entre os seres humanos. Seja bem-vindo ao mundo dos normais!

Mas por que essa emoção costuma ser constrangedora? Nossa cultura educacional familiar e religiosa estabelece como crença e valor que a Inveja é um sentimento a ser negado, pois é considerada uma anomalia social. Experimente em um bate-papo com alguns companheiros de trabalho dizer que sente Inveja de seu Diretor. Você estará correndo o risco de ser alvo de fofocas e receber do grupo uma atitude de isolamento por ser considerado um elemento perigoso à Organização.

Essa pressão psicológica contribui para um sentimento de culpa, quando nos flagramos invejando o poder do outro; como se isso representasse uma ameaça dolorosa à nossa auto-estima e às qualidades necessárias para a imagem de homens de bem.

É necessário livrar-se da culpa e humanizar a Inveja.

Nenhum sentimento por si só é bom ou ruim, tudo depende da forma de administrá-lo. É preciso, antes de mais nada, perceber a diferença entre a Inveja primitiva, que nos impele aos conflitos internos e corrosivos e onde a única preocupação é maldizer o sucesso alheio, da Inveja-admiração, aquela bem gerenciada, que pode nos tirar do comodismo e nos impulsionar a uma competição saudável para enfrentar desafios.

INVEJA DESTRUTIVA
- Consideramos que só o outro possui características positivas a serem admiradas;
- Sentimo-nos eternos espectadores passivos do sucesso alheio;
- Desperdiçamos tempo, deixando de viver plenamente quem somos, embutindo nossos talentos ocultos;
- Canalizamos nossa energia para destruir quem tem aquilo que ambicionamos;
- Temos os desejos e não fazemos nada para objetivá-los. Perdemos os sonhos porque não investimos neles.
- Nessas circunstâncias, a Inveja é improdutiva e perniciosa, podendo gerar ressentimentos e um profundo pessimismo existencial, resultantes do complexo de inferioridade e da auto-imagem negativa.
    Não se torne refém de sua INVEJA.

INVEJA SAUDÁVEL
- Funciona como elemento propulsor para a mudança;
- Serve de espelho para a auto-análise;
- Estimula o crescimento pessoal;
- Aproxima-nos de quem admiramos;
- Incita-nos a lutar para conseguirmos aquilo que queremos.

SUGESTÕES
Como vemos, pode-se reescrever o roteiro final do filme imaginário “A Inveja e suas sombras” e conduzir esse sentimento para um final mais produtivo e enriquecedor.

Algumas sugestões para administrar a Inveja, tornando-a um fator positivo:

- Realize uma auto-análise, avaliando sem preconceitos, os próprios sentimentos;
- Reconheça que ela pode ser fator de crescimento quando transformada em admiração;
- Analise racionalmente a questão: o que invejo é possível de ser conquistado? Que conhecimentos preciso obter? Que habilidades precisam ser desenvolvidas? Que atitudes desejo assumir para viabilizar meus objetivos?
- Não use a Inveja como desculpa para a inércia;
- Não sofra pelo sucesso alheio. Trace metas para atingir seus objetivos;
- Não tenha vergonha de perguntar para as pessoas, que você considera ter qualidades invejáveis, o segredo do sucesso delas;
- Conscientize-se de suas habilidades a serem exploradas e valorizadas;
- Direcione seus talentos e habilidades em seu próprio benefício;
- Tenha coragem para admitir e corrigir suas falhas;
- Avalie constantemente os resultados alcançados.

Em nossa vida não precisamos ficar como eternos voyeurs rancorosos do sucesso alheio, nem nos colocarmos na posição de vítimas abandonadas pelo destino. É possível tornar a Inveja uma alavanca para o autoconhecimento, que pode nos conduzir a um maior comprometimento com a autodisciplina e com um jeito mais produtivo de viver.

Material retirado do Programa Comunicação Sem Medo


quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Seu chefe é chato?...Use-o para aprender e crescer na carreira

Não tenha mais medo da cara feia e da gritaria que o seu chefe faz quando você comete um erro (felizmente esse não é o clima que impera no Grupo LET). Estando com razão ou não, o indivíduo que hierarquicamente lhe dá ordens ou delega tarefas tem algo a lhe ensinar – ainda que ele possa estar fazendo da forma menos indicada.

O ideal é pensar pelo lado positivo e tirar proveito da situação. Manter o sangue frio no ambiente de trabalho é fundamental na convivência de egos.

Uma das cenas mais comuns no mundo corporativo são os funcionários reclamando de um chefe exigente demais. No entanto, são poucos os que param para pensar no benefício que ter um chefe “pitbull” pode trazer para sua carreira.

Que fique bem claro, um chefe exigente pode até ser autoritário em alguma circunstância, mas ele não é um carrasco e em nenhum momento desrespeita ou humilha seus subordinados, ele cobra, mas respeita os profissionais com quem trabalha. Afinal de contas, a primeira pessoa de quem ele exige é dele mesmo, e sabe bem que não alcançará suas metas muito bem definidas sem a colaboração de sua equipe.

Assim como se aprende mais com o professor que “pega no pé”, o chefe “pitbull” também vai acelerar o aprendizado e o amadurecimento profissional de seus funcionários. Por mais tensa que seja essa convivência, o profissional sai ganhando, pois estará construindo uma base e sem dúvida uma carreira sólida.

Em meio a possíveis desencontros, é importante observar o que é possível aprender com cada situação e com as pessoas que fazem parte da sua rotina de trabalho. Ninguém é 100% intolerante, incompetente ou insuportável. Todos possuem características que podem acrescentar de uma maneira ou de outra.

Benefícios desse convívio

Confira alguns aspectos que podem ser aprimorados com essa convivência e reflita sobre cada uma dessas palavras:

• Responsabilidade – deveres têm que ser cumpridos e atribuições que são suas têm que ser valorizadas para a sua própria sobrevivência na empresa.

• Perfeccionismo – Ninguém acerta 100%, mas tente sempre estar se aproximando desse patamar, com cuidado e sem afobação.

• Empenho – Vestir a camisa do local onde se trabalha é primordial para que você conquiste respeito. Já parou para pensar que o cara às vezes é mala com você porque ele sabe que você pode se empenhar mais e você não o está fazendo.

• Dedicação – Separar seu tempo para cumprir aquela tarefa e efetivamente cumprir evita dores de cabeça.

• Disciplina – Seja constante em suas atividades e evite dar chance para que os outros lhe apontem falhas. Como? Passe a anotar tudo o que tem que fazer no dia seguinte. E ao final de cada dia anote os imprevistos que ocorreram. Ao final da semana leia tudo o que ocorreu e analise e incidência de imprevistos com vistas a ter menos surpresas na semana seguinte. Tente fazer tudo com eficiência rapidez buscando separar algum tempo de sobra para esses imprevistos.

• Conhecimento – Mesmo dentro de uma briga pode-se aprender algum comportamento ou alguma prática que não se sabia. Pode parecer loucura, mas valorize as frases carrancudas do seu chefe (se o seu chefe for assim, é claro)

• Metodologia de trabalho – Sem esquizofrenia tenha seu método de trabalho, um método que não agrida o espaço dos outros e que facilite o trabalho em equipe.

• Planejamento – Quem planeja tende a evitar sufocos no dia a dia de trabalho.

• Aprender a lidar e respeitar hierarquias – Analise porque aquele cara é o chefe, porque você deve respeitá-lo, o que pode acontecer a você e aos outros se você não o fizer.

• Jogo de cintura – Saber lidar com o diferente nem sempre é fácil, mas é necessário em um mundo lotado de gente onde as pessoas se trombam todos os dias. Ao lidar com o chefe turrão, a pessoa pode aprender como domar sua própria impaciência e seu pavio-curto.

• Flexibilidade – Mudar a todo o momento, se adaptar a novas situações e gerenciar mudanças é vital em um ambiente de trabalho. O chefe mala pode ser um atalho importante nesse aprendizado.

• Rapidez de raciocínio – Quando se é cobrado com intensidade temos que pensar mais rápido em soluções. Comece treinar sua mente cada vez que for cobrado, mesmo que isso não signifique necessariamente salvar a sua vida.

• Lidar com cobranças e superar expectativas – quando você for cobrado pelo chefe experimente surpreende-lo com mais do que aquilo que ele pediu. Dê-lhe um brinde e possivelmente você será brindado com pelo menos um período de trégua.

• Ganhar credibilidade – Se você não entra em conflito com seu chefe e procura entender o que está se passando, sem baixar a cabeça, mas se impondo de uma forma inteligente e com argumentos cria-se uma tendência pela qual você ganhará maior credibilidade.

• Gerar confiança – quem ouve o chefe, esmo em situações de estresse tem mais facilidade em ganhar sua confiança. Mais do que isso, ao saber sair de situações difíceis a auto-estima tem um up grade valioso.

Não crie barreiras e procure tirar o melhor dessa situação. Grandes líderes fazem uma grande diferença no aprendizado pessoal e profissional. Quem optar pelo caminho do aprendizado terá seu desempenho reconhecido e fortalecido por toda sua trajetória.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

ARTIGO 172 – O ÚLTIMO DIA DA SUA VIDA

Se você está lendo isso,

significa que eu tive coragem de  postar.

Bom pra mim.

6 meses atrás…

Meu pai estava correndo atrás da minha sobrinha pela casa.

A minha namorada mandava mensagem dizendo: Eu te amo.

3 meses atrás…

Meu pai foi diagnosticado com uma doença neuro degenerativa, sem cura

que ia matá-lo aos poucos.

A minha namorada se muda para outra cidade.

2 semanas atrás.

Meu pai nao consegue mais levantar sozinho.

Minha namorada termina comigo.

A Vida é a coisa mais frágil,

instável e imprevisível que existe.

No dia que minha namorada terminou,

voltei pra casa e quando abri a porta estava meu pai sentado sem força 

para levantar do sofá.

Passaram 8.433 coisas na minha cabeça.

Comecei a chorar.

Ele disse:

Se você soubesse que esse é seu último dia de vida,

você passaria ele chorando?

Tá aí uma excelente forma para parar de chorar,

encontrar esperança onde parece não existir nada.

Falei com meu pai que estava acontecendo muita coisa ruim.

Ele disse:

Todas essas coisas que não eram para acontecer,

aconteceram.

O que acontecerá depois depende de você.

Na mesma hora liguei para um amigo e ele chamou outro amigo que 

chamou outro.

Saimos para conversar.

Um deles contou que a mãe também está com uma doença degenerativa.

Voltei pra casa.

Fui até o quarto do meu pai e disse:

Eu te amo.

É importante ter tempo para dizer às pessoas que você ama o quanto 

você as ama,

enquanto elas podem te ouvir.

Ele comecou a chorar.

Eu falei:

Se você soubesse que esse é seu último dia de vida,

você passaria ele chorando?

Ele comecou a rir.

As pessoas fazem você continuar.

Pessoas são melhores do que ninguém.

Se você está sofrendo por amor,

Se alguma pessoa que você ama está doente,

Não fique puto com o mundo.

Não se torne um babaca.

As coisas caem e quebram, é a vida.

E a vida é dura.

As pessoas cometem erros… mas, se você me perguntar,

é a parte que vem depois que importa.

A parte onde você faz a coisa certa.



15 coisas que seu médico não vai te contar sobre longevidade - Emiliano Urbim

Fazer exercícios, controlar o estresse, maneirar no sal — estas regras você já sabe ou deveria saber, de tanto que os médicos repetem. Conheça agora ensinamentos para viver mais que não passam pelos consultórios

Alimentação balanceada, exercícios regulares, álcool sob controle, cigarro à distância, muitas horas de sono. Se tudo isso já faz parte da sua rotina, parabéns: você cumpre alguns dos pré-requisitos para viver mais. Acontece que há muitos outros: bons hábitos e fatores externos que são fundamentais para se chegar a uma “melhor idade” digna do nome.

Boa parte dessas novas regras são desdobramentos de estudos que levam em conta a influência que a sua personalidade e o seu entorno podem ter na sua longevidade. O principal deles é um estudo da Universidade Stanford, na Califórnia, iniciado pelo médico Lewis Terman em 1921. Naquele ano, ele selecionou um grupo de 1 500 crianças para acompanhá-las durante os anos seguintes. Terman faleceu em 1958, mas seus assistentes (e os assistentes deles) seguiram acompanhando todo o grupo durante décadas, na alegria e na tristeza, na riqueza e na pobreza, até que suas mortes os separassem.

Em 2012, as conclusões foram apresentadas. Os conselhos clássicos de se manter ativo, bem alimentado e tranquilo continuam valendo, claro. Mas os pesquisadores chegaram a algumas informações surpreendentes: trabalhar muito é um caminho para viver muito, otimismo de mais pode ser prejudicial e a genética não é assim tão determinante para prever seu futuro.

Conheça essas e outras lições nas próximas páginas. Afinal, o negócio não é só chegar a 100: é chegar bem.

1- Nunca, nunca se aposente
Pesquisas que comparam trabalhadores e aposentados da mesma idade mostram: quem parou está pior. Claro, vai depender da sua rotina. Mas como sabemos que a poltrona é tentadora, fique esperto. Não precisa trabalhar muito, nem todo dia – ache um hobby, um curso, um compromisso regular. E, não, assistir TV não conta como hobby.


2. Passar fio dental faz bem para o coração
O que uma coisa tem a ver com a outra? Acompanhe o raciocínio: se você não passar fio dental, vai acumular placa bacteriana, que vai causar gengivite, que vai provocar a liberação de substâncias conhecidas como químicos da inflamação, que são os vilões por trás de várias doenças cardíacas. Mas se isso não for argumento suficiente pra você… poxa, gengiva inflamada, dentes em falta e mau hálito não ajudam ninguém na terceira idade.


3. Otimismo faz mal à saúde
Enxergar apenas o lado bom das coisas tem seu lado ruim. Pois é: pessoas otimistas tendem a subestimar riscos – um traço de personalidade que pode levar de ultrapassagens ousadas a longas ausências no médico. Além disso, otimismo além da conta deixa você frustrado demais com as dificuldades da vida. Ou seja: com um pé atrás, você vai mais longe.


4. Socializar é a fonte da juventude
Quanto mais velhos, menos saímos de casa. Lute contra isso: a ciência garante que conviver com outros é o gatilho de benefícios físicos e mentais que prolongam a vida.


5. Deus ajuda quem vai à igreja
Fato: quem comparece à missa, culto, centro espírita, sinagoga, terreiro etc. em geral vive mais. Dilema: religiosos vivem mais porque rezam ou rezam porque vivem mais? Os dados não permitem concluir se a saúde dos anciãos é beneficiada pela experiência ou se, na verdade, quem tem disposição para ritos religiosos são justamente os mais saudáveis. Moral da história: na dúvida, tenha fé em alguma coisa – nem que seja em Richard Dawkins.


6. Beba. E não precisa ser tacinha de vinho
Quando o assunto é álcool e longevidade, só se fala em vinho tinto. Preconceito: vinho branco, cerveja, uísque e outros fermentados e destilados também podem fazer bem. Há um índice menor de doenças cardiovasculares relacionado ao consumo diário de até duas doses – e de apenas uma para mulheres, ponto para os homens! Mas a ALFA e o Ministério da Saúde advertem: beba com moderação. Passou de duas doses, já vira problema.


7. Palavras cruzadas salvam vidas
Atividades que exercitam seu cérebro mantêm sua inteligência e prolongam sua lucidez. Opções não faltam: palavras cruzadas, xadrez, videogame, sudoku, qual-é-a-música. Detalhe: assim que estiver craque, troque de treino – seus neurônios só mantêm o frescor enfrentando novos desafios.


8. Mulher: o negócio é imitar
Elas vão mais ao médico, comem melhor, fumam menos, envolvem-se em menos acidentes e, assim, vivem mais. Então, deixe de frescura: seja mais feminino.


9. Não fique viúvo. Você não sabe se cuidar sozinho
Não bastasse haver cinco viúvas para cada viúvo no Brasil, elas ainda vivem muito mais depois de perder seus maridos do que nós após perdermos a esposa. A verdade é que, sozinhos, tendemos ao caos – o que aos 30 anos tem seu charme, mas em uma idade avançada é fatal. Então, não fique solteiro: sua saúde agradece.


10. Pare de se incomodar com bobagem
Mágoa, rancor, ressentimento: se ao ler essa lista você já recorda de vários exemplos pessoais, calma. Não é por aí. Se cultivados, esses sentimentos descambam na produção de cortisol, um hormônio que ataca seu coração, metabolismo e sistema imunológico. Diversos estudos relacionam uma alta taxa de cortisol a uma morte precoce. Portanto, aprenda a perdoar, relevar, deixar pra lá. Como dizia o guru indiano Meher Baba: Don’t worry, be happy – pois é, também achava que vinha daquela música.


11. Não confie nos seus genes
“Meu avô viveu 90 anos, não preciso me preocupar.” Precisa. Uma nova pesquisa concluiu que apenas 25% da duração da nossa vida podem ser atribuídos à herança genética; os outros 75% dependem de você. Se quiser chegar aos 90 como o seu avô, descubra como ele fez para chegar lá.


12. Não tenha amigos legais. Tenha amigos saudáveis
OK, eles não são excludentes. Mas o ponto é: da mesma maneira que, para ganhar dinheiro, é melhor se cercar de ricos, e para emagrecer convém conviver com magros, para se ter saúde a receita é arranjar uma turma saudável – você melhora sem querer querendo.


13. Tenha filhos – ou algo parecido, como cachorros
Caso tenha se ofendido, por favor, volte ao item 10. Pronto. É o seguinte: possuir uma conexão com alguém mais jovem que você (filho, enteado, sobrinho, neto) é algo que te mantém interessado pelo mundo à sua volta – e mais a fim de continuar vivendo nele. E, sim, cachorro e gato também contam: além de manter você conectado, curtir um animal de estimação libera ocitocina, o hormônio benéfico liberado na convivência pais e filhos.


14. Seja bom no que você faz. Ao menos tente
Quanto menos trabalho, melhor. Esse conselho, que parece vindo do personagem Macunaíma, de Mário de Andrade, foi durante muito tempo adotado pelos especialistas em longevidade. Acreditava-se que uma vida sem esforço seria uma vida longa. Mas os médicos observaram que parece haver uma relação entre longevidade e empenho profissional. Por incrível e justo que pareça, passar décadas se dedicando e evoluindo em algo que você valoriza, ou seja, ralando muito, pode lhe valer vários anos a mais. Ao menos, garantem os especialistas, em comparação com quem passar o mesmo bocado de tempo trabalhando no que não gosta – essa sim é uma receita garantida para viver menos e pior.


15. Ser um pouco hipocondríaco vale a pena
Você vai continuar sendo considerado chato pela maioria dos amigos, mas pesquisas apontam que quem desconfia mais da própria saúde vive mais. No caso, é melhor prevenir e se remediar.


Matéria publicada na edição de ALFA de fevereiro de 2013

MORAR NO EXTERIOR

Um ponto de destaque cada vez maior no currículo

Por Alexandre Peconick
Ter o mundo às mãos vale muito quando o assunto em trabalhabilidade
  Não há nada mais enriquecedor em termos de versatilidade no mercado de trabalho do que dormir, acordar e viver o dia a dia em um outro país, longe de "papai" e "mamãe", ou bem distante da "turminha do clube ou da faculdade". Se morar no exterior já era uma experiência que agregava muito aprendizado cultural a qualquer profissional, hoje em dia, com a quase não existência de fronteiras graças à tecnologia da informação, viver em outro país é um fator diferencial quando se lê um currículo ou quando se conversa com um candidato em processo seletivo.

  Desenvolver a flexibilidade, apurar o olhar criterioso, quebrar paradigmas e pré-conceitos e ampliar os horizontes de análise de qualquer fato são conquistas importantes daqueles que têm a mínima chance de viver em um país com uma cultura distinta; seja este país os Estados Unidos, a França, a Itália, a Argentina o Zaire, o Egito, o Japão, a Austrália, ou qualquer outro. Não importa muito a condição econômica ou a língua falada, ou o que se vai fazer por lá. É vital, no período em que se vive no exterior sugar tudo o que for possível em termos de hábitos e vivências locais.

  Afinal, os diferenciais de um perfil profissional há muito tempo não são mais os mesmos. O próprio idioma estrangeiro fluente (predominantemente o inglês, ou o francês), considerado decisivo em algumas seleções há alguns anos, tornou-se uma condição básica especialmente em alguns segmentos de negócios. Em seu lugar, entra em cena a vivência no exterior como diferencial e vantagem competitiva. Mais do que falar com desenvoltura o inglês, aquele que morou no exterior pôde desenvolver uma percepção mais aguçada do ritmo do falar e ouvir, do tempo certo de cada situação de conversação ou mesmo das entonações mais adequadas para uma rodada de negócios, por exemplo.

  A demanda por profissionais experientes no contato com pares e clientes estrangeiros aumenta em função da intensa globalização de negócios e serviços vivenciados pelas empresas brasileiras. Cada vez mais, a experiência adquirida em um país diferente conta em um processo seletivo. Essa vivência permite ao colaborador desenvolver sua capacidade de adaptação a novas situações, além de ampliar sua visão para compreender as necessidades de clientes e pares de diferentes contextos culturais.

  Para as empresas, um profissional com experiência fora do Brasil mostra-se capaz de enfrentar grandes desafios e de articular contatos externos. A experiência "fora de casa" capacita o profissional para atividades desafiadoras de abrangência mundial. Na avaliação de alguns ramos de negócio, como o de serviços, o profissional globalizado é ideal para se relacionar com outras culturas, pois a diplomacia é um item bastante importante neste segmento.

  Porém, embora a vivência seja um fator chave na contratação, a qualidade de aproveitamento da experiência é o que mais se destaca em um currículo, principalmente para posições mais seniores. Há casos em que o profissional passa alguns meses fora do País, trabalha em diversos segmentos, mas não se capacita com cursos e MBAs focados em sua área. Embora tenha tido uma vivência importante no exterior, o único aspecto em que ele se diferencia para as empresas é em relação às competências pessoais.

  Já um profissional que, com a mesma oportunidade, cursa um MBA ou um programa de extensão, tem em uma seleção a oportunidade de se destacar por sua experiência efetivamente. Isso porque sua vivência foi direcionada à carreira, conferindo a ele um upgrade de conhecimentos e técnicas em relação aos demais profissionais brasileiros. Essa característica é bastante valorizada no mercado de trabalho cada vez mais competitivo.

  Ou seja, você foi para um exterior, ficou um tempo lá, mas o quê fez de construtivo? Além dos cursos, os passeios culturais, a rede de relacionamentos que construiu e as atividades gerais, mesmo as de lazer, que desenvolveu contam bastante neste "pacote" de conhecimentos.

  Em uma seleção em que concorressem os dois perfis acima, caso os dois preenchessem todos os requisitos para a a vaga de emprego, muito provavelmente o segundo profissional conseguiria o trabalho. Claro que essa análise é ideal. Outros detalhes e aspectos comportamentais de cada candidato são relevantes e seriam analisados em um processo seletivo.

  Em termos gerais, a vivência fora do País é um diferencial importante para profissionais em início de carreira, como trainees e estagiários, que ainda não têm maturidade profissional. Já para profissionais com maior qualificação e experiência, a vivência necessariamente conta mais se for relacionada à sua área de atuação.

  O período atual é de aquecimento do mercado de trabalho. Por essa razão, para cargos e salários mais vantajosos, vale a pena fazer uma pausa na carreira para se desenvolver em um país diferenciado. É o que muitos executivos chamam de "Período Sabático" – NEWSLET ainda irá abordar este tema em uma de suas edições. Esse ganho, a curto, médio ou longo prazo, traz oportunidades de carreira – inclusive em nível gerencial - e de desenvolvimento pessoal que não têm preço.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

ENGAJAMENTO - GRANDE DESAFIO PARA O RH

Por Alexandre Peconick

"Vestir a camisa de uma empresa" ou "dedicar-se a uma causa", conforme descrição da Wikipédia a ENGARJAR-SE, em tempos de grandes transformações no mercado de trabalho, é bem simples não?" Não é. Trata-se de um problema recorrente em qualquer segmento de trabalho no qual, em sua maioria, está hoje repleto de jovens que "pulam de empresa em empresa" de dois ou dois anos.

O tempo médio de permanência da nova geração em uma empresa, aliás, nunca supera os três anos. Loucura? Não. Busca por benefícios. Busca pela realização de sonhos profissionais pessoais. Gente partidária do "vista a minha camisa para que eu possa vestir a sua". 

Realizado pela Towers Watson entre fevereiro e março, com 32 mil profissionais de 28 países, o Estudo Global sobre Força de Trabalho – Global Workforce Study (GWS) mostra que apenas 28% dos profissionais brasileiros estão altamente engajados no trabalho. Entre os demais, 30% estão desengajados, 26% se sentem sem suporte por parte das empresas e 16% estão desvinculados de suas companhias.

"Esse resultado é bastante crítico. Se considerarmos que as empresas hoje buscam um engajamento sustentável, isto é, que assegure uma alta performance e um comprometimento de longo prazo, esses números mostram que as empresas estão bastante vulneráveis", explica Carlos Ortega, consultor sênior da área de Pesquisas com Empregados da Towers Watson no Brasil.

Bienal, o levantamento foi norteado pelo conceito de engajamento sustentável, que é a soma de três fatores: engajamento (vínculo à empresa e vontade de dar o melhor de si – esforço extra); suporte organizacional (que proporcione produtividade e alto desempenho); e bem-estar (físico, emocional e interpessoal).

"Nos últimos anos, com os empregadores lutando para controlar custos e manter as empresas competitivas globalmente, a importância do suporte organizacional e do foco em bem-estar tornou-se muito clara. O resultado positivo depende da união dos três elementos e só vai manter-se ao longo do tempo com todos funcionando em perfeita harmonia. As empresas que não se preocuparem em melhorar o ambiente de trabalho, garantir o ambiente de suporte aos funcionários e criar um sentimento de vínculo à organização, verão o engajamento dos profissionais diminuir, afetando diretamente a produtividade e a capacidade de crescimento do negócio", completa.

Motivações

O estudo mostra, ainda, que remuneração e benefícios não são os principais direcionadores de alto engajamento. Para os profissionais brasileiros, os três principais pontos que os motivam e os levam a criar um laço com a empresa são: desenvolvimento de carreira, imagem da empresa e metas e objetivos claros. E, quando se analisa cada um desses itens, os resultados também não são muito animadores para as companhias nacionais.
Nas questões sobre desenvolvimento de carreira, 50% dos entrevistados apontaram que sair da empresa é a única opção para crescer na profissão, 57% acreditam não ter acesso aos treinamentos necessários para serem produtivos em sua posição atual e 63% não percebem os programas de treinamento da empresa como efetivos.

No item Metas e Objetivos claros, 46% dos brasileiros não conhecem as metas de sua empresa, 37% não entendem como seu papel contribui para que a companhia alcance seus objetivos e 44% não sabem quais as ações necessárias para chegar lá.

"É preciso remover as barreiras para a realização dos trabalhos. Além de ótimas condições de emprego, as companhias precisam ser claras ao demonstrar que o funcionário é valorizado, que ele faz parte da equipe e que terá todo o apoio para seu desenvolvimento pessoal e cumprimento de suas metas e, com isso, chegar aos objetivos de negócios da empresa", afirma Ortega. "O suporte organizacional é importante para propiciar as condições necessárias para melhorar a produtividade e o desempenho", finaliza Ortega.