quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Ilhas Salomão

" Nas Ilhas Salomão, no Pacífico Sul, os nativos descobriram um jeito inusitado de derrubar árvores. Se algum tronco é grosso demais para ser abatido a machado, os nativos o cortam à gritos. Lenhadores dotados de poderes misteriosos sobem na árvore de manhã bem cedinho e, de repente, põe-se aos berros. E durante 30 dias, continuam berrando. A árvore morre e cai por terra. A explicação, dizem eles, é que, com a gritaria, matam o espírito da árvore e , ainda segundo os nativos, o método nunca falha.

Pobres inocentes e ingênuos! Como são pitorescos os hábitos da Selva! Imaginem só, derrubar árvores no grito... Que coisa mais primitiva! Que pena que não tenham ainda conquistado as vantagens da tecnologia moderna e da ciência!

E eu? Sim, grito com a minha mulher, grito ao telefone e grito também com o meu aparelho de cortar grama. Berro com a televisão, com o jornal, com os meus filhos. Até fui visto, de punhos cerrados, berrando contra os céus.

Meu vizinho vive gritando com o seu carro.

E para que serve tanta gritaria?

Sim é possível que os nativos da ilha tenham feito uma grande descoberta: seres vivos em geral, gente, árvores, são extremamente sensíveis a gritos. Gritar nestes casos, pode acabar matando o espírito que há em cada ser vivo. Com paus e pedras podemos partir ossos, mas com palavras partimos os corações."

Lembre-se: comunicação é a base dos relacionamentos. 

As palavras devem ser suaves, pois os argumentos é que devem ser fortes.

A Qualidade do seu ambiente de trabalho  e da sua casa começa pelas suas atitudes consigo e com os demais.
 

Sucesso em sua vida.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

A mulher do século XXI

A mulher assumiu o poder em todos os âmbitos da sua vida com o compromisso, a carga e a exigência do que isso implica. Durante o século XX a mulher emancipou-se. Desde o início da história os homens dominaram a relação tendo em conta a sua força física. O homem foi o provedor, o caçador, aquele que fornecia o alimento à família ou a Comunidade, e dava segurança ao seu clã. A mulher, parte da sua vida, mulher grávida ou amamentando, dedicando-se a criação. Em seguidamente a mulher, ao depender de homem à ele foi subordinada e sob controle do "masculino", permaneceu longamente, aceitando a ideologia e a cultura patriarcal. Chamado "de machismo" em tempos modernos. Assim, passou Milénios! até começar o período de libertação feminina, onde, ela obtém suas mais maiores realizações durante o século passado. Permanecem ainda objetivos para se atingir e discriminações a serem desfeitas, como as diferenças salariais e outros que deverão ser resolvidos. No entanto, a mulher pôde estudar, votar, igualizar os seus direitos, trabalhar, o exprimir, pensar, decidir o seu destino, gostar, gozar da sua sexualidade, julgar e tomar decisões sobre a sua vida e o seu ambiente. A mulher de hoje possui os mesmos direitos do homem, responsabilidades iguais e obrigações iguais. Essa mudança sócio cultural, por sua vez lhe atribuiu novas responsabilidades. Isto acarretou no desenvolvimento e envolvimento de sua personalidade. Em todos os domínios, do trabalho humano, na arte e na ciência, na tecnologia, na direção da casa, na tomada de decisões, na iniciativa sexual etc. Além disso, sem perder as suas funções naturais maternas e da feminilidade. As mudanças provocaram igualmente transformações psicológicas. De submissa, obediente e dependente ela ficou livre, independente e autónoma. A mulher assumiu poder, em casa, no trabalho, na política, na sociedade com o compromisso, a carga e a exigência que isso implica. As mulheres buscam encontrar um equilíbrio sem perder a sua feminilidade, perante uma nova forma de viver com os custos de estar em sociedade, bem como no ambiente profissional. Estas mudanças em um dos dois pilares da espécie exigiram reajustamentos em seu companheiro, o homem, ele, teve de se adaptar à concorência em espaços que ele ocupava por "direito". Teve de entregar o poder, compartilhar o prazer e aceitar tarefas e funções que supunha e acreditava serem de exclusividade feminina como amamentação dos filhos ou as tarefas domesticas. Tudo isso tornou a mulher mais feliz? e o homem? Evidentemente neste século não cabe mais o "machismo" e as atitudes atreladas a ele, porém, precisa vir de ambos o esforço para aqueles que querem funcionar juntos.

Fonte: http://sinalizando.blogspot.com/2008/02/mulher-do-sculo-xxi.html

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

O Segredo do Sucesso

Este é um assunto que deve interessar a todos, pois com certeza todos almejam o sucesso. Mas a questão é: o que constitui o sucesso? Talvez cada indivíduo tenha uma resposta diferente para esta pergunta. Mas, se pensarmos um pouco, será evidente que seja qual for o caminho que sigamos em nosso desejo de alcançar o sucesso, esse caminho deve seguir os rumos da evolução da humanidade. Portanto, deve haver uma resposta comum sobre o que constitui o sucesso e qual o seu segredo. Contudo, seria um erro tentar achar a solução deste problema apenas estudando a vida do homem na época presente. Considerando cuidadosamente o que ele foi no passado, e ficando atentos também ao futuro desenvolvimento da humanidade, temos a única maneira de obter a perspectiva necessária para chegar à perfeita resposta para esta questão importante.

Não precisamos entrar em grandes detalhes. Podemos mencionar que, nas épocas anteriores da nossa evolução, quando o homem em formação surgia de um mundo espiritual para sua presente existência material, o segredo do sucesso estava no conhecimento do mundo físico e nas suas condições. Nesse tempo não havia necessidade de falar aos homens sobre o mundo espiritual e sobre nossos veículos mais sutis, pois estes fatos eram patentes para todos. Nós víamos e vivíamos num reino espiritual. Nesse tempo estávamos entrando no mundo físico, portanto, as escolas de Iniciação ensinavam aos pioneiros da humanidade as leis que governam o mundo físico, e os iniciaram nas artes e engenhos com os quais poderiam conquistar o reino material. Desde essa época até uma data comparativamente recente, a humanidade vem trabalhando para aperfeiçoar-se nesses ramos de conhecimento, que atingiram sua mais alta expressão nos séculos imediatamente anteriores à descoberta do vapor. Estão agora em decadência.

A primeira vista, esta parece ser uma afirmação injustificada, mas um exame mais cuidadoso dos fatos irá rapidamente revelar a verdade nela contida. Na chamada Idade Média não, havia fábricas, mas todas as cidades e aldeias possuíam pequenas oficinas onde o dono, às vezes só ou com artesãos e aprendizes, executava as obras do seu ramo, desde a matéria prima até o produto final, desempenhando sua arte e espírito criativo com toda a alma e coração em cada peça que saía de suas mãos. Se fosse ferreiro, sabia como produzir trabalhos ornamentais em ferro para tabuletas, portões e outras peças que iriam constituir as originais belezas dessas cidades e aldeias medievais. Sua obra também não seria olvidada; ao andar pela cidade podia ver este ou aquele ornamento e orgulhar-se de sua beleza; orgulhar-se também por saber que havia conquistado o respeito e admiração de seus concidadãos por seu trabalho artístico e consciencioso. O marceneiro que preparava a estrutura das cadeiras, também as estofava com trabalhos de tapeçaria, cujos desenhos artísticos tentamos agora imitar. O sapateiro, o tecelão e todos os outros artífices, sem exceção, produziam o artigo final desde a matéria prima, e todos se orgulhavam de sua obra. Trabalhavam arduamente por muitas horas, mas não se queixavam, pois todos gratificavam-se ao exercitar sua criatividade. O canto do ferreiro, acompanhado pelo martelo na bigorna, era ouvido por todos e os oficiais e aprendizes não se consideravam escravos mas mestres em formação.

Depois veio a época do vapor e da máquina e, com ela, um novo tipo de mão-de-obra. Em lugar da produção de um objeto que era confeccionado por uma só pessoa, desde a matéria prima, o que gratificava seu talento criativo, o novo plano preparava os homens para cuidarem das máquinas que apenas faziam parte dos produtos finais. Depois, essas partes eram montadas por outros. Embora este plano diminuísse o custo da produção e aumentasse o rendimento, não deixava campo para o instinto criativo de um homem. Ele se transformou meramente em um dente da engrenagem de uma grande máquina. Na loja medieval, o dinheiro era, na verdade, pouco considerado; o prazer de produzir era tudo; o tempo não importava. Mas sob o novo sistema, o homem começou a trabalhar por dinheiro e contra o tempo, daí resultando que as almas dos mestres, assim como as dos homens ficaram insaciáveis. Perderam o essencial e conservaram apenas a sobra daquilo que torna a vida digna de ser vivida, pois estão trabalhando por algo que não poderão usar nem desfrutar. Isto se aplica tanto ao mestre como aos homens.

Que diríamos de um jovem que se propusesse a acumular um milhão de lenços que nunca poderia usar? Com certeza o consideraríamos um tolo; e por que não colocarmos na mesma categoria o homem que gasta todas as suas energias e se priva de todos os confortos da vida para tornar-se um milionário?

Max Heindel

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Inspire-se com os bons exemplos - Célia Leão

Espelhe-se nas pessoas mais polidas, cultas, sofisticadas e seguras socialmente. É um jeito prático de aprender a como se tornar melhor.

Fico sempre impressionada com o quanto as pessoas, no ambiente corporativo, adoram policiar o chefe, ou qualquer profissional de cargo superior, para dar um flagrante quando ele ou ela pisa na bola. Se meu chefe se atrasa para uma reunião, uso o fato como argumento quando quero justificar minha falta de pontualidade num compromisso de trabalho.

Se um executivo tem uma crise de destempero, me agarro àquilo com unhas e dentes para justificar minha grossura no trato com os colegas de escritório. 

Reparo também que há sempre aquela legião de despeitados que adoram elucubrar sobre histórias e fatos fictícios, a fim de justificar a ascensão profissional de um colega mais bem-sucedido.

Durante anos, convivi com uma profissional que, ao em vez de se ater aos livros que eu lia para me instruir e buscar mais conhecimento, prestava uma enorme atenção nas roupas novas, nos perfumes e em todos esses detalhes que, de forma isolada, não alçam ninguém ao sucesso. 

Passe a olhar para as pessoas bem-sucedidas ao seu redor com olhos mais curiosos.

Ouça o que essas pessoas têm a dizer e as experiências que elas partilharam. 

Seja generoso: não inveje e jamais desdenhe dos profissionais que se deram bem na carreira. Sugiro que você pense nisso, caro leitor. Essa é uma estratégia que com frequência funciona e o ensina de um modo prático e suave. Espelhe-se nas pessoas que lhe pareçam mais polidas, mais cultas, sofisticadas e mais seguras socialmente.

Sempre fui muito seletiva na escolha de meus amigos e das pessoas mais próximas a mim em minha vida. E o critério de seleção continua sendo, até hoje, conviver com gente que me agregue valores e ensinamentos e que me faça crescer e melhorar como pessoa. Desde muito cedo aprendi que escolher as companhias erradas faz com que você ande para trás. 

Até hoje é esse o instrumento seletivo do qual me valho ao optar por quem trabalha comigo.

Desejo a você que em seu caminho apareçam bons exemplos de seres humanos, com os quais você cresça, se prepare e apareça. E
, no futuro, espero que você, caro leitor, seja generoso e lembre-se de quem foram seus bons exemplos. 

Sábio é o ser humano maduro que partilha aquilo que sabe. E mais sábio é o jovem que sorve essas experiências com ouvidos e coração bastante abertos.

Por: Célia Leão (etiqueta@abril.com.br)
Fonte: http://www.profissionalatual.com.br/index.php?option=com_jaggyblog&view=jaggyblog&Itemid=96

As virtudes que o século 21 perdeu - Graça Taguti

O século 21 está aí, acordando juntinho da gente todos os dias. Puxando a colcha para o seu lado, no intuito de angariar ótimas noites de sono, enquanto nos deixa descobertos e carentes sobre um colchão frio.

Ele nunca nos abraça, não tem tempo para conversar conosco. Seu café da manhã consta apenas de chá de bites e torradas com chip. É um parceiro que não admite divórcio, portanto precisamos manter esta relação até que a indefectível morte nos separe. Ou, quem sabe, uma miragem em 3D nos projete para o paraíso das conjugalidades virtuais.

Ignora-se o porquê de termos decidido juntar nossas escovas de dente com as manias decorrentes desta era. Mas não havia outro jeito, pois ainda não inventaram uma máquina do tempo que, por exemplo, nos conduza às invenções em série do século 19.

Ah, e que nos deixe, importa o adendo, prazerosamente flanando por lá.  

De preferência, aliás, na charmosa Paris, de braços dados com refinada companhia poética. Ninguém menos que Baudelaire, o pintor da modernidade, junto de quem desvendaremos as atrações  das sedutoras ruas da Rive Gauche, todas em burburinho com as novas vitrines, cafeterias e galerias.

Lindo assistir ao espreguiçamento e acordar da urbanidade, imersa nas surpresas das artes, na pintura, no fascínio do cinema, nos carros que principiavam, desajeitados, a compor um tráfego de veículos ainda tímido e desordenado nas cidades.

Talvez dar um pulo até  Viena ou Berlim e desfrutar também da construção do fascínio de uma época prenhe de artistas filósofos, músicos e escritores imorredouros.

Após examinar o quadro desenhado nos parágrafos acima, é possível que você comece a desfiar um rosário sobre as inegáveis e extensas vantagens embutidas na época atual. Velocidade, agilidade, plena facilidade de acesso a marcas, produtos e serviços, só para ilustrar.

O convívio mágico e hipnótico com a internet nos faculta hoje, desde compras e pesquisas variadíssimas, distantes somente alguns cliques da realidade — como o aprendizado gratuito de um idioma exótico, de nossa preferência, como o mandarim.

Se fizéssemos uma lista da feérie intrínseca à aceleração dos dias vigentes, ela certamente preencheria dezenas de páginas. Caso a gente queira adquirir qualquer coisa — como os préstimos de fornecedores diversificados, incluindo-se os da esfera sexual — e se  encontre, nesta ocasião, num local fixo, não precisa usar o telefone. Nem tampouco sair de casa e abandonar o fatídico ângulo de 90º, próprio de quando estamos sentados a navegar, feito múmias semiparalíticas com extenuantes caibras nos dedos.

Sente fome? Reivindique o prato preferido da sua gula online. 

Experimentou uma pulsional vontade de transar? Então baixe com facilidade aplicativos disponíveis para o seu smartphone ou visite redes sociais especificas, centradas no unidunitê — o parceiro #dahora é você.

Pirou geral? Terapias de garantida eficácia se apresentam ao seu cardápio de escolhas, acenando préstimos mediante módicas quantias acordadas por você em meio a desabafos no  Skype ou demais  programas de voz.

Antigamente ouvia-se comentar das ficções do gênio de Aladim, residentes em nossas fantasias e responsáveis pela mais absoluta certeza de realização de nossos pitorescos desejos. Agora, entretanto, descartamos esta história e a condenamos ao lixo das inconveniências.

Paciência, compreensão, foco, concentração, solidariedade e delicadezas diversas. Virtudes fora de uso, abandonadas por sua inadequação atual e recolhidas aos baús da ética, dos mandamentos relacionais envoltos pelo mofo dos tempos.

Hoje a ordem é correr, descartar, apegar-se aos ditames da provisoriedade, ambicionar o enxerto de braços elásticos que nos permitam abranger ambições infinitas.

Criar raízes, pra quê? As árvores já cuidam dessa tarefa para a mãe natureza. 

Nossos maiores interesses hoje residem em mantermos a constante mobilidade dos ciganos digitais. Apaixonarmo-nos perdidamente pelos últimos gadgets disponíveis no voraz mercado das tecnologias de ponta, que despontam, sem cessar, causando fortes comichões nos setores de compras avulsas espremidos em nosso cérebro.

E o namoro, a corte, os beijos demorados de tão molhados, os sarros sem hora de acabarem, aperitivos acalentadores das relações a dois — aonde foram parar?

O companheirismo, a lealdade, as parcerias cúmplices, aonde se esconderam? “Certamente, em algum lugar do passado”, responderá alguém com indisfarçável irritação.

Outra pessoa acrescentará, casualmente: “Dirija-se ao Brechó dos Corações Bregas — que fica no Vale dos Sonhos Sem Noção, ao final da Rua Sem Piedade, logo à direita do Armazém das Nostalgias”.

Boa dica, essa. Adicione o endereço ao seu GPS e voe até lá.


quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

As 30 melhores frases ditas por Steve Jobs!

A melhor forma de conhecer e entender um homem é através de suas idéias e seus pensamentos transmitidos em momentos espontâneos. Steve Jobs foi uma pessoa que compartilhava com os outros a sua filosofia, sua forma de entender as coisas, em razão disto muitos tentaram ‘imitá-lo’ fazendo como se os pontos de vista fossem seus.

Mesmo após sua morte Steve Jobs continua inspirando tantos jovens e sonhadores, por esta razão penso ser importante compartilhar, como curiosidade, algumas frases que encontrei na internet, de sua autoria.
Estas frases poderão nos dar uma imagem global deste gênio, sua maneira de pensar, desenvolvida depois de momentos bons e maus que passou na vida, momentos estes que lhe tornaram um homem realmente experiente, capaz de surpreender o mundo em cada criação.
As 30 melhores frases de Steve Jobs

1) Sobre gestão:
“Meu trabalho não é fazer as pessoas felizes. Meu trabalho é fazê-los melhores. É juntar de diferentes partes da companhia, limpar as vias e obter recursos para os projetos chave. Também tomar pessoas importantes dentro da companhia para apoia-los e que sejam assim ainda melhores, de forma que obtenham uma visão mais agressiva de como poderia ser o produto no qual trabalham.”
2) Sobre contratações:
“A contratação é difícil, é a busca de agulhas num palheiro. Não é possível conhecer suficientemente uma pessoa em uma entrevista de uma hora. Então, ao final, em última instância a decisão é baseada em pressentimentos. O que me faz sentir uma pessoa? Como ela se comporta quando é desafiada? Eu pergunto a todos: Por que estás aqui? Na verdade eu não procuro uma resposta literal, busco o que há por trás dessa resposta.”
3) Sobre demissões:
“Tivemos uma crise anteriormente, quando a bolha das .com explodiu. O que eu disse em nossa companhia foi que iríamos investir dinheiro para atravessar a recessão sem despedir pessoas, que faríamos um tremendo esforço para tê-los na Apple, o último que vamos fazer é despedi-los.” 
4) Sobre o plano de sucessão:
“Algumas pessoas dizem, ‘Oh, Deus, se [Jobs] for atropelado por um ônibus, a Apple estaria em problemas’. Definitivamente não organizariam uma festa, mas acredito que existam pessoas muito capazes dentro da empresa. Meu trabalho é fazer toda a equipe executiva o suficientemente bom para que sejam meus sucessores.”
5) Sobre a estratégia de produtos:
“Não se trata de cultura pop, não se trata de enganar as pessoas nem convencê-los de que querem algo que não precisam. Nós averiguamos o que queremos. Acredito que somos muito bons pensando no que as pessoas vão querer também. É para isso que nos pagam. Nós só queremos fazer grandes produtos.”
6) Sobre liderança:
“Quando chega uma boa idéia, já sabes, parte de meu trabalho é contar, ver o que as pessoas pensam, conseguir que as pessoas também falem dela, discutam sobre ela, conseguir idéias movimentando-me entre um grupo de 100 pessoas. Ter diferentes pessoas para explorar diferentes aspectos e já sabes, explorar.”
7) Sobre a paixão pela companhia:
“Quando contrato alguém com muita experiência nas costas, ser competente é o mais importante. Tem que ser realmente inteligente. Mas o verdadeiro problema para mim é: ‘Irá se apaixonar pela Apple?’. Pois se isso acontece todo o resto virá só. Eles deverão fazer todo o seu melhor para a Apple, não o que é melhor para eles mesmos, nem o melhor para Steve Jobs, ou o melhor para qualquer outra pessoa.”
8) Sobre foco:
“As pessoas pensam que ter foco significa dizer sim para aquilo que você está focando, mas não é assim. Significa dizer não a outra centena de idéias boas que existem.”
9) Sobre a experiência do usuário:
“Nosso DNA é de uma empresa de consumo, estamos feitos para um cliente que sabe diferenciar o que é bom do que é ruim. Acho que nosso trabalho é ser responsável na totalidade pela experiência do usuário. Se não se cumpre a expectativa do cliente, é totalmente nossa culpa, simples.”
10) Sobre a criatividade:
“Acontece mais do que você imagina, pois não se trata somente de engenharia e ciência, mas também de arte. As vezes quando estás na metade de uma crise e não estás seguro se irás supera-la. Mas, sempre o fizemos e por isso temos um certo nível de confiança em nós mesmos, mesmo que as vezes o questionemos. Acredito que a chave é que nos vem o medo nos momentos difíceis. Temos que considerar que colocamos nosso coração e nossa alma nos produtos.”
11) Sobre a motivação:
“Quando eu tinha 17 anos, li uma frase que dizia mais ou menos: ‘Se vives cada dia como se fosse o último, algum dia sem dúvidas estarás certo’. Isso causou um profundo sentimento em mim, desde aquele momento, e nos últimos 33 anos, me olho no espelho a cada manhã e me pergunto: ‘Se hoje fosse o último dia de minha vida, gostaria de fazer o que estou irei fazer hoje?’. Se a resposta for não por alguns dias seguidos, sei que é hora de mudar alguma coisa.” 
12) Sobre a vida:
“O tempo é limitado, então não gastes seu tempo vivendo a vida de outro. Não fiques preso no dogma que é viver como os outros pensam que deverias viver. Não deixe que as opiniões dos outros calem sua voz interior. E o mais importante, tenha coragem para fazer aquilo que manda seu coração e intuição.”
13) Sobre os erros:
“As vezes quando se inova, se cometem erros. É melhor admiti-los rapidamente e continuar com outras inovações.”
14) Sobre o propósito da vida:
“Ser o homem mais rico do cemitério não é o que mais importa, ir para a cama de noite pensando “fizemos algo maravilhoso” é o que realmente me preocupa.”
15) Sobre o dinheiro:
“Tinha mais de um milhão de dólares aos 23 anos e mais de dez milhões aos 24, mais de cem milhões aos 25, e nunca foi importante pois nunca o fiz por dinheiro.”
16) Sobre a Microsoft:
“O único problema com a Microsoft é que eles simplesmente não tem paixão. Não possuem absolutamente nenhuma paixão. Não me refiro de uma maneira pequena, quero dizer de forma grande, no sentido em que eles não pensam em idéias originais, não contribuem com cultura em seus produtos.”
17) Sobre o crescimento empresarial:
“Muitas companhias decidiram reduzir seu tamanho, talvez isso fosse o melhor para eles. Nós decidimos tomar um caminho diferente. Acreditamos que continuamos colocando grandes produtos em frente aos clientes, eles seguirão abrindo suas carteiras.”
18) Sobre a inovação:
“A inovação distingue os líderes dos seguidores.”
19) Sobre a qualidade:
“A qualidade é mais importante do que a quantidade. Um ‘home run’ é melhor que dois ‘dobles’.” 
20) Sobre revolucionar:
“De vez em quando aparece um produto revolucionário que muda tudo. Uma pessoa é muito sortuda se puder trabalhar somente em um destes em sua carreira. A Apple teve muita sorte de poder introduzir alguns de estes produtos ao mundo em várias ocasiões.”
21) Sobre amar o trabalho:
“Seu trabalho vai ocupar grande parte de sua vida, a única forma de estar realmente satisfeito com ele é fazer o que acredites ser um grande trabalho. E a única forma de fazer um trabalho genial é amar o que você faz. Se você ainda não o encontrou, continue procurando, nunca se detenha. Igualmente como todos os assuntos do coração, você saberá quando o encontrares. E, como qualquer grande relação, somente ficará melhor e melhor com o passar dos anos. Então, continue a busca até que o encontres, nunca te detenhas.”
22) Sobre o design:
“A maioria das pessoas pensam que design é uma capa, uma simples decoração. Para mim, nada será mais importante no futuro que o design. O design é a alma de tudo aquilo que foi criado pelo homem.”
23) Sobre ser livre:
“Para que entrar na marinha se você pode ser um pirata?”
24) Sobre a internet e o futuro (em 1985):
“O motivo que convencerá a maioria das pessoas a comprar um computador para a casa será vinculando essa pessoa à uma rede nacional de comunicações. Somente estamos na etapa inicial do que será um avanço realmente notável para a maioria das pessoas, tão notável quanto o telefone.”
25) Sobre definir o design:
“O design não é somente o que se vê ou o que se sente. O design é como funciona.”
26) Sobre a disciplina:
“Para contribuir com idéias realmente interessantes e tecnologias em desenvolvimento a uma empresa que poderá seguir inovando por anos, se requer uma grande quantidade de disciplina.”
27) Sobre escutar o cliente:
“Você não pode perguntar ao cliente o que eles querem e logo tentar dar a eles. No momento que você o fabrique eles irão querer algo novo.”
28) Sobre a diversão:
“Acredito que estamos nos divertindo. Acredito que nossos clientes realmente gostam de nossos produtos. E sempre estamos tentando melhorá-los.”
29) Sobre cuidar os detalhes:
“Quando você é um carpinteiro fazendo um lindo móvel com gavetas, não irás usar uma madeira compensada na parte de trás, mesmo que na parte de trás ninguém o verá. Você saberá que está ali, portanto, vamos usar uma linda peça de madeira na parte de trás. Para dormir bem durante a noite, a estética, a qualidade, elas devem ser levadas até o final.”
30) Sobre o desejo:
“É algo complicado, é difícil desenhar produtos concentrando-se no público-alvo. Muitas vezes, as pessoas não sabem o que querem até que você mostre à elas.”
Considerações Finais
Steve Jobs foi um grande homem, um inovador, empreendedor, uma pessoa que inspirou e inspirará pessoas por muito tempo, mas ele não era perfeito, seu jeito rude com os outros lhe ocasionou grandes problemas terminando com ser despedido da empresa que ele mesmo criou. Entre altos e baixos Steve Jobs nunca deixou de criar, de surpreender, tal como um grande líder deve fazer.
Claro, como não poderia deixar de faltar, Steve também chegou a opinar sobre a morte, e sua opinião sobre esse assunto mostra um homem sem medos, com idéias claras e sentimentos frios.
Sem a necessidade de esclarecimentos:
“Ninguém quer morrer. Inclusive as pessoas que desejam ir ao Céu não querem morrer para ir para lá. E, no entanto a morte é o destino que todos compartilhamos. Ninguém escapa dela. E assim é como deve ser, porque a morte é possivelmente a melhor invenção da vida. É o agente da mudança. Elimina o velho para deixar lugar ao novo. Agora mesmo o novo são vocês, mas algum dia não muito longe, gradualmente vocês serão velhos e serão eliminados. Sinto ser tão dramático, mas é muito certo.”

SEJA FELIZ E PRONTO... - Arnaldo Jabor

A idiotice é vital para a felicidade. Gente chata essa que quer ser séria, profunda e visceral sempre.

A vida já é um caos, por que fazermos dela, ainda por cima, um tratado? Deixe a seriedade para as horas em que ela é inevitável: mortes, separações, dores e afins.

No dia-a-dia, pelo amor de Deus, seja idiota! Ria dos próprios defeitos. E de quem acha defeitos em você.

Milhares de casamentos acabaram-se não pela falta de amor, dinheiro, sexo, sincronia, mas pela ausência de idiotice. Trate seu amor como seu melhor amigo, e pronto.

Quem disse que é bom dividirmos a vida com alguém que tem conselho pra tudo, soluções sensatas, mas não consegue rir quando tropeça?

Ha ha ha ha ha ha ha ha!

Alguém que sabe resolver uma crise familiar, mas não tem a menor idéia de como preencher as horas livres de um fim de semana?

É bem comum gente que fica perdida quando se acabam os problemas. E daí, o que elas farão se já não têm por que se desesperar?

Tudo que é mais difícil é mais gostoso, mas... A realidade já é dura; piora se for densa. Dura, densa, e bem ruim.

Brincar é legal. Entendeu?

Esqueça o que te falaram sobre ser adulto, tudo aquilo de não brincar com comida, não falar besteira, não ser imaturo, não chorar, não andar descalço, não tomar chuva.

Pule corda! Adultos podem (e devem) contar piadas, passear no parque, rir alto e lamber a tampa do iogurte.

Ser adulto não é perder os prazeres da vida - e esse é o único "não" realmente aceitável. Teste a teoria.

Uma semaninha, para começar. Veja e sinta as coisas como se elas fossem o que realmente são: passageiras.

Acorde de manhã e decida entre duas coisas: ficar de mau humor e transmitir isso adiante ou sorrir...

Bom mesmo é ter problema na cabeça, sorriso na boca e paz no coração!

Aliás, entregue os problemas nas mãos de Deus, confie e espere só NELE e pra relaxar que tal um cafezinho gostoso agora?

"A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios". "Por isso cante, chore, dance e viva intensamente antes que a cortina se feche".

Seja você mesmo sempre e VIVA A VIDA!!!!


terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

A vida e sua sequência lógica e louca de um dia depois do outro - André J. Gomes

Noite dessas, uma passeata de pensamentos, aflições, pesares e culpas congestionou o fluxo tranquilo de seus sonhos. Inquietos e cheios de porquês, os manifestantes invadiram a avenida tranquila por onde caminha o homem sozinho quando dorme, olhando a nostalgia breve das vitrines que permanecem acesas em lojas fechadas, e fizeram barulho. Empunhando cartazes e entoando refrãos, clichês, gritos de guerra, espantaram-lhe o sono.


Ele abriu seus olhos de pessoa só e ficou ali, insone, ouvindo as reivindicações de suas buzinas internas. Lá pelas tantas, virou-se na cama e pela janela aberta de seu quarto viu um céu claro de lua cheia. Lá fora, lá em cima, um vento apressado arrastava as nuvens para só Deus sabe onde. Ficou ali, mirando o movimento das nuvens no céu, uma depois da outra, passando por sua vista como os cavalinhos de um carrossel imenso. E assim, olhando para elas, teve a clara impressão de que não eram as nuvens que se moviam lá no alto, mas o seu quarto, a sua casa, seu bairro, a sua cidade é que se movimentavam aqui em baixo, lentamente, como um grande barco que acabara de partir.


De pé no convés da enorme embarcação, ele deu adeus aos pensamentos e às aflições e aos pesares e às culpas que ficaram no cais, como parentes se despedindo de alguém que ruma para uma viagem longa e sem data de volta. 


A brisa da noite lambia a superfície e as reentrâncias do barco, como a língua de um gato caprichoso quando banha a si mesmo, e todas as inquietações do homem sozinho iam aos poucos se tornando pequenas, e menores, até desaparecer completamente. Agora, eram apenas ele e o céu e as nuvens e seu mundo deslizando sobre águas calmas para algum lugar distante, sob a lua cheia clareando sua casa entupida de utensílios inúteis, roupas sem uso, pacotes de bolacha abertos, leituras abandonadas, comida vencida e as tantas e tantas aporrinhações de um dia depois do outro.


Então, ele foi tomado pelo desejo infantil de ouvir o som de um objeto sólido caindo na água, e jogou no mar um vidro vazio de perfume. Gostou tanto do que sentiu que respirou fundo e foi escolhendo outras coisas para atirar longe. 

Uma caneca cheia de canetas, um grampeador, caixas de sapato, uma cômoda velha, papéis, envelopes, recibos, os quadros, as plantas, o varal e as roupas, a máquina de lavar, o armário e suas gavetas entupidas, a mesa e as cadeiras, a tv ligada, o sofá e suas cicatrizes, as chaves e as portas, o assento da privada, tudo.


E quando nada mais havia à sua volta para lançar ao oceano senão suas próprias questões internas, suas dores, seus medos, suas alegrias fabricadas, seu ódio gratuito, sua insegurança doentia, seu orgulho ferido, suas culpas e sua saudade crônica, então ele próprio se deixou cair sobre as águas. Ali, boiando nas ondas calmas e quentes, ele olhou as nuvens e a lua e as estrelas e pensou em sua bisavó, Benedita Rosa, nascida em 1905, filha de uma escrava alforriada, Valquíria, que decerto morrera sem nunca ter visto o mar. Pensou em seus pais e em todos os que vieram antes dele. E naqueles que virão depois de seu filho. Pensou na vida e em toda a sua potência. E reencontrou a companhia do sono.


Dormiu sem pesos e sem roupas, profundamente, na superfície quente das águas calmas. Quando acordou, na areia branca de uma praia de água azul-piscina, já era dia e a brisa morna enchia o mundo com um cheiro de pão feito em casa. Ali, naquela praia de modos simples, os que vieram antes dele e os que virão depois de seu filho viviam juntos, faziam pão e macarronada, brincavam na areia, trabalhavam na lavoura. Cuidavam uns dos outros e se ajudavam e se gostavam e se tratavam como milagres suficientes para não terem de se comparar a ninguém, a não ser consigo mesmos.


Todas as tardes, reuniam suas inteligências fora do padrão não para deliberar sobre os temas burocráticos da vida ordinária, mas para delirar sobre as questões acima de seu alcance. As crateras da lua, as galáxias para além do sistema solar, a beleza das moças e dos moços. A vida que passa aqui em baixo como as nuvens que deslizam lá em cima.


Ele ficou ali, olhando os jeitos de sua gente. A bisavó, sorrindo o amor puro e simples, cuidava das crianças que um dia seu filho e os filhos dos filhos de seu filho trarão ao mundo. Uma delas, menininha de cabelos armados e negros, areia entre os dedos dos pés e molho de macarrão endurecendo na boca, ofereceu a ele um pouco de Coca-Cola. Ele tomou, devolveu-lhe a caneca, agradeceu, ela sorriu um riso tão familiar que encheu de lágrimas os olhos do homem seco e só. E fez um “tchau” com a mãozinha de quem aprende os primeiros gestos.


Ele fechou os olhos, comovido, e acordou em seu quarto de homem sozinho. 


Já era dia e não havia praia, mas os móveis, as roupas e as angústias estavam todos ali. A passeata de pensamentos, aflições, pesares e culpas se dispersara. Cada pensamento, cada aflição, pesar e culpa retomara seu lugar no mundo. 


O despertador tocou. 


E a vida recomeçava, em sua sequência lógica e louca de um dia depois do outro.


Crescer é aprender a dizer adeus para certas coisas - Graça Taguti

Cai a folha, o fruto, o dente, a chuva. Surge o tesão, as espinhas, a menstruação, o verão. Crescem o peitinho, a ansiedade, os jeitinhos e as opiniões. Mudam as formas, o clima, o corpo, as estações.

Passam as horas, os dias, alegrias e expectativas. Passa o choro de ontem, a ilusão de anteontem, o amor que se mostrava eterno no ano passado. Passa a chuva e o calor. A compulsão de comer chocolate, assistir àquele filme, ir para a balada esta noite, ficar com o gatinho que parecia especial, também passa.

Passam certas necessidades a serem colocadas a limpo. As qualidades, os defeitos, as metas e planejamentos para o próximo ano, são passados para a agenda nova.

A adolescente, viçosa e manhosa, começa a passar hidratantes na pele iluminada e batom nos lábios. Aquelas ondas tão altas concordam em se aquietar um pouco para você passar com a sua prancha para além da rebentação.

Nasce a vontade de crescer, ter a chave de casa, viajar com os amigos, entrar para a faculdade.  Conseguir o diploma e já pensar no mestrado.

Urge ir à praia, comprar biquíni novo, experimentar o bronzeador cor de mate, tomar um chope geladíssimo na hora do almoço.

Urge também criar coragem e se declarar para o professor de anatomia.  Dizer poemas em voz alta para Manoel de Barros, abraçar em sonhos os caleidoscópios de Fernando Pessoa, as reflexões de Drummond, as delicadezas transparentes de Mário Quintana.

Notam-se os traços do líder, da mocinha politizada, da rebeldia inconteste, dos iconoclastas declarados.  Registram-se os movimentos do gesto solidário, as virtudes dos ideais multiplicados. Notam-se a intransigência e a ganância dos políticos, só menor que suas falácias, tramoias e ardis.

Anoitecem as verdes querências, as antigas indulgências, as compulsões pelos porres e as ressacas. As inconsequências, saudosas irresponsabilidades, a certeza de que o universo é infinito, porém menor que a estupidez humana.

Nasce mais adiante a vontade de casar, comprar apartamento, e se não der, alugar um, de preferência na zona sul da sua cidade. Ter um filho é um desejo que nasce invariavelmente.  Vem o primogênito, então, mais parecido com um lindo bebê de borracha, que todos anseiam apertar e mordiscar.

Nasce ainda a vontade de transar com a mulher do melhor amigo, porque é proibido proibir. De escrever às escuras uma biografia não autorizada da sua vizinha, que todas as noites troca de visitantes. Seu apartamento, o porteiro comenta à boca pequena, mais  se  assemelha a  porta de bar, ostentando diuturnamente um  entra-e-sai fervilhante.

Muda o gosto pela leitura, pela música, como é legal escutar música clássica, a moda comportada, que dá lugar à irreverência fashion. Muda o corte de cabelo, a cor das mechas, o tamanho dos seios, com alguns bem vindos mililitros de silicone. O jeito de andar, de seduzir, de beijar e se apaixonar.

Mudam as exigências, as compreensões dos defeitos alheios, a semântica dos conceitos de fracasso, autoestima e amizade. Muda-se o gesto contido e egoísta para a ação coletiva. As manifestações e passeatas nas ruas.

O modo mais enérgico de acordarmos o gigante sonolento, cujo leito tem as dimensões  do Brasil. Mudam o tom e o conteúdo das reivindicações ao governo que nunca-está-nem-aí-para o povo, as demandas,  agora mais claras e incontestáveis.

Sacodem-se os projetos ainda em gestação, as poeiras do passado, as relações desbotadas, os discursos maquínicos. As poeiras dos tapetes, as roupas nos varais, as belas ancas, que dançam soltas um forró delicioso e gingado com um,  dentre os inúmeros  e afoitos pretendentes.

Aprende-se a viver mais de mansinho, a morrer sem estardalhaço, a trocar a costumeira arrogância por duas doses de humildade. A trancar mentiras feias nas gavetas da consciência. Aprende-se a buscar rotinas mais éticas, um corpo mais harmonioso, relações mais mágicas e férteis, no amor e no trabalho.

Aprende-se a dançar um tango vertiginoso, embebido em estrógenos e testosteronas que circulam sem parar pelos salões da tentação.

Se aceita o envelhecer, a memória preguiçosa, a vitalidade que decai aos pouquinhos, a comida com menos sal, porque a pressão não pode subir tanto. Tolera-se refrear a gula, alternar sonhos iridescentes por outros mais pertinentes. As perdas que doem tanto, as criticas alheias, às vezes implacáveis. As injustiças tremendas que os correios do acaso remetem sem aceitar devoluções.

Tolera-se, com tristeza, é verdade, o amigo que desistiu de você, a falsidade dos outros, a esperteza de alguns que acabam sendo flagrados, felizmente, por sua intuição em estado de alerta.

Hospeda-se a doença, às vezes insuperável, o tumor a ser extirpado, a morosidade das horas, a sucessão de exames clínicos, a austeridade do silêncio, indispensável em certas etapas da existência.

Suportam-se despedidas, longas ou curtas, abandonos inexplicáveis, o crepúsculo da vontade, em seu estágio mais débil. O lamentável definhar de sorrisos e acolhidas familiares, histórias esgarçadas pelo medo, indiferença, inveja e desamor.

Compreende-se a beleza muda e estonteante de alvoradas. As promessas da natureza, ao oferecer, a quem sabe apreciá-la, seu o hipnótico balé de pássaros e borboletas de todas as cores. A liberdade no voo das águias, a elegância das garças e girafas, o faro de panteras à espreita de pobres alvos distraídos. A amizade buliçosa dos golfinhos, cuja euforia espalha-se no mar quente e escandalosamente azul.

Descobre-se, por fim, a sabedoria embutida no verbo crescer. Nos imprescindíveis desapegos diários. Nas despedidas de hábitos inúteis, situações e pessoas.

Porque afinal constata-se que crescer também é um pouquinho isso: ir dizendo adeus para as coisas.