terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Tenha atitude

A maneira como você se posiciona diante dos desafios no trabalho pode ser decisiva na sua carreira. Invista na assertividade.

Tudo se embaralhou no mundo corporativo, especialmente conceitos estanques de comportamento de gênero. Não faz muito tempo, homens e mulheres começaram a se revezar nos postos de comando das grandes empresas. Sabe-se, porém, que ambos têm competências, virtudes e, sim, motivos para vacilar diferentes. Como, então, a executiva deve ser mais assertiva para colher mais frutos no trabalho? É uma questão de argumentação, de atitude ou tem a ver com a maneira de se vestir? 

Anita Kon, doutora em economia pela Universidade de São Paulo e coordenadora do Grupo de Pesquisas em Economia Industrial, não acredita que para ser assertiva a mulher deve falar grosso. "A capacidade de argumentação e convencimento pode ser, em geral, mais eficiente por meio da fala mansa", diz.

Para Renata Filippi, sócia-diretora da Mariaca, empresa de recrutamento de executivos, a mulher precisa ser focada, ao mesmo tempo em que deve absorver do universo masculino a racionalidade e a busca de resultados. "A flexibilidade feminina para ouvir e entender as necessidades alheias deve ser traduzida em ações", diz Renata. A executiva acredita que, hoje, são regras para poucas: "Já há muitas mulheres em áreas masculinas acostumadas com isso. Veja o caso das engenheiras e das profissionais de logística. Assertividade é com elas mesmas".

Eliana Molina, atualmente diretora sênior de RH da Herbalife, formada em secretariado executivo pela Fundação Getúlio Vargas e MBA Executivo pela FAAP, elencou o que se deve fazer e, principalmente, o que precisa ser evitado em situações bem específicas, Confira:

Numa reunião:

- Não monopolize a reunião.

- Certifique-se de que o fórum seja adequado para fazer os questionamentos ou compartilhar as informações. Se necessário, marque uma nova reunião com participantes específicos para tratar de temas pontuais.

- Peça a palavra e não interrompa a fala ainda incompleta do outro. Preserve-se ao mesmo direito quando não tiver completado sua fala.

- Não personifique os problemas. Trate de assuntos, de áreas, e não da pessoa que é o porta-voz.

Numa entrevista de trabalho:

- Evite temas polêmicos, como religião, futebol, política etc., a menos que lhe questionem diretamente e, se isso ocorrer, cuide para que o tema não seja polemizado.

- Seja fiel às suas convicções e evite dar respostas de acordo com o que você acha que o entrevistador gostaria de ouvir. Na maioria das vezes não existem respostas certas ou erradas, mas uma intenção de traçar o perfil do candidato para averiguação de adequação à posição que está sendo postulada.

- Agradeça a oportunidade de participar do processo e coloque-se à disposição para eventuais informações que sejam necessárias posteriormente.

Numa entrega de feedback:

- Elogie em público e critique em particular.

- Agende feedback periodicamente (mínimo duas vezes ao ano) para conscientizar e criar oportunidade de melhorias antes de finalizar o processo de avaliação anual. Em outras palavras, não espere chegar o fim do ano para dizer que esperava que o funcionário fosse proativo ou que tivesse trabalhado em projetos no início do ano de forma diferente.

- Procure tratar de problema de desempenho como oportunidades e necessidades de melhoria. Não é fácil para ninguém receber feedback negativo, então seja cautelosa para não desmotivar, mas sim mostrar claramente onde há chance de melhorar.

- Sempre que possível, exemplifique com situações que ocorreram  reconhecendo o positivo e pontuando falhas.

Num pedido de aumento:

- Esteja segura de suas responsabilidades, qualificações e práticas salariais do mercado para fazer uma abordagem firme e justa.

- Procure não se comparar a outro colega de trabalho, pois pode haver diferenças de competências, formação, escopo de função, responsabilidades diferenciadas e méritos individuais. Fale por si e por suas competências.

- Não blefe.

- Não pressione seu líder a ponto de deixá-lo sem saída. na maioria das vezes não depende dele aprovar o aumento salarial, e pode ocorrer de ele não conseguir a aprovação, por mais que tente, devido a diferentes momentos pelos quais a empresa passa.

Fonte: Portal Revista Você S/A


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